São Paulo, terça-feira, 13 de janeiro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Renda mínima
"Em relação à nota "Carona de Lula" ("Painel", Brasil, pág. A4, 11/1), esclarecemos que nem a editora Fundação Perseu Abramo nem a Cortez Editora consideram o livro "Renda de Cidadania", por elas editado, de autoria do senador Eduardo Suplicy, um "encalhe". Afinal, a primeira edição foi lançada em janeiro de 2002, com tiragem de 6.000 exemplares, e a segunda, em setembro do mesmo ano, com 3.000 exemplares, totalizando 9.000 livros, dos quais restam em estoque cerca de mil. Diante da promulgação pelo presidente Lula da lei que estabelece a renda básica de cidadania no Brasil, acreditamos que o tema vá passar a despertar ainda mais interesse, o que nos faz pensar não só em novas ações de marketing mas também em novas edições do livro." Flamarion Maués, coordenador editorial da Editora Fundação Perseu Abramo, e
Marilu Garcia do Amaral, assessora de imprensa da Cortez Editora (São Paulo, SP)

Em
"Tendo em vista a reportagem "Policial tentou sacar verba bloqueada" (Brasil, pág. A8, 9/1), informamos que nosso cliente Cícero Viana Filho, "diante dos fatos que foram noticiados (a Operação Anaconda), entendeu por bem desfazer o negócio" que mantinha, em fase de implementação, com o sr. César Herman Rodriguez, tendo consignado perante a Nossa Caixa os valores devidos e ainda notificado o sr. Herman Rodriguez sobre o fim do negócio. Entretanto a reportagem está equivocada ao afirmar que "o empresário Cícero Viana Filho -que seria sócio de Herman Rodrigues em empreendimentos imobiliários- tentara sacar aquela importância em espécie, com uma procuração numa agência da Nossa Caixa". O sr. César Herman jamais outorgou procuração para que o sr. Cícero sacasse em seu nome os referidos valores. Segundo informação obtida em 9/1 na Nossa Caixa, a referida procuração teria sido outorgada por César Herman à sra. Lisandra Gisella Vilela Vargas."
Luiz Fernando Pacheco, advogado (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Frederico Vasconcelos - Procurado antes da publicação da reportagem, o advogado não possuía, na ocasião, os dados que corrigiriam a informação do Ministério Público Federal. Veja abaixo a seção "Erramos".

Véu
"Alain Touraine ("O véu e a lei", Mais!, 11/1) diz coisas interessantes sobre a proibição do véu na França, mas penso que Luiza Nagib Eluf tenha tocado no verdadeiro problema quando disse que a questão é que esconder os cabelos, o rosto ou o corpo feminino é uma repressão contra a mulher ("O véu religioso", pág. A3, 30/12). Infelizmente, a França não teve coragem de entender as coisas assim e transformou, como Touraine também fez, a discussão num debate sobre a laicidade em geral, e não sobre a repressão à mulher. Daí que tenha proibido quipás, crucifixos e tudo o mais. O jornal "The New York Times" de ontem mostrou que a burocracia francesa se esqueceu da existência de 5.000 sikhs, que jamais tiram o turbante da cabeça e também serão afetados pela lei. Bernard Stasi, presidente da comissão da qual Touraine fez parte, perguntou ao "NYT': "Mas há sikhs na França?". Ignorância espantosa. São esses os problemas que surgem quando uma questão não é tratada como ela é (no caso, a condição da mulher), mas, sim, como ela é sonhada num imaginário cultural (no caso, os mitos franceses da laicidade e da República). Nós, que simpatizamos com a França e com os seus valores, só podemos nos inquietar com os problemas que ela está criando ao tentar resolver -mal- o problema do véu."
Renato Janine Ribeiro, professor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade da Columbia em Nova York (Nova York, EUA)

Roraima
"Os ilustres professores Paulo Santilli e Nádia Farage, autores do artigo "Triste Roraima" ("Tendências/Debates", 12/1), esqueceram-se de citar que, em 1835, uma expedição "científica" da Royal Geographical Society, liderada pelo alemão Robert Hermann Schomburgk, alterou deliberadamente a fronteira do Brasil com a Guiana Inglesa, fazendo com que nós perdêssemos a rica região do rio Pirara. O que aconteceu, segundo o historiador e renomado amazonólogo Arthur Reis, foi que as Forças Armadas brasileiros sediadas no forte Rio Branco (RR) foram deslocadas para combater uma insurreição em Belém do Pará conhecida como Cabanagem (1835-1840). Quando nossas tropas voltaram para a região do Pirara (exatamente a área que se pretende agora demarcar), os índios macuxis hastearam e cantaram alegremente o hino inglês sob a proteção dos bondosos missionários. Eu não confiaria de novo nossa soberania nas mãos desses índios."
William Gama (Campinas, SP)

Transgênicos
"Em relação à carta de 9/1 do sr. Adilson Gonçalves ("Painel do Leitor'), gostaria de fazer algumas considerações: 1) Diferentemente da soja RR, o cigarro recebe um rótulo com fotos chocantes e com mensagens que chamam a atenção do fumante sobre os malefícios do fumo. Esses malefícios foram comprovados pela pesquisa. No caso da soja transgênica, simplesmente não há pesquisa que comprove ou não malefícios à saúde humana ou ao ambiente. Em segundo lugar, o cigarro não é empurrado na marra para os consumidores, como está sendo feito no caso dos transgênicos; 2) Insulina e vacinas são produzidas por meio de bactérias geneticamente modificadas em condições controladas (laboratório), e não a céu aberto, como no caso da soja transgênica. Vale dizer que a área de cultivo de soja no Brasil é de cerca de 20 milhões de hectares, em diferentes tipos de solo e em diversos ecossistemas; 3) Os transgênicos não são mais produtivos. A produção de grãos é um caráter quantitativo, ou seja, envolve grande número de genes e é fortemente influenciado pelo ambiente."
Milton Krieger (Piracicaba, SP)

Educação
"Em relação à reportagem "Governo de SP reduz Escola da Família" (Cotidiano, 9/1), a Secretaria de Estado da Educação esclarece que não há nenhum levantamento que defina quantas escolas públicas estaduais deixarão de ter o programa Escola da Família em 2004. A informação da desativação do programa em cerca de 220 escolas é de total responsabilidade do jornal. Apenas no final de fevereiro de 2004 é que se poderá avaliar se haverá ou não a necessidade do cancelamento do programa em alguma escola da rede. O encerramento poderá ocorrer somente em três situações: caso a escola seja municipalizada, caso ela seja vizinha de outra escola estadual ou caso ela esteja localizada em região estritamente comercial ou industrial, onde não há procura nos fins de semana. Lançado em agosto de 2003, o Escola da Família fez com que cerca de 9 milhões de pessoas passassem pelas escolas públicas estaduais nos fins de semana."
Alex Gusmão, coordenador de comunicação da Secretaria de Estado da Educação (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Rogério Pagnan - A coordenadora-executiva do programa Escola da Família, Cristina Cordeiro, afirmou à Folha, em entrevista gravada, que seriam fechadas "entre duas e três escolas por Diretoria de Ensino". No Estado, há 89 Diretorias de Ensino. A reportagem também informou que o número exato de escolas onde o programa será desativado depende de estudo que ainda não foi concluído.


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