São Paulo, quinta-feira, 12 de maio de 2011

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ELIANE CANTANHÊDE

À pururuca

BRASÍLIA - ""Só saio se a Dilma quiser", declarou Ana de Hollanda, da Cultura, a primeira ministra a cair na frigideira no atual governo.
E Dilma quer? Por enquanto, não. Primeiro, não quer confusão. Segundo, as mudanças deverão ser em conjunto, quando das desincompatibilizações para as eleições municipais. Terceiro, o Planalto já concluiu que a ministra é alvo de "fogo amigo" -são petistas que estão fritando a ministra, até porque a oposição, debaixo de uma boa de uma crise, tem mais o que fazer.
Ao assumir, Ana gerou uma dúvida: estaria virando ministra por causa do irmão, Chico, petista de carteirinha, lulista roxo e dilmista por gravidade? Depois, veio a trombada com o sociólogo Emir Sader, que queria transformar a Casa de Rui Barbosa em altar para Lula, chamou a ministra de "meio autista" e ficou a ver navios.
Agora, há o exército da internet, no qual perfilam André Vargas, secretário de Comunicação do PT, Marcelo Branco, que foi da coordenação da campanha de Dilma, e o ator José de Abreu, que não manda nada, mas se mete em tudo.
O estopim está no ex-ministro Juca Ferreira, que mantém sua turma no ministério e nos calcanhares da sucessora. O motivo seria mero ciúme, mas sob o pretexto de que Ana estaria profanando a política cultural e a memória do idolatrado Lula. Taí algo que sensibiliza os petistas.
Ao lado disso, toda hora pipoca uma crise. Ora é o pessoal do setor reclamando do atraso do pagamento de convênios e contratos e da falta de novos editais nas diferentes áreas. Ora é o pagamento de diárias para a ministra se hospedar na sua própria casa no Rio. Ora é a liberação de uma bolada para shows da sobrinha artista.
Dilma enviou Gilberto Carvalho, sonso como ele só, para tranquilizar a ministra e dar "alguns conselhos". Soa como "quem avisa amigo é". Afinal, Dilma quer boas notícias. Ana de Hollanda só traz más notícias, uma atrás da outra.

elianec@uol.com.br


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