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Ativismo transgênico
Verba pública alimenta os atos de depredação e o atraso ideológico de organizações como o
MST e a Via Campesina
TREZE Estados, 6.900 militantes e o objetivo de deter o desenvolvimento da
economia nacional. Marcaram-se pelo mais primário
vandalismo as ações articuladas
nesta terça-feira pela Via Campesina -entidade que reúne os
sem-terra do MST, os atingidos
por barragens e ativistas de movimentos urbanos de diversa denominação.
Em tempos passados, a principal bandeira dos sem-terra era a
eliminação do latifúndio improdutivo. Ainda que fossem profundamente condenáveis os seus
métodos, dada sua ilegalidade e
truculência, podia-se ao menos
argumentar que se insurgiam
contra um clássico fator de arcaísmo na sociedade brasileira.
No Nordeste de 1930, como na
América Latina de 50 anos atrás,
na Europa feudal ou no Japão há
mais de um século, coronéis,
"terratenientes", barões e
"daimyôs" opuseram indiscutíveis obstáculos à dinamização de
suas respectivas sociedades. Por
mais duvidosos que tenham sido
os resultados de muitas experiências de redistribuição de terras ao longo da história mundial,
não era difícil identificar na oligarquia rural um foco de tradicionalismo e resistência à modernização da sociedade.
Inverteu-se radicalmente o
quadro nos dias de hoje. O tema
do latifúndio improdutivo deixa
de constar das reivindicações de
movimentos "campesinos" -cuja artificialidade, no Brasil, já se
faz sentir pelo próprio nome.
É contra o agronegócio, contra
a pesquisa em biotecnologia,
contra hidrelétricas e siderúrgicas que se mobilizaram os manifestantes desta terça-feira.
Mudas de cana-de-açúcar utilizadas em pesquisas foram destruídas em Pernambuco; uma
usina hidrelétrica foi invadida na
Bahia; ferrovias da Vale do Rio
Doce foram bloqueadas em Minas Gerais e Tocantins; o porto
de Pecém (CE) foi ocupado.
Não se trata de colocar acima
de questionamento os possíveis
impactos ambientais e humanos
do agronegócio, da mineração ou
da construção de hidrelétricas.
Mas o que está em jogo não é a
reparação de prejuízos isolados,
e sim uma ação em escala nacional, voltada para recriar um sistema de coletivismo neolítico
num país que acumula sucessos
internacionais na produção de
alimentos e matérias-primas.
Arcaicos os objetivos, primitivos os métodos, obscurantista a
mentalidade. Só no financiamento e na organização interna
os movimentos "campesinos" se
distinguem pela sofisticação.
Contam com o aparelhamento
de órgãos estatais sob o governo
Lula e com as verbas -que com
justiça se poderia chamar de
transgênicas- oriundas do repasse governamental a sindicalistas e assentados. Recursos em
tese dirigidos ao desenvolvimento da agricultura familiar são a
fonte dos "dízimos" de que se nutrem essas organizações.
É assim que os impostos gerados pelo progresso industrial e
agrícola financiam, com a leniência do governo, os fanáticos
do vandalismo, da primariedade
e da estagnação.
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