São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2005

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PAINEL DO LEITOR

Viagem a Cuba
"Em referência à reportagem "Dirceu passa Carnaval em Cuba, visita Fidel e revê velhos amigos" (Brasil, pág. A5, 11/2), sobre a visita oficial do ministro José Dirceu a este país, reafirmo que não acompanhei o senhor ministro em seu encontro de trabalho com o presidente Fidel Castro por não ter sido solicitada a minha presença."
Tilden Santiago, embaixador do Brasil em Cuba (Havana, Cuba)

 

"Citado nominalmente na reportagem "Dirceu passa Carnaval em Cuba, visita Fidel e revê velhos amigos", esclareço que viajei a Cuba na semana passada para continuar a realização de trabalho sobre os brasileiros que viveram exilados naquele país durante a ditadura militar -entre eles o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu de Oliveira e Silva, que lá se encontraria no mesmo período. Em companhia do ministro, do embaixador do Brasil, Tilden Santiago, e do presidente da Biblioteca Nacional, Pedro Corrêa do Lago, visitei a Feira Internacional do Livro de Havana (neste ano dedicada ao Brasil). Embora pretendesse realizar sete locações com o ministro, só pude concretizar duas delas (na casa onde ele viveu e no Instituto Cubano de Artes e Indústria Cinematográfica, onde trabalhou) devido a compromissos oficiais que ele cumpriu em Cuba."
Fernando Morais, jornalista (Guarujá, SP)

Hábitos alimentares
"Assustador ver o culto Gilberto Dupas resumir a história da alimentação humana mencionando Adão, Eva e Noé ("Entre carnívoros e canibais", "Tendências/ Debates", 11/2). Quem pode saber o que Noé comia, se é que ele existiu? Por que não usar dados científicos sobre nossos antigos hábitos alimentares, obtidos através de pesquisas paleontológicas, arqueológicas e dos costumes indígenas? Xô, criacionismo!"
Silvia C. R. de Vasconcellos, bióloga (Jundiaí, SP)

Aborto
"Felicitamos a Folha pela publicação do texto "Governo quer evitar debate moral sobre o aborto" (Cotidiano, 11/2), que, além de veicular informação esclarecedora sobre a constituição de um grupo de trabalho que revisará a legislação brasileira sobre o aborto, abre um importante espaço de discussão, respeitando o princípio democrático da pluralidade. A reportagem traz à tona uma posição comprometida do governo brasileiro com o Estado laico e é consoante com o compromisso assumido pelo Brasil nas Conferências do Cairo (1994) e de Pequim (1995). Congratulamo-nos em especial com as secretarias de Políticas para as Mulheres, de Promoção da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e com o Ministério da Saúde, que estão deflagrando um processo legítimo de revisão da legislação que criminaliza o aborto no Brasil, atendendo assim às recomendações da 1ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres."
Valéria Pandjiarjian, coordenadora da área de violência do Cladem -Comitê Latino Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (São Paulo, SP)

 

"Como várias outras práticas polêmicas, especialmente as que se relacionam com a religião (como as pesquisas com células-tronco), o aborto gera intermináveis discussões. Como relatou a Folha em 11/2 ("Aborto legal encontra resistência médica'), fora da capital não há serviço público que atenda os casos previstos na já antiga legislação -de 1940. Embora o médico não possa ser obrigado a fazer algo que vá contra os seus ditames de consciência, como prevê o Código de Ética Médica, o mesmo código também obriga a que se coloque o paciente em primeiro lugar entre as prioridades. E isso sem dúvida nenhuma é o que deveria justificar a realização do aborto previsto em lei em benefício da mãe. Não falta apenas o ensino de bioética aos médicos, mas também noções fundamentais de direito e da separação de Estado e igreja."
Célio Levyman, médico, mestre em neurologia pela Unifesp, ex-conselheiro do CRM-SP (São Paulo, SP)

Pontes
"Talvez não seja de conhecimento amplo que o Brasil domina completamente a tecnologia de construção de pontes e túneis, de estabilização de taludes etc.. Ou seja, temos pleno conhecimento técnico e competência indiscutível na área de geologia de engenharia para subsidiar a construção de obras com riscos mínimos à obra propriamente dita e à vida humana. Então por que pontes caem e matam? Por que barrancos deslizam e matam? São muitas as respostas, todavia destaco uma: os responsáveis por essas obras (construção ou manutenção) optaram pelo risco puro e simples, não desenvolvendo os estudos de investigação preliminares (sondagens e ensaios geofísicos) há muito consagrados e que permitem o correto planejamento da construção da obra ou o seu monitoramente quando já instalada. Esses mesmos (ir)responsáveis preferem não gastar de 3% a 5% do valor da obra em trabalhos investigativos preliminares e fundamentais, obtendo, com tal procedimento, lucros adicionais à custa de prejuízos materiais ou de vidas."
Luiz Antonio Pereira de Souza, geólogo (São Paulo, SP)

Coréia do Norte
"Sou, em princípio, contra o militarismo e contra todas as armas nucleares. Mas, infelizmente, existe uma superpotência mundial arrogante e com pretensões hegemônicas que só respeita os países fortes. Creio que, se o Iraque tivesse algumas ogivas nucleares, aquela potência imperialista não teria derrubado o seu governo. Por isso acho que a Coréia do Norte está no direito de se defender. Se os EUA e outros países pouco confiáveis, como Israel e Paquistão, têm a maldita bomba, por que os norte-coreanos não podem ter a sua?"
José Lourenço Cindra (Guaratinguetá, SP)

Carnaval
"Classifico como excelente a análise de Luiz Fernando Vianna sobre o Carnaval carioca publicada em 10/2 ("Teatralização apaga tradições", Cotidiano). Como diretor de teatro, devo aplaudir o desfile da Unidos da Tijuca, que teria nota 10 se houvesse o quesito "teatralização". Não é novidade que poucos espetáculos pelo mundo se igualam ao desfile do Rio de Janeiro. E, como em todo teatro, o que conta mais é a emoção. A Mangueira teria de voltar um pouco ao seu passado verde-e-rosa para obter nota entre os jurados populares das arquibancadas. Vianna acerta em cheio quando assinala o choro da Velha-Guarda da Portela como a imagem deste Carnaval. Os responsáveis pela tradicional escola deveriam importar-se menos em ganhar o Carnaval e mais em respeitar aquilo que construiu o Carnaval, ou seja, originalidade e elenco."
Paulo Rogério B. Rocco, diretor teatral (Tambaú, SP)

PT 25
"Acredito que somente os petistas de primeira grandeza (nem todos, portanto) têm motivos para comemorar os 25 anos de fundação de seu partido. Vários dissidentes ainda filiados e outros que recentemente deixaram a agremiação petista fazem coro com milhões de brasileiros, frustrados, que viram que o PT só é partido "dos trabalhadores" no nome, já que há muito deixou essa classe a ver navios, ou melhor, a ver desemprego, baixos salários e projetos sociais que parecem verdadeiras esmolas custeadas com o dinheiro público. Da mesma classe trabalhadora ainda podem ser considerados aqueles que baixaram de classe social justamente pela política econômica petista."
José de Freitas Guimarães (São Paulo, SP)


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