São Paulo, segunda-feira, 13 de abril de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Senado
"O Senado Federal está conseguindo despertar toda a ira e a indignação do povo brasileiro, que se vê aviltado pelas condutas, ativas e passivas, dos senhores senadores no uso do dinheiro público, de forma imoral e sempre em proveito próprio.
O problema também é que tal indignação vem à tona, por exemplo, com manifestações como a do senhor Mario A. Fagundes ("Painel do Leitor", 11/4), que, muito embora tenha motivos de sobra para estar indignado, faz apologia a uma época que definitivamente não pode mais voltar.
Será que os nossos senadores não têm consciência do mal que estão fazendo ao país, às instituições democráticas e ao povo? Porque, em última análise, se o povo pensa assim, é porque o Senado o faz pensar, mostrando-se pior mesmo que a ditadura militar."
EDUARDO ROMUALDO DO NASCIMENTO, professor de história (São Paulo, SP)

Travestis
"Extraordinário o texto do colunista Drauzio Varella na Ilustrada de sábado ("Homens que são mulheres'). Numa síntese primorosa, ele mostra que, na maioria dos casos, a vida dos travestis se repete: eles são oriundos das classes sociais mais baixas, abandonaram os estudos muito cedo, sofreram violência física e psíquica durante a infância.
Assim sendo, restam-lhes apenas empregos degradantes, com salários humilhantes. Não é por outro motivo -devassidão, argumentam os moralistas- que eles tomam as ruas e avenidas do país.
A proposta de Drauzio Varella é corajosa e fustiga o poder público: "Os hospitais públicos deveriam ser obrigados a criar pelo menos um posto de atendimento especializado nos problemas médicos mais comuns entre os travestis".
Essas pessoas, como todos nós, têm direito à dignidade humana e, portanto, devem ser tratadas com respeito e com a maior qualidade e competência possíveis, seja para tomarem seus hormônios, seja para aplicarem seus silicones, seja, para aqueles que desejarem, para fazerem a cirurgia de mudança de sexo."
HAROLDO SOUZA DE ARRUDA (São Paulo, SP)

Hospital psiquiátrico
"Parabéns a Ferreira Gullar por propor a revogação da lei que acabou com os hospitais psiquiátricos ("Uma lei errada", Ilustrada, ontem).
Quem não conhece o problema de ter em casa uma pessoa com problemas mentais não faz ideia de como essa pessoa, sem querer, transtorna a vida de uma família inteira e causa um sofrimento indescritível.
O desequilíbrio mental atinge, indiscriminadamente, todas as camadas sociais. Há que manter casas de acolhimento para pessoas portadoras dos diversos tipos de transtorno mental e ainda escolas especiais para crianças que apresentem problemas já na infância. É dificílimo criar um filho problemático entre os demais irmãos, pois estes acabam relegados por falta de tempo."
PEROLA SOARES ZAMBRANA (São Paulo, SP)

"Lamentável o artigo de Ferreira Gullar de ontem, que reúne uma série de informações equivocadas a respeito dos avanços nas políticas de atenção às pessoas com sofrimento psíquico intenso.
Destaco apenas dois pontos-chave do texto: a lei mencionada pelo autor (10.216, de 6 de abril de 2001) não propôs o fim das internações psiquiátricas, mas a sua indicação apenas quando esgotados todos os recursos de tratamento em meio aberto (ambulatórios, hospitais-dia, centros de atenção psicossocial etc.); e o que é mencionado no artigo como uma "campanha" se refere a um conjunto amplo de pesquisas científicas, práticas interprofissionais e discussões consistentes no âmbito das políticas de saúde e de inclusão social."
THAIS CHRISTOFE GARRAFA, psicanalista (São Paulo, SP)

"O colunista Ferreira Gullar erra ao igualar a clorpromazina ao Haldol, que, embora tenham a mesma função, são substâncias diferentes. Tal detalhe, porém, não diminui em nada a relevância do tema por ele abordado.
Há anos as políticas de saúde mental têm se pautado mais em questões ideológicas do que técnicas. O resultado disso é uma desassistência progressiva ao doente mental em várias cidades do país.
Nesse processo, a psiquiatria e os psiquiatras foram excluídos, demonizados e acusados de serem meros instrumentos de controle social. É urgente que isso seja revisto.
Não é possível nenhuma discussão séria sobre a assistência ao doente mental que não conte com a participação dos representantes da psiquiatria brasileira."
MARCOS AURÉLIO MARTINS RIBEIRO, médico psiquiatra, doutor em saúde mental pela FMRP-USP, professor-adjunto da Faculdade de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto -Unaerp (Ribeirão Preto, SP)

Negro na moda
"A opinião de Glória Coelho reflete descaradamente um racismo dantesco ("Promotora quer cota para negros em desfile", Cotidiano, ontem).
O negro não pode participar da tal emoção que ela comentou sobre o trabalho do estilista? Se eles estão presentes na mão-de-obra, não podem também participar da "arte final" na passarela?"
EDUARDO COSTA afrodescendente (São Paulo, SP)

"A propósito do percentual mínimo de negros nos desfiles da São Paulo Fashion Week, quero, na condição de branco com ascendente negro, condição pela qual não tenho nenhuma responsabilidade, sugerir à promotoria que lute também pela cota mínima de negros entre banqueiros e usineiros, pecuaristas e capitalistas, industriais e generais do comércio.
Algo me leva a crer que os representantes da etnia negra iriam preferir estas cotas que citei ao direito de desfilar na semana de moda de São Paulo".
ARMANDO DE MELO DUTRA (Belo Horizonte, MG)

Fumo
"Não dá para entender. FHC, na Folha de 7/4 (""Com todo o carisma de Lula, eu ganhei dele duas vezes no 1º turno", diz FHC", Brasil) foi entrevistado em evento que defende a descriminalização do uso de entorpecente.
E isso acontece exatamente quando uma lei que proíbe o cigarro acaba de ser aprovada em São Paulo.
Quer dizer, fumar cigarro, em São Paulo, não pode. Mas da maconha ninguém reclama... Na próxima reportagem, Fernando Henrique ganharia mais se explicasse o emprego fantasma de sua filha, denunciado por Mônica Bergamo (Ilustrada, 27/3)."
FERNANDO DOMINGOS (Guarujá, SP)

"Gostaria de que Curitiba tivesse a lei antifumo de São Paulo. Respirar a fumaça que os fumantes "dispensam" é mais intoxicante que o próprio fumo. O direito dos fumantes termina na hora em que começam os direitos da maioria."
FABIO JÚNIOR DA COSTA (Curitiba, PR)

Igreja
"Como a reportagem "Padres treinam celebração de missa em latim com DVD" (Cotidiano, 10/4) enfatizou um aspecto que pode levantar más interpretações, peço, gentilmente, como leitor e assinante da Folha e como bispo da administração apostólica citada na reportagem, que publiquem o seguinte esclarecimento.
Esclareço que em nossa Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, por orientação minha, dada a todos os nossos sacerdotes, rezamos, há dois anos, a oração pelos nossos irmãos judeus exatamente conforme a última versão formulada pelo santo padre, o papa Bento 16, pedindo que "o Senhor ilumine o seu coração para que reconheçam em Jesus o Salvador de todos os homens" e que, assim como todos os povos, "todo o povo de Israel seja salvo".
Queremos apenas o bem dos nossos irmãos judeus, filhos de Abraão, nosso pai na fé. Nossa administração apostólica se pauta em tudo pelo magistério da igreja."
DOM FERNANDO ARÊAS RIFAN (Campos dos Goytacazes, RJ)

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