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DIPLOMA E EMPREGO
Segundo estudo realizado pela Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade do município de São Paulo, um em cada
quatro brasileiros que obtiveram diploma de curso superior de 1992 a
2002 está desempregado. O levantamento partiu de dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE) e abarcou a situação dos 3,3 milhões de brasileiros
que se formaram no período. O estudo também detectou outra realidade:
entre os que estão empregados, 8%
desempenham funções para as quais
o diploma não seria essencial.
A primeira constatação a ser feita,
como observou o próprio secretário
do Trabalho da Prefeitura de São
Paulo, o economista Marcio Pochmann, responsável pelo levantamento, é que os resultados são indissociáveis do padrão medíocre de crescimento da economia brasileira nos
últimos anos. A isso, deve-se acrescentar o processo de mudança tecnológica, que também tem conspirado
para reduzir a oferta de trabalho, e o
fato de que setores da economia hoje
mais dinâmicos, como o agronegócio e a exportação de minérios, não
se caracterizam por grande capacidade de absorção de mão-de-obra.
Na realidade, o estudo fornece números a uma situação que já se conhecia: o desemprego disseminou-se, atingindo tanto os setores menos
escolarizados quanto aqueles que
conseguem concluir cursos universitários. Com isso, não se sustenta o
mito do diploma como garantia de
emprego, que tem ajudado a alimentar uma verdadeira indústria de faculdades, não raro de baixa qualidade e voltadas para setores saturados,
como é o caso da advocacia.
São dois, portanto, os desafios que
se apresentam. O primeiro é criar as
condições para a economia crescer
de maneira mais vigorosa, constante
e includente. O segundo é equacionar o problema educacional de modo a oferecer formação profissionalizante que prepare realmente os estudantes para o mercado de trabalho,
dispensando-os de buscar diplomas
de curso superior que, em muitos casos, pouco atestam em termos de
formação efetiva e não garantem o
emprego pretendido.
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