São Paulo, sexta-feira, 13 de agosto de 2010

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Editoriais

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Banda larga lenta

É oportuna a consulta pública promovida pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para discutir regras básicas, hoje inexistentes, para o serviço de banda larga móvel no país.
Trata-se da principal tecnologia usada no Brasil para se ter acesso à internet com alta velocidade de dados. No primeiro semestre deste ano, pela primeira vez o número de usuários dos serviços 3G superou o daqueles que utilizam a banda larga fixa. Estima-se que neste ano 18 milhões de pessoas se conectem à rede dessa forma.
Ainda é muito precário, no entanto, o serviço oferecido pelas maiores operadoras do país. Quase nunca a velocidade anunciada corresponde à qualidade de conexão a que os consumidores efetivamente têm acesso.
Em testes realizados pela reportagem desta Folha, o recebimento de dados não ultrapassou 60% da velocidade contratada, nos momentos de maior fluidez. Não é incomum que downloads não atinjam a metade da rapidez prometida. O serviço também é instável, com grande variação da velocidade de recebimento de dados e quedas frequentes de conexão.
Alguma oscilação na qualidade de acesso à internet é inevitável. Os aparelhos que ligam os computadores portáteis à rede estão sujeitos a fatores externos, como condições climáticas, distância da antena ou número de usuários simultaneamente conectados.
Isso, contudo, não justifica que não se atinjam padrões mais elevados de qualidade. A Anatel propõe que a prestadora garanta, nos horários de maior uso, pelo menos 30% da velocidade máxima prevista no plano. Nos de menor tráfego, 50%. Está previsto o aumento gradativo dos percentuais exigidos, a partir da implementação das novas regras.
A consulta se encerra no dia 26 deste mês. Uma vez concluída a necessária etapa de debate público, é dever da agência implementar o novo conjunto de regras o mais rápido possível.


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