São Paulo, domingo, 12 de novembro de 2006

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Na lista de prioridades

A DIVULGAÇÃO dos resultados relativos ao ano de 2004 do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pela ONU, não trouxe surpresas. A posição do Brasil no ranking desse indicador, que combina estatísticas relativas à esperança de vida, à alfabetização, à escolarização e ao PIB per capita, oscilou de 68º para 69º.
Registre-se que o Brasil avançou na distribuição de renda, tanto em termos absolutos como na comparação com outros países. Mantém-se, no entanto, numa posição vexaminosa: a décima maior concentração de renda dentre os 126 nações do levantamento (existem 192 países filiados às Nações Unidas).
O relatório da ONU que trouxe os números do IDH também levantou a questão hídrica. É preocupante que as carências do Brasil no campo do saneamento continuem grandes e só venham diminuindo muito devagar.
Entre 1990 e 2004 a proporção de brasileiros com acesso à coleta de esgoto aumentou apenas de 71% para 75% -o que significa que mais de 40 milhões continuam privados desse serviço.
Há tempos o setor de saneamento no Brasil sofre de falta de investimentos. Os "nós" são variados. Há questões de financiamento: o setor demanda investimentos de grande porte cujo prazo e cuja taxa de retorno são difíceis de compatibilizar com a lógica de uma operação estritamente privada. Por isso, alguma participação, direta ou indireta, de recursos públicos é necessária. E há questões legais relativas à divisão de atribuições entre as esferas de governo.
Muito se tem falado da necessidade de o setor público contribuir de modo mais efetivo para a viabilização de melhoras na infra-estrutura do país, com ênfase nos transportes e na energia. O saneamento, inclusive por seus impactos sociais, deveria ser integrado imediatamente a essa lista de prioridades.


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