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SERGIO COSTA
Plasma eleitoral
RIO DE JANEIRO - Ponto positivo na ressaca do Mundial: Lula tem
evitado as metáforas futebolísticas.
Pelo menos por algum tempo, nos
dará sossego aos ouvidos.
Pode ser, como diziam os especialistas, que vitória ou derrota do
Brasil tivessem mesmo influência
zero nas urnas para oposição e governo. Mas, como mesmo quem
não acredita em bruxas sabe que
elas existem, o presidente tomou
cuidados. Se antes buscava colar
sua imagem à do Brasil favorito
com entrevista, as tais metáforas
nos discursos e até uma teleconferência com Parreira e turma -o que
lhe rendeu uma cabeçada de Ronaldo no fígado-, no pós-Zidane Lula
manteve prudente distância do
Brasil eliminado.
Ponto negativo: os joguinhos do
meio-dia, mesmo chochos, darão
lugar ao blablablá dos candidatos
em desfile. Quem comprou TV de
plasma deve estar analisando a relação custo-benefício da "criatura"
-haja DVD para encher a telona.
Saudades de Ucrânia x Tunísia...
Ao menos ninguém mais precisará assistir ao Lula com a camisa da
seleção ou à vibração contagiante
de Geraldo Alckmin nos gols do
Brasil. De agora em diante, a não ser
que haja alguma reviravolta, anunciam-se novas disputas sem grandes emoções: Lula navega no favoritismo calcado em números econômicos positivos, Aécio Neves parece imbatível em Minas e José Serra, pelo que indicam as pesquisas,
não terá maiores sustos em São
Paulo. Os dois tucanos espicham o
olho para 2010.
Dos maiores colégios, resta o Rio.
Sem ambições ou atores no cenário
nacional, a disputa por aqui tende a
esquentar com horário gratuito e
debates. A oposição promete gastar
munição contra o favorito Sérgio
Cabral Filho (PMDB). Como, historicamente, ele prefere evitar confrontos, é capaz de embolar. A conferir nessa volta ao mundo real.
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