|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RUY CASTRO
Pela primeira vez
RIO DE JANEIRO - Em 1962, Vinicius de Moraes estreou em livro
como cronista, com a publicação de
"Para Viver um Grande Amor". Os
que já o adoravam como poeta sentiram que, se quisesse, ele sustentaria um mano a mano com os então
bambas do gênero: seus amigos Rubem Braga, Paulo Mendes Campos,
Fernando Sabino e Elsie Lessa.
Foi também em 1962 que Vinicius escreveu suas últimas canções
com Tom Jobim -"Ela é Carioca",
"Só Danço Samba", "Garota de Ipanema" -e as primeiras com Baden
Powell: "O Astronauta", "Consolação", "Samba da Bênção". E em que
produziu belezas em série com
Carlos Lyra, como "Primavera",
"Minha Namorada", "Marcha da
Quarta-Feira de Cinzas" e outras.
Idem, em agosto daquele ano Vinicius subiu pela primeira vez a um
palco para cantar: o da boate Bon
Gourmet, em Copacabana, no show
"O Encontro", com Jobim, João
Gilberto e Os Cariocas. Semanas
antes, aplacando uma velha paixão
pelo cinema, ele dirigira um filme,
"Azul e Branco", um curta-metragem sobre os azulejos de Portinari
no Ministério da Educação, no Rio.
Sempre em 1962, Vinicius juntou-se a dois de seus heróis na música brasileira: Ary Barroso, com
quem compôs "Rancho das Namoradas", e Pixinguinha, de quem foi
parceiro em doze canções para o
filme "Sol sob a Lama", de Alex
Vianny, entre elas o choro "Lamento" e o samba "Mundo Melhor". E,
quase na virada para 1963, gravou
seu primeiro LP como cantor: "Vinicius & Odette Lara", inaugurando o selo Elenco. Grande ano de estréias para Vinicius.
Mas o destino não deixa barato.
Ao ir embora, 1962 marcou também o fim de seu casamento com a
mulher que, segundo dizem, ele
mais amou: a bela, culta e fina Maria Lucia Proença, musa de "Para
Viver um Grande Amor". Tristeza
não tem fim, felicidade, sim.
Texto Anterior: Brasília - Melchiades Filho: Boa viagem Próximo Texto: Ricardo Melo: Nada definido Índice
|