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Na lista de prioridades
A DIVULGAÇÃO dos resultados relativos ao ano de
2004 do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pela ONU, não trouxe
surpresas. A posição do Brasil no
ranking desse indicador, que
combina estatísticas relativas à
esperança de vida, à alfabetização, à escolarização e ao PIB per
capita, oscilou de 68º para 69º.
Registre-se que o Brasil avançou na distribuição de renda,
tanto em termos absolutos como
na comparação com outros países. Mantém-se, no entanto, numa posição vexaminosa: a décima maior concentração de renda
dentre os 126 nações do levantamento (existem 192 países filiados às Nações Unidas).
O relatório da ONU que trouxe
os números do IDH também levantou a questão hídrica. É preocupante que as carências do Brasil no campo do saneamento
continuem grandes e só venham
diminuindo muito devagar.
Entre 1990 e 2004 a proporção
de brasileiros com acesso à coleta de esgoto aumentou apenas de
71% para 75% -o que significa
que mais de 40 milhões continuam privados desse serviço.
Há tempos o setor de saneamento no Brasil sofre de falta de
investimentos. Os "nós" são variados. Há questões de financiamento: o setor demanda investimentos de grande porte cujo
prazo e cuja taxa de retorno são
difíceis de compatibilizar com a
lógica de uma operação estritamente privada. Por isso, alguma
participação, direta ou indireta,
de recursos públicos é necessária. E há questões legais relativas
à divisão de atribuições entre as
esferas de governo.
Muito se tem falado da necessidade de o setor público contribuir de modo mais efetivo para a
viabilização de melhoras na infra-estrutura do país, com ênfase
nos transportes e na energia. O
saneamento, inclusive por seus
impactos sociais, deveria ser integrado imediatamente a essa
lista de prioridades.
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