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PAINEL DO LEITOR
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Chuvas
"Na catástrofe carioca, os políticos deram exemplo de desrespeito
pelo ser humano ["Caos e mortes no
Rio revelam omissão do poder público", Folha Corrida, ontem]. Já a
população deu belíssimo exemplo
de solidariedade e humanidade.
Com esse fato trágico, alguns políticos deveriam seguir os munícipes
que souberam valorizar a vida e
respeitar o ser humano."
MÁRCIO ALEXANDRE DA SILVA (Assis, SP)
Lula
""O cerco que acomete o presidente Lula, feito de contrariedades
e desafios à sua soberba, é invariável." Janio de Freitas ["O descontrole", Brasil, ontem] me faz sorrir de
alegria pela qualidade do texto e já
estou pois imaginando o sr. Lula no
dia 2/1/ 2011, com vitória ou não do
PT, tendo que trabalhar para pagar
as multas da Justiça Eleitoral em
vez de viajar para a França como
fez o sr. FHC."
OSMAR G. LOUREIRO (Cravinhos, SP)
Serra
"O candidato José Serra disse que
não se pode dividir o Brasil entre
pobres e ricos, Norte e Sul, mas não
lhe ocorreu observar que essa divisão, que de fato existe, é produzida
dia a dia pelo capitalismo predador,
cujas elites tudo fazem para mantê-lo, e que produz a fúria cínica e irracional em todo o continente contra
qualquer governo que ponha em xeque essa perversa separação, com
políticas sociais atacadas como populistas.
Por que será que essa "massa
cheirosa" (como se referiu um dirigente tucano, segundo a Folha) que
fez a claque do lançamento do candidato teme tanto assim a vitória de
sua adversária? Não será porque
seus apoiadores temem que um dia
a massa não cheirosa se dê conta de
que o apartheid social é uma realidade que é sistematicamente dissimulada por discursos de uma enganosa fraternidade?"
ADIR CLAUDIO CAMPOS (Uberlândia, MG)
Dilma
"Dilma Rousseff disse: "Eu não
fujo quando a situação fica difícil.
Não tenho medo da luta (...) Nunca
abandonei o barco". ["No ABC, Lula
e Dilma rebatem fala de tucano",
Brasil, ontem].
Esta não foi só uma ofensa a José
Serra, mas a todos os exilados do
Brasil que deixaram suas vidas para
trás para se proteger dos excessos
da ditadura. Ela deu a entender que
só os guerrilheiros lutaram pelo
Brasil. Segundo ela, os exilados seriam meros fugitivos."
THOMAS HOHL (Campinas, SP)
Papa
"Sempre hesitei em aceitar a hipótese de preconceito antirreligioso na cobertura por parte da imprensa brasileira dos casos de pedofilia envolvendo o clero católico. Infelizmente, o artigo "Papa mandou
adiar saída de padre pedófilo"
[Mundo, 10/4] acabou por me convencer disso. O conteúdo do artigo
poderia perfeitamente ter como
manchete "Papa mandou exonerar
padre pedófilo"."
WAGNER MARCHIORI (São Paulo, SP)
"Pela atuação do cardeal Ratzinger, hoje papa Bento 16, no caso
de pedofilia de um subordinado, difícil será acreditar que sua eleição
para papa tenha sido de inspiração
divina."
CARLOS EDUARDO POMPEU (Limeira, SP)
TV
"A rede Globo teve a coragem de
omitir no seu noticiário do "Jornal
Nacional" de sábado a participação
de uma candidata presidencial, em
evento na cidade de São Bernardo,
enquanto gastou grande parte de
seu tempo mostrando a cobertura
do lançamento do outro candidato
à Presidência. Considero que um
bom veículo de comunicação tem
que tratar de forma igualitária os
pretendentes ao cargo de presidente da República, de tal forma que o
público possa fazer a sua escolha; isto é democracia."
ANDERSON APARECIDO (Hortolândia, SP)
Ficha limpa
"Lendo a opinião dos leitores Victor Ferrão e Tânia Tavares ["Painel
do Leitor", ontem], quero como eles
manifestar minha indignação, mas
também dar uma sugestão para um
dos pontos mais polêmicos: o direito de ser julgado antes de ser punido, não podendo candidatar-se.
Que tal um fórum especial para
julgar especificamente os candidatos que estão enrolados com a Justiça entre a data de seu registro como candidato e a eleição? Assim
eles não se beneficiariam pela morosidade da Justiça, e o povo teria o
direito de votar em um cidadão que
seja realmente representante da
quase totalidade dos brasileiros, ou
seja, pessoas com ficha limpa."
MARIA DE NASARÉ FONSECA SERPA (Bragança Paulista, SP)
Eleitorado feminino
"A leitora Maria Lucia Vaz ("Painel do Leitor", ontem) defendeu a
sensibilidade feminina em perceber falsidade, oportunismo e caráter de candidatos. Quero lembrá-la
que o eleitorado feminino aderiu à
campanha de Collor em peso, talvez
iludido pela aparência jovial do candidato.
Além do mais, todo político falso,
oportunista e mau-caráter tem
uma, ou até mais de uma, mulher
que o ama. Portanto as mulheres
também podem fazer papel de ingênuas ou coniventes. O problema do
eleitor brasileiro vai além das diferenças entre homens e mulheres."
GERMANO AUGUSTO RIOS FERREIRA (Uberaba, MG)
Ensino superior
"Em 7 de abril, foi publicado no
"Diário Oficial da União" que um
curso de medicina foi fechado e outros oito terão de reduzir as vagas
oferecidas. No total, serão eliminadas 570 vagas por ano.
A determinação teve como base
os resultados do Exame Nacional
de Desempenho de Estudantes
(Enade) de 2007 e a avaliação feita
por uma comissão de especialistas
do Ministério da Educação. No Brasil, há 181 escolas médicas, que formam um contingente de profissionais maior do que o sistema de saúde comporta.
A Associação Médica Brasileira
louva os esforços no sentido de corrigir graves distorções que ocorreram ao longo do tempo. É imperioso que a sociedade brasileira se mobilize em apoio a iniciativas desse
tipo, pois o interesse e as pressões
da indústria do ensino superior no
Brasil tendem a anular ações moralizadoras dessa natureza.
JOSÉ LUIZ GOMES DO AMARAL, presidente da Associação Médica Brasileira (São Paulo, SP)
Lixo
"Gostaríamos de parabenizar os
editores por "A evolução do lixo"
[Editoriais, 8/4]. Entretanto, apesar de dar luz a pontos importantes
do projeto de lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, como a
adoção dos princípios de redução,
reutilização e destinação final adequada, o texto não considerou um
tópico fundamental: a evolução
tecnológica do setor.
O Brasil ainda é um país de lixões. Para resolver o problema, a
nova política precisa permitir que
haja um amplo avanço, principalmente no campo da destinação final, não invalidando nenhuma solução tecnológica disponível.
A discussão sobre a gestão de resíduos sólidos deve ser colocada no
campo técnico, superando ideologias do passado. Não existe solução
única, isolada. É fundamental que
haja uma integração entre as soluções disponíveis, mediante a adoção de planejamento que considere
também o trabalho de conscientização junto à sociedade."
CARLOS ROBERTO VIEIRA DA SILVA FILHO, diretor-executivo da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (São Paulo, SP)
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