São Paulo, Quinta-feira, 13 de Maio de 1999
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PAINEL DO LEITOR

Processos acumulados

"Cumpre-me afirmar que o conteúdo da nota "Naftalina" (coluna "Joyce Pascowitch", pág. 4-2, Ilustrada, 29/4) é mentiroso. Inexistem no prédio onde funciona o gabinete do secretário dos Negócios Jurídicos "mais de 2.000 processos".
O município de São Paulo tem 145 mil servidores e todo o regime disciplinar é concluído com a decisão do secretário. Compare-se o fluxo de processos na Procuradoria Geral, por exemplo, de janeiro a março de 99: foram recebidos 55. No gabinete do secretário, foram recebidos 472.
De janeiro a abril de 99, o gabinete deu saída a 933 processos. No mês de abril entraram no gabinete mais 252 processos e saíram 176.
O estoque, até 4/5, aqui, era de 948 processos, computados os 26 que entraram nos dois primeiros dias úteis de maio (3 e 4), apesar de ter-se dado saída, de janeiro a maio, a 1.119 processos.
Portanto a conclusão da "nota" -"despachos, mesmo, que é bom, nada'- é fruto da leviandade de quem informou a colunista."
Edvaldo Brito, secretário dos Negócios Jurídicos de São Paulo (São Paulo, SP)

Descrença

"Há um motivo fundamental para não se acreditar em políticos. Todos os dias, eles nos dão fortes motivos para tal descrença. Tenho tido muita pena do presidente FHC. Felizmente começo a ouvir notícias alvissareiras, indicando uma tênue recuperação da nossa economia. Mas um fato me chamou a atenção, ao ler na Folha entrevista de Mário Covas, governador de São Paulo, em defesa do presidente da República. Por que não o fez antes? Seria mesmo lealdade a FHC ou conveniência diante da proximidade de dias faustos em decorrência das novidades positivas da economia? Ah... esses políticos."
Florindo Sanches (Montes Claros, MG)

PT

"O ministro Pimenta da Veiga (PSDB) teve a arrogância e o despudor de dizer que "o PT perdeu o sentido ético" em propaganda política veiculada em cadeia nacional, ao fazer acusações ao presidente FHC. Ora, de que ética o senhor ministro fala?
A ética do mercado, mesmo no exercício de funções públicas? A ética da utilização de bens públicos em benefício próprio, como o fizeram o chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho, e o ministro da Educação, Paulo Renato Souza? Ou estará ele falando do "sentido ético" de Francisco Lopes, que, enquanto diretor do Banco Central, manteve laços estreitos com a empresa Macrométrica?
Muito obrigada, senhor ministro. Nenhuma dessas "éticas" interessa aos cidadãos brasileiros."
Beatriz do Valle Bargieri (Osasco, SP)

"Certa vez, chamei o PT de "partido arcaico e ultrapassado" e fui, veementemente, criticado por um petista do Rio Grande do Sul. Após os dois episódios recentes envolvendo membros do PT -Aloizio Mercadante, na CPI dos Bancos, e Olívio Dutra, recusando a instalação de uma fábrica da Ford no RS-, acrescento ao dito acima que os truculentos "donos da verdade" do PT não enxergam "um palmo além do próprio umbigo"."
Eduardo Grígolo (Jundiaí, SP)

Sem ligação

"A reportagem "Inabilidade de Pitta dá força para ex-aliados" (Folha, 11/5) investe contra Paulo Maluf afirmando que o ex-prefeito age como se não tivesse nada a ver com a estrutura viciada das administrações regionais. E não tem mesmo. Tanto que, quando era prefeito, Maluf, das 26 administrações regionais, trocou 68 administradores, agindo assim ao menor indício de irregularidade que chegasse ao seu conhecimento.
Também não é verdade que o ex-prefeito tenha transformado a prefeitura em cabide de emprego. Herdou um quadro de 180 mil funcionários da administração petista e reduziu esse número para 120 mil. Por fim, quanto ao endividamento do município, quando Maluf deixou a prefeitura ela estava consolidada e correspondia a um Orçamento do município, o que é assegurado por lei do Senado."
Adilson Laranjeira, assessor de imprensa do ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (São Paulo, SP)

Dupla militância

"O professor Adib Jatene publica o artigo "Dupla porta x dupla militância" (pág. 1-3, Opinião, 7/5) contestando minha crítica ao atendimento diferenciado que está sendo dado no Hospital das Clínicas a doentes privados e conveniados, argumentando que "seria um contra-senso impedir que se atendesse (aí) uma clientela diferenciada". Em nenhum momento afirmei isso; pelo contrário, deixei sempre claro que todos podem ser atendidos no HC. Porém com igualdade, com as mesmas esperas, pelos mesmos médicos, nos mesmos leitos e usando a mesma porta. Não é com o erro da dupla porta que se evitará o erro da dupla militância.
O HC pratica a segunda porta há quatro anos e a enorme maioria dos docentes continua com dupla ou até tripla militância. Acaba-se a dupla militância com salários dignos, chefias que dêem exemplo e boas condições de trabalho. Tudo isso é perfeitamente possível se se gerenciarem adequadamente os recursos."
José Aristodemo Pinotti, professor titular da Faculdade de Medicina da USP (São Paulo, SP)

"Oportuno e realista o artigo do ex-ministro Adib Jatene. O modelo do Incor não é o melhor nem o pior. É o único capaz de, nas atuais circunstâncias, situá-lo como uma ilha de excelência na rede pública. É também o caminho que terá de ser trilhado por santas casas e hospitais filantrópicos que desejarem manter a qualidade de seus serviços ou, pelo menos, sobreviver, diante da escassez de recursos públicos e da espantosa omissão das elites."
João Luis Buarque de Gusmão (São Paulo, SP)

Doadores homenageados

"Nada mais justo que o Ministério da Saúde institua o "Dia dos Doadores de Sangue", salvadores de milhares de vidas humanas. São elementos humanos que fazem verdadeiros milagres em vida."
Jarbas Barbosa Pinho (Limeira, SP)

Lei de Zoneamento

"Nós, moradores dos bairros Cidade e Vila São Francisco, no Butantã, ficamos enaltecidos pela brilhante reportagem publicada em 10/5 pelo estupendo jornalista Armando Antenore, a respeito das artimanhas da construtora Gafisa e de alguns funcionários da prefeitura aqui na região.
Pedimos que se dê continuidade a essa reportagem. Que se vá fundo nesse lamaçal. Essa impune corrupção tem que chegar ao fim. Cansados estamos disso tudo."
Richard Satko (São Paulo, SP)

Leitor sem espaço

"Quero deixar meu protesto à Folha pelo fato de o espaço destinado ao "Painel do Leitor" vir sendo ocupado constantemente por políticos e seus assessores. Eles já possuem cadernos inteirinhos para se manifestar e, como se não bastasse, estão invadindo um espaço destinado a pessoas que possuem idéias muito mais sinceras e interessantes, o "leitor-cidadão"."
Donizetti Leonidas de Paiva (São Paulo, SP)

Tostão

"Parabéns à Folha pela "aquisição" do passe de Tostão, o melhor comentarista esportivo do Brasil. Vamos ver se a partir de agora a Folha deixa de ser tão regionalista e passa a dar uma cobertura nacional ao esporte, principalmente ao futebol."
Liscio Romero de Morais Freitas (Borda da Mata, MG)


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