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Chuvas
"Segundo o prefeito de São Paulo,
não houve caos na terça-feira,
quando a cidade se inundou e parou. Kassab disse que, duas horas
depois, a cidade voltara à sua rotina... Só se foi para os lados dos Jardins, onde mora o prefeito. E sobre
as várias mortes? E o prejuízo de R$
15 milhões, segundo os comerciantes da Ceagesp? Quem pagará os
prejuízos? Quem "pagará" pelas
mortes vergonhosas?"
RENATA RODRIGUES (São Paulo, SP)
Enem
"O artigo "Cinco acusações contra
o Enem" ("Tendências/Debates",
ontem), de Luís Augusto Fischer,
mostra aspectos preocupantes
quando se usa o Enem como processo de seleção do ensino superior.
Admitindo que cada instituição
de ensino superior tem uma missão
específica, o processo de seleção
único, por mais abrangente que seja, jamais conseguiria preencher as
especificidades e os objetivos de cada instituição. Dessa forma, o Enem
poderia ser utilizado como uma
parte do processo de avaliação do
ensino médio, mas a seleção dos
alunos para o ensino superior deveria ficar a cargo de cada instituição.
Seria uma temeridade, inclusive
para a própria credibilidade do vestibular, que universidades tradicionais, como as instituições públicas
paulistas, viessem a adotar um exame nacional único."
OSCAR HIPÓLITO , ex-diretor do Instituto de Física
de São Carlos- USP (São Paulo, SP)
Repressão e ordem
"Ao ver a foto da repressão aos
que se manifestavam contra a corrupção (Primeira Página de ontem), fico pensando na ironia da
nossa história: a foto poderia fazer
parte do álbum da ditadura.
Se a repressão agisse com a mesma brutalidade e rapidez contra os
corruptos de Brasília e de outras
partes do país...
Mas os corruptos estão bem protegidos em seus palácios, onde vão
tramando a sua inocência. Por enquanto, policiais, cães e cavalos garantem a ordem. Mas que tipo de
ordem? E para quem?"
VIRGÍNIA M. GONÇALVES (Londrina, PR)
Senado
"Gostaria de ver a discussão levantada por Aldo Pereira sobre o
Senado ("Tendências/Debates", ontem) ser levada adiante e debatida
com seriedade pela sociedade.
Além da economia para o país em
recursos financeiros, certamente
veríamos diminuídas as chances de
sermos lesados e expostos aos seguidos escândalos."
NIVALDA APARECIDA CAMPOS (São Carlos, SP)
Gás boliviano
"O editorial "Morales reeleito"
(Opinião, 8/12) menciona que
"uma das primeiras ações de Morales foi elevar abruptamente a taxação do gás". Seria mais justo e adequado que informasse que ocorreu
um reajuste, pois o metro cúbico do
gás negociado mundialmente oscilava em torno de US$ 20, enquanto
o gás boliviano era exportado a apenas US$ 4 o metro cúbico.
Preservar a riqueza dos bolivianos é um dos compromissos de
campanha do então candidato Evo
Morales."
RICARDO MELLO (Goiânia, GO)
Adriano
"Na reportagem "Adriano fica na
favela e adia a decisão sobre futuro"
(Esporte, ontem), é flagrante o
preconceito do jornalista contra os
menos favorecidos.
Ao explicar que Adriano preferiu
comemorar com os amigos de infância, o jornalista toma o cuidado
de explicar que o local é violento e
dominado por uma facção do narcotráfico, deixando a impressão de
que na festa poderia haver a presença de traficantes ou que os amigos do Imperador têm essa proximidade com traficantes.
Como contraponto, tenta mostrar que o jogador tem uma casa na
Barra da Tijuca e que a festa do Flamengo seria ali, mas que Adriano
preferiu o local violento.
A Barra tem condomínios com
problemas de invasão de mananciais, edifícios feitos com areia da
praia e possivelmente um ou outro
corrupto de Brasília morem por lá,
mas o jornalista não apresenta a
Barra pelos seus defeitos, como faz
com a Vila Cruzeiro.
O que é elogiável na atitude de
Adriano é que, mesmo tendo se tornado famoso, rico e poderoso, não
esqueceu de onde veio, não esqueceu os amigos que têm e que o
apoiaram em todos os momentos,
mesmo naqueles em que o resto do
mundo lhe virou as costas."
JOHN KENNEDY FERREIRA , sociólogo
(São Paulo, SP)
Ponte
"Gostaria de esclarecer alguns fatos relacionados a notícias veiculadas pelo caderno Brasil nos dias 8 e
9 passados.
Tenho dez anos de mandato parlamentar e, durante toda a minha
trajetória, tentei atender aos anseios da sociedade -o maior deles
foi a construção e a finalização da
ponte sobre o rio Paraná que liga
Pauliceia (SP) a Brasilândia (MS).
Infelizmente as reportagens sugerem, de forma precipitada e imprudente, um possível beneficiamento
financeiro entre a minha parte e a
construtora investigada pela Polícia Federal.
Deixo claro que existe, sim, total
envolvimento político meu com a
obra. Mas é preciso evidenciar a diferença entre o envolvimento político e o benefício financeiro.
Nota divulgada pelo MPF afirma
que os repasses foram feitos entre
1995 e 1998, período em que eu
nem sequer era parlamentar. Fui
eleito em 1998 e tomei posse em
1999. A ponte só começou a ser
construída em 2000. Além disso, a
auditoria feita pelo TCU não constatou nenhum indício de irregularidade na obra."
EDSON APARECIDO , deputado federal pelo PSDB-SP (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Flávio
Ferreira - A Folha se baseou em
informações que constam de
documentos oficiais do caso. A
nova investigação do Ministério Público sobre a ponte Pauliceia não tem relação com repasses feitos entre 1995 e 1998, como referido pelo deputado.
Contrato
"O jornalismo da Folha é estranho. Em 2006, acusaram-me de
usar a máquina da prefeitura para
obter votos dos motoristas do programa Vai e Volta -apesar de eu ter
deixado a prefeitura em 2004.
Agora, mesmo eu não tendo exercido nenhuma função ligada à educação, o jornalismo da Folha vincula meu nome a um contrato feito
com a FGV nessa área.
O que tenho a ver com o contrato
da FGV, assinado há mais de seis
anos? Será que, por ser marido da
ex-secretária da Educação, o jornalismo da Folha considera que tenho algum envolvimento nesse episódio para ser três vezes citado no
texto "FGV é acusada de desvio de
verba em SP" (Cotidiano, 6/ 12)?
Depois do artigo de Cesar Benjamin, tudo se pode esperar dessa fase radical do jornalismo da Folha."
CARLOS ZARATTINI , deputado federal -PT-SP
(Brasília, DF)
Resposta do jornalista José Ernesto Credendio - O nome do
deputado foi citado em razão de
a assessoria do PT em São Paulo
ter apontado o seu escritório
político como o local onde sua
mulher poderia ser contatada.
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