São Paulo, segunda-feira, 13 de março de 2006

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Contas no exterior
"A respeito da matéria "Empresário relata conta do PT no exterior e implica Mentor" (Brasil, 12/3, pág. A4), cabe dizer que causou-me profunda indignação a referida matéria publicada, cuja fonte não tem qualquer credibilidade e demonstra atender interesses escusos e inconfessáveis ao transmitir informações que não são verdadeiras à Folha de S. Paulo. Distante da verdade, o relato apresentado é descabido e não tem qualquer consistência ou fundamentação. Em respeito aos leitores da Folha de S. Paulo e para que não existam dúvidas, encaminharei documentos que comprovam as minhas afirmações."
José Mentor, deputado federal pelo PT-SP (Brasília, DF)

Câmara
"Brilhante o editorial "Licença para trair", publicado sábado pela Folha. Não há motivos para que o voto dos parlamentares seja secreto. O que eles têm a esconder? O povo tem o direito de conhecer as escolhas de seus candidatos. Só assim poderemos votar corretamente nas eleições."
André Luiz Ferreira Cunha (Amparo, SP)

 

"O deputado Aldo Rebelo é o Severino Cavalcanti do lado avesso. Um coveiro em horário nobre. Uma nuvem fúnebre que a máquina do governo colocou no horizonte sombrio do Congresso. Ao declarar que a absolvição dos deputados que receberam propina do "valerioduto" faz parte da "tradição da Casa", ele apenas confirmou que a imunidade parlamentar é uma instituição destinada a proteger os bandidos que foram equivocadamente eleitos ou que pagaram pelo voto do eleitor."
Wilson G. Parker (Nova Friburgo, RJ)

MST
"A mídia continua a demonizar o MST, um movimento social que tem algo a dizer e procura mostrar, por meio de ações efetivas, o problema agrário, que continua sem solução no Brasil. Procuram desmoralizar as causas e manifestações do movimento e colocá-lo apenas como baderneiro. Precisamos que a sociedade como um todo tenha a consciência política do MST e faça algo contra a situação vigente no país, em que políticos terríveis zombam de nossa cara -como os que foram absolvidos no Congresso."
Alexandre R. Alves (Divinópolis, MG)

 

"Causa espanto e preocupação ver o comportamento do MST e de seus asseclas quando resolvem, sob o manto da impunidade e conivência do governo Lula, executar ações como a invasão e destruição do canteiro da fábrica de celulose, cujo trabalho de pesquisas de mais de 20 anos foi destruído em minutos. Se o Brasil fosse um país de políticos sérios, já existiriam leis para coibir e punir severamente os responsáveis. Essa gente, dos movimentos ditos sociais, mas que no fundo tem objetivos escusos, põe em risco a democracia."
João Carlos Gonçalves Pereira (Lins, SP)

Stalin
"Resenha da trilogia de Isaac Deutscher sobre Trotski ("Obra sobre Trótski ainda estimula reflexões", Ilustrada, 11/3, pág. E5), Demétrio Magnoli conclui dizendo que a apresentação feita por mim seria um "envergonhado resgate moral da ditadura de Stalin", sem nenhum argumento. Cito apenas frase minha na apresentação: "O preço a pagar pelo desenvolvimento compulsivo imposto por Stalin, no entanto, foi o da ruptura com a democracia e os espaços de debate, consolidando um regime que, se trazia conquistas sociais jamais obtidas pelo povo russo, fazia-o à custa da privação da liberdade". Uma leitura mais atenta teria poupado o resenhista de uma afirmação gratuita."
Emir Sader, sociólogo e professor da USP e da Uerj (São Paulo, SP)

Resposta do colunista Demétrio Magnoli - Emir Sader omite a sua frase imediatamente anterior, que confere sentido à que cita. Nela, o "desenvolvimento compulsivo" imposto por Stalin é apresentado como responsável pelo "golpe decisivo" assestado na "espinha dorsal do exército de Hitler" que mudou "a história do século 20". É a velha lenda stalinista, repetida em prosa e verso desde a morte de Stalin: a "ruptura com a democracia" (eufemismo para a ditadura totalitária) teria salvado a humanidade de Hitler.

Crise na PUC-SP
"É extremamente delicado (mesmo) definir o apoio público a uma instituição privada. Pelos padrões dos Direitos Universais do Homem e do Cidadão somos todos iguais, tendo como direito a não distinção de privilégios. Dessa forma o que diferencia a PUC-SP, enquanto pessoa jurídica, de qualquer outro órgão privado que também esteja passando por dificuldades? Ela assume o papel governamental na produção do conhecimento, por isso merece destaque? Talvez esse não seja um grande diferencial rumo à intervenção. Quantas instituições não assumem responsabilidades paralelas ao governo em prol da sociedade? Elas não merecem financiamento? A intervenção na crise da PUC-SP seria a compra violenta de uma briga com as condições exclusivas de acesso ao desenvolvimento, e se ela for com esse viés "assistencial estamental", creio que a briga será injusta. Porém, a interferência pode ser válida caso não seja por auxílio e sim por alternativa, e com isso teremos a criação de mais uma exemplar universidade pública!"
Tiago Lima Bezerra (São Paulo, SP)

 

"Ao demonstrar as duas opiniões sobre a intervenção do governo na PUC-SP, sem querer o jornal mostrou onde estão alojadas as tendências. De um lado o professor Chico de Oliveira, um defensor incansável da coisa pública, do direito autêntico das minorias, que compreende o que significa a PUC para São Paulo e para o Brasil, e do outro a sra. Maria Beatriz -que, diz o breve currículo, é "especialista em gestão universitária". Prioritariamente ela deve direcionar-se para a gestão universitária privada. Sendo ainda sócia-diretora de uma consultoria, é voltada a uma minoria com mais recursos.... Sem comentários."
Liliana Santoro (São Paulo, SP)

Ensino médio
"A manchete da Folha de ontem, "Ensino médio é melhor no interior", deixa de conferir a esse resultado crédito aos costumes das cidades do interior, caracterizadas pela qualidade de vida, riqueza das relações humanas, presença dos pais ou responsáveis na formação cultural dos jovens. A presença de qualificadas instituições de ensino sediadas no interior é, indiscutivelmente, fomentadora de bons resultados, mas não é determinante, caso contrário teríamos capitais com altos índices de excelência."
Doralice Araújo, professora (Curitiba, PR)

Educação
"O leitor Cláudio Fonseca afirma que o salário de um professor municipal é de R$ 509. Trata-se do rendimento inicial de alguém com nível médio e 20 horas semanais. O normal é bem mais do que isso. Por exemplo, um professor com nível universitário e 40 horas semanais ganha de R$ 1.240 a R$ 2.461,70. Também estão erradas outras afirmações do missivista. Trabalhamos muito em 2005 para melhorar a rede municipal de ensino. Aumentamos 40 mil vagas, diminuímos as escolas com três turnos e as salas de aula com número excessivo de crianças; escolas de lata foram substituídas. O orçamento da secretaria foi descentralizado, passamos recursos diretamente às escolas. Tudo isso significa melhora de condições de trabalho. Finalmente, é absurdo dizer que o programa São Paulo é uma Escola foi imposto sem discussão e desorganiza a escola. Ele foi amplamente debatido na rede antes e depois de apresentado no Diário Oficial de 24 de fevereiro de 2005. Ele visa abrir o "guarda-chuva" da educação o dia inteiro sobre as crianças, tirando-as da rua e dando-lhes oportunidades culturais e esportivas. Não há prejuízos às salas de leitura, informática e educação física com sua vinda para o contraturno escolar. Ao contrário fazemos com que as crianças tenham mais aulas e dediquem mais tempo a elas. Ainda que essas mudanças atinjam certas comodidades consolidadas, nosso objetivo é garantir boas condições e qualidade de trabalho, professor em todas as salas e alunos o dia inteiro na escola."
José Aristodemo Pinotti, secretário municipal de Educação (São Paulo, SP)

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