São Paulo, Sábado, 13 de Março de 1999
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PAINEL DO LEITOR


Blecaute

"Tudo bem que a situação brasileira está um tanto complicada, mas o pessoal deveria pelo menos nos deixar sair antes de apagar todas as luzes."
Donizetti Leonidas de Paiva (São Paulo, SP)

"Quero parabenizar a ilustre imprensa apologista dos mais fulgurantes projetos das "sumidades" tucanas -bem como os milhões de eleitores que se deixaram enganar pelo belo canto das sereias, ou melhor dos tucanos- pelas constantes faltas de energia elétrica, bem como pelos excepcionais serviços prestados pelas companhias telefônicas privatizadas.
Continuem votando nessa rara espécie de ave e propagando as suas extraordinárias qualidades e, muito brevemente, estaremos de volta aos tempos românticos do jantar à luz de velas e dos banhos em bacias."
José Policarpo Júnior (São Paulo, SP)

Esclarecimento

"A Folha de 9/3, ao noticiar a cerimônia comemorativa do Dia Internacional da Mulher no Ministério da Justiça, publicou afirmativa, que não fiz, estabelecendo correlação entre a propensão psicológica do Brasil de passar da depressão à euforia com o ânimo das mulheres.
O que é real e saiu da minha boca é que o Brasil, de fato, tem essa propensão de oscilar de estados de crença e entusiasmo para o desânimo e derrotismo. Mas a ligação entre o Brasil e o estado psicológico das mulheres foi feita por interpretação exclusiva do responsável pela reportagem.
O que eu disse em relação às mulheres foi: agora, quando o Brasil está com o ânimo em baixa, devemos procurar âncoras positivas para restabelecer a nossa crença no país. E uma dessas alavancas é o espírito de luta das mulheres."
José Gregori, secretário de Estado dos Direitos Humanos (Brasília, DF)

Esclarecimento

"Lendo a Folha de 11/3, deparei-me com a coluna de Eliane Cantanhêde, sob o título "Sem dó nem piedade", na qual faz comentário acerca da imagem do Congresso Nacional e conclui fazendo crítica à condição que "protege" os deputados, ou seja, a imunidade parlamentar.
No primeiro parágrafo, a autora aponta a existência de parlamentares acusados de racismo, corrupção e assassinatos, listando posteriormente quatro deputados que, de acordo com o corpo do texto, se encaixariam na descrição feita, ou seja, racista, corrupto e assassinos.
Entre os parlamentares citados consta o nome do deputado Paulo Marinho, eleito pelo Estado do Maranhão, como tendo sido condenado por improbidade administrativa".
Ora, o deputado Paulo Marinho já enviou texto à imprensa esclarecendo o lamentável envolvimento de seu nome na ação que o impossibilitou de tomar posse, junto aos demais parlamentares, no dia 1º/2, na Câmara dos Deputados. O parlamentar maranhense protocolou junto à mesa diretora da Câmara e distribuiu entre seus colegas parlamentares ofício esclarecendo os fatos.
Foi o próprio parlamentar que solicitou a instauração do inquérito policial nº 004/99, agora concluído, que o isentou da acusação formulada, demonstrando sua total segurança quanto a sua inocência.
Envio ainda para conhecimento cópia do Laudo de Exame Documentoscópico (grafotécnico) de nº 027/98, do Instituto de Criminalística da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, bem como cópias dos documentos grosseiramente falsificados que possibilitaram aos falsários efetuar tal crime contra a Fazenda do Estado do Maranhão."
Elias Ferreira Lima, chefe de gabinete do deputado Paulo Marinho (PFL-MA) (Brasília, DF)
Resposta do jornalista Eliane Cantanhêde - A coluna diz que o deputado Paulo Marinho (PFL-MA) "foi condenado por improbidade administrativa", o que é correto. Ele foi condenado no dia 14 de janeiro pelo juiz da 1ª Vara Cível de Caxias (MA), Milton Bandeira de Lima, a devolver R$ 381 mil aos cofres públicos. Na mesma sentença, teve seus direitos políticos cassados por seis anos. Como perdeu o prazo para recurso, a sentença transitou em julgado, sem possibilidade de apelação. Só posteriormente o desembargador Jorge Rachid, do Tribunal de Justiça do Maranhão, suspendeu (mas não anulou) a sentença, até julgamento do mérito.

"Li com atenção especial o texto assinado por Eliane Cantanhêde e denominado "Sem dó nem piedade".
Por não aceitar que as excelentíssimas senhoras e excelentíssimos senhores legisladores joguem um lençol sobre o sangue derramado, sobre os crimes contra o patrimônio público e, afinal, sobre a obrigação de bem zelar pela Constituição Federal, com o intuito de proteger os seus pares, é que venho cumprimentar a autora e falar da minha satisfação em reconhecer que já não somos tão poucos os que lutam contra a imunidade parlamentar nos crimes praticados fora do exercício pleno de autêntica representação dos interesses do povo brasileiro."
Tião Viana, senador pelo PT-AC (Brasília, DF)

Fora de contexto

"O editorial de ontem, "Maluf contra o malufismo", revela que é a Folha que está contra o bom jornalismo. A frase de Paulo Maluf sobre fiscais, reproduzida no editorial, foi pinçada fora de seu contexto.
Na mesma entrevista, Paulo Maluf afirmou que "há fiscais e fiscais", conforme foi publicado pelo jornal "O Estado de S.Paulo" (11/3) e omitido pela Folha.
Quando prefeito de São Paulo (93-96), Paulo Maluf demitiu 67 administradores regionais em função de denúncias de corrupção -das 26 ARs, apenas dois administradores ficaram no cargo durante os quatro anos de mandato.
Longe de querer "confinar aos andares subalternos", Paulo Maluf defende a completa apuração dos casos -que existem desde a gestão Jânio Quadros, segundo a própria Folha- e a punição dos culpados, que serão expulsos do PPB, se for o caso.
Defende ainda que a máquina pública viciada seja expurgada em todos os níveis, municipal, estadual e federal."
Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Paulo Maluf, ex-prefeito de São Paulo (São Paulo, SP)

Omissão

"Em relação à reportagem "Universidade agora ensina a cozinhar" (5/3), assinada pela jornalista Cristiana Couto, estranhamos a não-inclusão do curso de cozinheiro "chef" internacional oferecido pelo Centro de Educação em Turismo e Hotelaria do Senac-SP entre os programas de formação de cozinheiros profissionais.
Entendemos que se dê destaque aos novos cursos, mas, convenhamos, para
se tornar um grande "chef" não existem apenas os citados, que, aliás, ainda não estão em funcionamento."
Paulo Pepe, da Attachée de Presse, assessoria de imprensa do Senac-SP (São Paulo, SP)

Nova função

"Interessante a propaganda política do PFL. Em vez de PFL, eles deveriam mudar o nome da legenda para PNL, Partido Neo-Liberal.
Só não entendi uma coisa: no Estado mínimo deles, os municípios e os Estados arcariam com responsabilidades de educação, saúde e outras atividades.
Qual seria, então, a função do Estado? Sustentar senadores, deputados e juízes?"
Maria Conceição N. Santos (São José dos Campos, SP)


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