São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2010 |
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Essas hipócritas e vazias referências ao aborto são, a meu ver, um desserviço à maior parte da nossa população, carente de tudo, inclusive de esclarecimentos. É inegável que o aborto é um problema de saúde coletiva. É inegável que precisaria de espaço para haver uma discussão ampla sobre o tema. Por que os brasileiros têm seus votos tão influenciados pela questão da religião, da crença ou não em Deus e da opinião acerca do aborto pelos candidatos que ora se apresentam? A meu ver, parece que a maioria dos brasileiros, à margem da sociedade, busca pessoas e espaços que valorizem a vida, que afirmem que a priorizam -e, mais que tudo, a vida daqueles que vivem quase sem possibilidades de sobrevida, que agonizam num mundo sem um "útero" para acolhê-los e permitir que se desenvolvam. LILIANE GÉO DE SIQUEIRA (Rio de Janeiro, RJ)
Simplesmente perfeito o artigo de Gilberto Dimenstein sobre aborto e educação, intitulado "Valorização da vida" (Cotidiano, ontem). Maravilhoso, eu diria, aliado ao editorial "Obscurantismo". Esse deveria ser o tema deste jornal até o final da campanha, todos os dias, inundando os leitores que são, sim, formadores de opinião. Não aguento mais as discussões com os amigos sobre Serra ou Dilma, pois todo o resto deriva da discussão exposta nesses dois artigos. As pessoas tendem a ser conservadoras, mas não precisam viver na Idade Média. LUIS LESSI (São Paulo, SP)
A mesma igreja que alçou Lula em tempos de ditadura agora ameaça a campanha de sua candidata apenas por sua posição em relação ao aborto. É o Brasil fundamentalista mostrando as suas garras. Como bem disse Barbara Gancia (Cotidiano, 8/10), "dá vontade de pegar um bote inflável e remar até a costa da África". RENATO BALADORE (Itapeva, SP)
Maconha
Lendo a Ilustríssima de ontem, convenci-me mais ainda sobre a ideologização que inundou o debate sobre a legalização da maconha no país. Sou juiz da 2ª Vara de Entorpecentes do Distrito Federal, uma das poucas do país que cuida exclusivamente dos crimes relacionados na Lei de Drogas, e constato que a repercussão social dos danos, diretos e indiretos, advindos do consumo e do tráfico da droga são tratados de forma rasa. Tudo em nome de "cientistas" e pseudointelectuais (até mesmo um ex-presidente), cujas conclusões sobre a repercussão da citada droga na sociedade resumem-se a teorias e mais teorias, muitas vezes formuladas em razão da ânsia de impor a legalização da droga como um projeto pessoal. É a surrada necessidade de enxergar a legalização como símbolo das liberdades individuais, ou como expiação para o fato de se viver, no que toca a um aspecto muito específico da vida em sociedade, uma vida toda à margem do "sistema". Na prática -e inúmeras vezes eu próprio pude constatar isso em minhas atividades cotidianas, mediante a simples leitura de dados extraídos das atividades do Poder Público-, qualquer sinalização no sentido da descriminalização implica explosão do consumo de drogas. PAULO GIORDANO, juiz de direito (Brasília, DF)
Nobel da Paz
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