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O EMPREGO AMERICANO
A retomada do crescimento
da economia norte-americana
vinha ocorrendo nos últimos meses
sem geração de empregos ("jobless
recovery") ou com perdas de vagas.
Desde 2001, o mercado de trabalho
viu-se encolhido em mais de 2,5 milhões de vagas, com impactos adversos nos níveis salariais.
Há várias hipóteses para explicar
essa situação. Em primeiro lugar, as
empresas introduziram inovações
tecnológicas durante o ciclo expansivo dos anos 90, permitindo elevar a
produção com menos trabalhadores. Em segundo lugar, as corporações deslocaram total ou parcialmente cadeias de produção de bens e
serviços para países com menores
salários, sobretudo China e Índia.
Em terceiro lugar, no movimento
inicial da recuperação as empresas
passaram a utilizar a capacidade produtiva ociosa e os trabalhadores disponíveis, postergando novas contratações e investimentos.
De acordo com o Departamento de
Trabalho dos EUA, a taxa de desemprego declinou levemente, passando
de 6,1% em setembro para 6% em
outubro. Os dados revelam também
que houve criação de vagas pelo terceiro mês consecutivo. Observe-se,
no entanto, que elas se concentraram no setor de serviços. Na indústria manufatureira, o nível de emprego persistiu em queda pelo 39º mês,
embora se tenha verificado uma desaceleração nas demissões.
Os sinais de melhoria do mercado
de trabalho, portanto, embora auspiciosos, ainda são bastante modestos.
As incertezas sobre uma retomada
consistente das contratações permanecem, tanto quanto as dúvidas acerca da sustentabilidade de uma recuperação fortemente induzida por estímulos fiscais e baixíssima taxa de
juros. O comportamento do desemprego merece ser acompanhado de
perto nos próximos meses. Ele dirá
muito a respeito do perfil e do fôlego
do atual reaquecimento econômico
norte-americano.
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