São Paulo, Sexta-feira, 13 de Agosto de 1999
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PAINEL DO LEITOR

Fernando Bezerra

"Senti-me profundamente injustiçado pela reportagem da pág. 1-8 (Brasil) de 11/8, sob o título "RN paga R$ 500 mil a firma de Bezerra".
1) Infelizmente, a manchete da reportagem em apreço, geralmente mais lida do que a própria reportagem, pode levar o leitor a um equívoco de avaliação, caso ele, como costuma acontecer, não leia todo o texto, pois não existe no mesmo um só dado ou documento que indique ter havido alguma irregularidade na obra em questão.
O que existe são afirmações de alguns deputados estaduais, que fazem oposição ao governo do meu Estado, de que houve um pagamento tecnicamente incorreto feito pela Caern.
Não se discute se a obra era necessária, se foi precedida de licitação pública, se foi realizada, se o seu valor foi correto, mas sim se o órgão que fez o pagamento, ora acoimado de irregular, poderia tê-lo feito.
2) A Ecocil, empresa da qual estou afastado desde que assumi o mandato de senador, em 1994, entregou à jornalista Cláudia Trevisan farta documentação comprovando que a Caern tinha titularidade para fazer o pagamento ora contestado, pois a Prefeitura de São Gonçalo do Amarante cedeu a propriedade da obra em questão à Caern, por um contrato de sub-rogação.
A classe política e todos aqueles que ocupam um cargo público estão, permanentemente, sob a luz dos holofotes e vigiados pelos órgãos de imprensa, o que é muito salutar para o aperfeiçoamento da nossa democracia.
Lamento, contudo, que a minha empresa, que já existe há mais de 50 anos, atuando predominantemente na área privada, e eu próprio tenhamos sido envolvidos em noticiário que, pelo tom sensacionalista, pode levar o leitor a um grave erro de avaliação quanto à forma ética com que tenho procurado conduzir as minhas ações no âmbito público e privado."
Fernando Bezerra, ministro da Integração Nacional (Brasília, DF)


Sangria inútil

"Na Idade Média, quando uma pessoa estava mal de saúde, a única técnica médica usada era a sangria. Nos dias de hoje, os "doutores" usam o mesmo artifício na economia: quanto pior está, maiores são a carga tributária e os juros. O doente morre por causa da anemia. As empresas brasileiras estão praticamente quebradas e sem perspectivas de futuro melhor.
Por que os nossos políticos e autoridades monetárias não provocam uma receita auto-sustentável, pela dinamização das pequenas e médias empresas e de sua consequente arrecadação?"
José Antonio Cardoso Pereira (São Paulo, SP)

Remédios

"A reportagem "Guarujá investiga morte de adolescente" (Folha, 10/8) traz uma informação equivocada, que prejudica um medicamento consagrado, de alta qualidade e absoluta segurança, produzido por esta empresa. Jefferson Henrique Brito Vieira, tragicamente morto em consequência de infecção, não poderia, ao contrário do que diz a reportagem, ter tido qualquer problema com o Voltaren, já que em nenhum momento foi-lhe ministrado esse medicamento.
Brito Vieira tomou uma injeção de diclofenaco sódico (princípio ativo), juntamente com outros medicamentos, todos produzidos por outros laboratórios, não pela Novartis.
Voltaren é marca registrada da Novartis AG e não poderia, como erroneamente diz a reportagem, ser fabricado e distribuído pela Furp."
José Roberto Corrales, diretor de Relações Externas e Comunicação, e Nélson Mussolini, diretor jurídico da Novartis Biociência S/A (São Paulo, SP)
Nota da Redação - Leia a seção "Erramos", abaixo.

Publicidade no Pan

"O Sistema COC de Educação e Comunicação tem alcançado destaque na mídia nacional, por ser um sistema de ensino respeitável e de alta tecnologia educacional.
A publicidade no Pan-Americano de Winnipeg, que gerou a reportagem publicada em 10/8 (Esporte), foi lamentavelmente vinculada a outros fatos que nada tiveram com a competição. Essa vinculação queimou a boa imagem que vínhamos conquistando junto ao nosso público durante os jogos, na sua maioria formado de jovens. O mais grave foi incluir um texto intitulado "Empresa já fez pirataria publicitária", no qual o repórter foi infeliz, extrapolou, faltou com a verdade, o que nos causou estragos à marca e trouxe prejuízos morais e financeiros, denegrindo o nosso trabalho.
Depois de ter ouvido a posição de nosso presidente, acrescentou maldosamente "desconversou Zaher". Com essa afirmação, o público foi induzido a pensar que o que foi dito pelo sr. Zaher era mentira, juízo de valor que o repórter não pode fazer."
Nilson Curti, da superintendência do Sistema COC de Educação e Comunicação (Ribeirão Preto, SP)

Precatórios

"Governador Mário Covas: milhares de pensionistas de seu Estado que aguardam, há anos, o pagamento dos precatórios a que têm direito imploram que seu governo se digne a cumprir tal determinação judicial com a maior brevidade possível.
Pedem, também, que se mantenha longe das provocações do atual presidente do Senado, que, além de incitar a desobediência civil e de dar mau exemplo como homem público, está procurando manter-se na mídia a qualquer custo, mesmo que isso signifique propor medidas simplistas e pouco estudadas."
Stella Aurea Turiani Marques (São Paulo, SP)

Serra x Xuxa

"A debilidade do governo FHC é tal que até mesmo uma pessoa reconhecidamente de dotes intelectuais limitados como a apresentadora Xuxa consegue "enquadrar" com uma crítica um de seus mais importantes ministros!"
Paulo Boccato (Piratininga, SP)

"Estou plenamente de acordo com as críticas do ministro José Serra a respeito da forma engendrada para a consecução da gravidez da apresentadora Xuxa. Ora, como parâmetro para os jovens, recai sobre ela uma grande responsabilidade, por saber que seus atos e comportamentos estão sendo observados e assimilados por essa legião de seguidores."
Murilo R. Gonzalez (Pirassununga, SP)

Colômbia

"O Exército brasileiro deveria de alguma forma monitorar os deslocamentos das forças rebeldes e dar apoio logístico aos colombianos, antes que os EUA resolvam intervir com tropas, o que seria ruim para todo mundo, inclusive para o Brasil, que perderia influência nessa região."
Jayme Sarmento Correa (São Paulo, SP)


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