São Paulo, sábado, 12 de abril de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Bolsa-BNDES
"No país dos mensaleiros, sanguessugas, aloprados e outros macunaímas -algum deles está preso?-, discutir ética no caso do diretor do BNDES no empréstimo à Vale cansa qualquer um ("BNDES investiga saída de dirigente para atuar na Vale", Dinheiro, 9/4).
O importante é a mídia discutir a operação em si, afinal a Vale levará um checaço de R$ 7,3 bilhões -com base em 80% da variação do dólar e 20% da TJLP, hoje em 6,25% ao ano.
Quem lucrou R$ 20 bilhões em 2007 precisa dessa bolsa-BNDES?
Os aposentados pagam 2,5% de juros ao mês; e a Vale vai pagar quanto de juros ao ano?"
DALMO PESSOA (São Paulo, SP)

Prefeitos
"A notícia da prisão de vários prefeitos ("PF prende 16 prefeitos e apura desvio de R$ 200 mi", Brasil, 10/9), mancomunados com magistrados e outros servidores públicos, me inspirou uma consulta ao dicionário, que assim define o vocábulo "assassino': aquele que tira a vida a alguém.
À vista desta definição, não nos esqueçamos de que dinheiro público surrupiado representa, entre outras coisas, falta de merenda escolar no prato de crianças carentes e desnutridas -que tem aí o seu único alimento diário-, buracos em estradas, ausência de saneamento básico, epidemias e caos nos hospitais. Situações sinistras que tiram a vida de milhares de brasileiros.
Portanto, é impossível não concluir que, se confirmada a ação criminosa, os elementos dessa corriola, além de corruptos, são também assassinos frios e incompassivos."
TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO (Belo Horizonte, MG)

Voto
"A idéia dos leitores Melvyn Cohen e Arnaldo Freitas -de reinstituição do voto censitário, com base na renda do cidadão- é uma aberração abolida tardiamente no Brasil, desde fins do século 18. Já que propõem suspender o direito de voto dos beneficiários do Bolsa Família por considerar que esses recebem "benesses" do governo, pergunto-me se a regra valeria também para o empresário de qualquer área que, porventura, fosse favorecido com isenção fiscal do município, do Estado ou da União.
Eis o que é democracia: chegado um novo tempo, é preciso conviver com os que são arredios à mudança e com suas idéias "novíssimas" de reconstrução de ordens carcomidas pelo tempo."
CARLOS ODAS (Santo André, SP)

Propriedade
"Felizmente, há entre os intelectuais brasileiros aqueles que identificam a evolução dos modelos, defendem a democracia, as liberdades, a lei, a ordem e, conseqüentemente, o progresso. Isso fica claro ao compararmos o artigo "A luta pelo direito", de Plínio de Arruda Sampaio ("Tendências/ Debates", 28/3), com "Invasões legitimadas", de Denis Lerrer Rosenfield (9/4), sobre a questão de invasões de áreas.
Todo brasileiro que defende a legalidade somente pode concordar com Rosenfield, especialmente quando este afirma que "só os ingênuos ou as pessoas de má-fé" podem acreditar que as "invasões (ditas "ocupações') são pacíficas", ou mesmo legítimas.
Relativizar o direito de propriedade é absolutamente inaceitável. E fere de morte a democracia, o que não podemos admitir, sob pena de se instituir no país um ambiente de violações e de violências sem precedentes em nossa história."
RICARDO YAZBEK, presidente em exercício do Secovi-SP e presidente da Fiabci/Brasil -Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (São Paulo, SP)

A xepa do Abadía
"Fiquei estarrecida com o alvoroço causado por milhares de pessoas em busca dos bens do traficante colombiano Juan Carlos Abadía. Será que essas pessoas, que disputavam até cuecas usadas, sabem realmente quem é e o que fazia Abadía? Sabem quantas pessoas que morreram devido à ganância do traficante? Será que sabem que esses produtos que estavam sendo vendidos foram adquiridos com o dinheiro sujo do crime? Eu jamais adquiriria qualquer produto, por mais sofisticado que fosse, com essa procedência.
Que país é este, onde até bens de traficante são disputados a tapas e viram febre nacional?
É por essas e por outras atitudes da população que o Brasil regride a cada dia e que muitos ainda acreditam que o crime compensa."
DEBORAH FARAH (Rio de Janeiro, RJ)

Salário
"Sobre a reportagem "Campeã do Enem impõe rigor a docente" (Cotidiano, 6/4), a Secretaria de Estado da Educação informa que o salário da diretora entrevistada de maneira nenhuma é de R$ 1.200 mensais, como ela afirmou.
Seu rendimento bruto é de R$ 2.845,57. Com os descontos de Imposto de Renda, contribuição previdenciária e Iamspe, passa a R$ 2.165,12 mensais.
Infelizmente, a diretora se equivocou sobre o início do curso técnico no Ensino Médio e sobre a ligação da rede para computadores, feita no prazo devido."
DANILO VICENTE, coordenador de comunicação da Secretaria de Estado da Educação (São Paulo, SP)

Violência
"O artigo do prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior, e do deputado Mário Reali ("Diadema, 25 anos", "Tendências/Debates", 11/4) procura transmitir a idéia de que a cidade é extraordinária exceção na redução da violência e que isso se deve principalmente aos méritos de iniciativas da administração municipal. Não é verdade.
Fui coordenador de um programa do Instituto Fernand Braudel entre 2000 e 2001 para mobilizar e integrar esforços das polícias, da prefeitura e da sociedade em Diadema e constatei que a prefeitura só começou a atuar efetivamente a partir de 2002, quando os homicídios já tinham caído 36% em relação a 1999.
A realidade é que Diadema se beneficiou da queda generalizada da violência em todo o Estado, que foi de 67% entre 1999 e 2007. Diadema, com 20,5 mortos por 100 mil habitantes, está muito acima de cidades vizinhas, como São Bernardo do Campo (10,8), Santo André (10,2) e até da capital (14,2%).
Em muitas cidades, como na capital, os homicídios continuaram caindo de 2006 para 2007, enquanto Diadema empacou e, há dois anos, está no patamar acima de 20 mortos por 100 mil habitantes."
JOSÉ VICENTE DA SILVA FILHO, diretor-executivo do Instituto Pró-Polícia, ex- pesquisador do Instituto Fernand Braudel (São Paulo, SP)

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