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PAINEL DO LEITOR
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Congresso
"É difícil achar um adjetivo para
qualificar as ações de nossos senadores e deputados. A cada novo escândalo, surgem grupos da mesma
gangue para tentar abafar o caso e
fazer tudo parecer perseguição política. Até quando vamos continuar
permitindo tamanha barbaridade?
Já não seria tempo de iniciarmos
um movimento nacional de moralização da política? Assim como houve o movimento Diretas-Já, precisamos fazer um movimento para
exigir a reforma política imediata,
antes que senadores e deputados
acabem com todas as nossas possibilidades de um futuro razoável.
Como não existem líderes nesse
país, acredito que somente a imprensa e os outros meios de comunicação podem estimular o povo a
exigir seus direitos e recuperar a
moral na política nacional."
CLAUDIO JOSÉ BERTOLI (Curitiba, PR)
"Nada melhor para expressar o
pensamento dessa dita oposição do
que a declaração de Fernando Henrique Cardoso em sua extemporânea visita de cortesia a Sarney: "Em
casa de enforcado não se fala em
corda". Essa atitude de FHC é a essência de uma oposição que não desafia nem melindra ninguém, apenas se acomoda, aguardando, quem
sabe, a sua vez de chegar ao poder.
Se ele não queria melindrar enforcados, deveria ter ficado em casa,
pois essa visita a Sarney é uma grande bofetada em todos nós cidadãos
brasileiros, os verdadeiros e eternos enforcados."
RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ)
"Eu gostaria de ter a mesma visão
que tem o presidente Lula, segundo
quem não há crise no Senado. Gostaria, inclusive, de viver no mesmo
país em que ele vive."
CARLOS GASPAR (São Paulo, SP)
Caso Alstom
"Do jeito que estão as coisas na
política brasileira, com atos secretos, atos obscenos e salários de
mordomo na casa de R$ 12 mil com
conivência total do Congresso, fica
difícil imaginar que o caso "Propina
Alstom", em São Paulo, venha a ser
investigado e que os culpados possam devolver aos cofres públicos
paulistas o que receberam ilicitamente eventualmente. Exceto se o
Ministério Público suíço, que é sério e honesto, resolver julgar, condenar e colocar na cadeia suíça os
que receberam propinas e facilitaram a vida da empresa no Brasil.
Se formos depender da Justiça
nacional, do Ministério Público daqui e dos nossos deputados estaduais, estaremos perdidos num deserto de ética, de honestidade e respeito à coisa pública, no qual até os
oásis foram roubados."
RAFAEL MOIA FILHO (Bauru, SP)
Delegacias
"Com preocupação e tristeza li a
reportagem "Delegado agora acumula distritos em SP" (Cotidiano,
7/7). A Polícia Civil há muito deixou de ser um grupo homogêneo, e
a instituição está há muito tempo
na UTI, respirando por aparelhos.
Os governadores jamais tiveram
a preocupação de revitalizar a instituição. Os secretários de Segurança
chegam, inventam e nada acrescentam, semeando descontentamento
e insatisfação com a falta de condições para o trabalho policial.
Os delegados-gerais, de confiança dos governadores, ficam distantes dos problemas para permanecerem na cadeira tão disputada. O
grande sonho dos delegados de polícia seria que os delegados-gerais
fossem nomeados a partir de lista
tríplice, mas isso é tabu.
Agora fecham os departamentos
no período noturno e tentam justificar o injustificável. Ora, se não é
possível mantê-los abertos, que sejam fechados.
Estão matando, aos poucos, a Polícia Civil paulista. Só resta desligar
os aparelhos. Mas o meu amor por
ela não morrerá, e a minha voz não
se calará."
JOAQUIM REIS JUNIOR, delegado de polícia aposentado (São Paulo, SP)
Lattes
"A Plataforma Lattes permite o
acesso fácil aos currículos das pessoas envolvidas com ciência e tecnologia no Brasil. Ela representa
um avanço importante na identificação de indivíduos atuantes nos
diversos campos e permite um mapeamento da nossa capacidade
científica. Ademais, é um mecanismo de transparência na avaliação
da produção científica brasileira.
Vemos com preocupação que a
credibilidade desse valioso instrumento seja questionada pela existência de fraudes. O esforço no
combate às informações falsas no
Lattes é feito constantemente pela
própria comunidade científica -o
que reforça a importância de um
instrumento público de fácil acesso.
Registramos, ainda, que instrumentos de conferência automática
de dados foram agregados recentemente, o que aumenta sua credibilidade. Reafirmamos a nossa confiança nas medidas que o CNPq tem
tomado para reduzir os problemas
detectados. Não nos resta dúvida de
que a comunidade científica brasileira é formada na sua imensa
maioria por indivíduos que apresentam dados corretos nos seus trabalhos e nos seus currículos."
ALDINA BARRAL, presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia (Salvador, BA)
Organizações sociais
"Ao contrário do que argumenta
Iberê de Mello ("Painel do Leitor",
9/7), a constatação de que nossa
Constituição determina que o Estado seja executor dos serviços sociais é jurídica. Ele defende o Estado apenas como definidor das políticas sociais, o que é uma opinião
impregnada pela ideologia neoliberal. Defendo a sociedade civil organizada como controladora do Estado, e não como instrumento de privatização. E não é futurologia a
constatação de que hoje contamos
com ministros do STF mais publicistas e menos privatistas, com tendência para considerar inconstitucional a Lei das OS."
TARSO CABRAL VIOLIN (Curitiba, PR)
USP
"A carta de um estudante de jornalismo da USP ("Semana do Leitor", 5/7) merece reparos. Ao apontar supostas falhas no editorial "Depois da greve" (Opinião, 2/7), o aluno dispara, em seu texto, várias expressões que chegam a impressionar pela contundência e o divórcio
com a realidade ao se referir à USP.
A eleição para reitor é realizada
em dois turnos. São eleitos oito nomes no primeiro turno pela Assembleia Universitária, constituída pelo Conselho Universitário (Co), pelos conselhos centrais e pelas congregações das unidades.
A seguir,
três nomes são eleitos no segundo
turno pelo Co e pelos conselhos
centrais. Na eleição da atual reitora, Suely Vilela, a Assembleia Universitária foi composta de 751 professores titulares (44%) e 954
(56%) professores de outras categorias, docentes, discentes, servidores técnico-administrativos e representantes da comunidade.
No segundo turno dessa mesma
eleição, a composição do colégio
eleitoral foi de 148 professores titulares, o que corresponde a 49% dos
membros, e não a 75%, conforme
menciona o estudante. Ressalte-se
também que, dos 114 membros do
Conselho Universitário, apenas 42
dirigentes de unidades/órgãos são
nomeados pela reitora, com base
em lista tríplice.
Vale ressaltar também que, diferentemente do que afirma o referido estudante, a USP não se omite
diante das necessidades sociais
brasileiras. Uma das iniciativas
nesse sentido é a implantação, em
2006, do Inclusp, programa que articula mérito acadêmico, autonomia universitária e inclusão social."
ADRIANA CRUZ, assessora de Imprensa da Reitoria
da USP
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