São Paulo, quinta-feira, 13 de novembro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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R$ 8 bilhões
"Sobre o texto "Montadoras terão R$ 4 bi do governo de SP" (Dinheiro, ontem), digo que já ouvi críticas a essa ajuda. Sugere-se, entre outras propostas, que essa ajuda deveria ser direcionada aos consumidores, e não às fábricas. Mas ninguém disse que o melhor seria usar esse dinheiro em transporte público, resolvendo, além do deslocamento, outros problemas, como o da poluição. Será porque as montadoras contribuem com as campanhas políticas e os usuários de metrô e ônibus não?"
OSCAR BERGERMAN (Cotia, SP)

 

"O governo federal, e agora alguns estaduais, têm anunciado medidas de auxílio a bancos e a grandes empresas que, nos últimos anos, auferiram grandes lucros no país.
Será que esses governantes estão planejando alguma medida de auxílio aos cidadãos, como a correção da tabela do Imposto de Renda?
A tabela do IR, defasada já há alguns anos em relação à inflação, vem provocando significativa perda de poder aquisitivo para a classe média."
ALEXANDRE MIRANDA (Belo Horizonte, MG)

 

"Que capitalismo é este? Agora o imposto do feijão comprado pelo "seu" José vai financiar a compra das SUVs para as classes média e alta?
Ontem pela manhã, a propaganda da Hyundai na TV anunciou, com entusiasmo, que, com a ajuda do governo, agora poderemos comprar Tucson, Santa Fe, Veracruz e outras megadevoradoras de combustível com condições favoráveis. Afinal, não é de carro que o Brasil mais precisa mesmo?
Suponhamos que não houvesse essa crise e que o governo paulista investisse esses R$ 4 bilhões na ampliação do metrô ou, se tivesse ainda maior consciência de custos, que apoiasse seus municípios na melhoria da oferta de ônibus. Com transporte público de qualidade, as montadoras não estariam em igual apuro?
Sendo assim, "recomendo" que, para cada centavo que o governo investir nos transportes públicos, igual montante seja distribuído às montadoras de veículos. Só assim asseguraremos a manutenção do emprego de milhares de robôs e o crescente congestionamento de nossas metrópoles."
FABIO STORINO (São Paulo, SP)

 

"Quem achava que a subserviência dos governos era apenas aos banqueiros está surpreso ao ver que é também aos fabricantes de automóveis.
O valor de recursos colocados à disposição da indústria automobilística privada só não é mais escandaloso que os R$ 25 milhões previstos para a reforma da Catedral de Brasília.
É quase inacreditável que um país que ainda não dispõe nem sequer de saneamento básico, que não tem transporte coletivo, no qual quase todos os produtos agrícolas são envenenados por agrotóxicos e que vê sua população despencando vertiginosamente na indigência social e mental dê tanta importância a essas latarias que infestam nossas cidades.
São essas medidas arbitrárias que fazem qualquer um compreender que o Estado não é só aquele monstro descrito por Hobbes, mas também a encarnação da estupidez."
EZIO FLAVIO BAZZO (Brasília, DF)

Agricultura e ambiente
"Levar em consideração a sanha do agronegócio em relação às propostas de mudanças nas áreas de proteção estabelecidas pelo Código Florestal é ir em sentido contrário a todo o espírito e fundamento das normas brasileiras de proteção ambiental.
Ao se pretender deixar de recompor áreas degradadas em prol de compensação ambiental em zonas que não lhes sejam adjacentes ("Agricultura quer tornar lei ambiental mais "viável", Brasil, ontem), se está autorizando o uso desmesurado, sob o ponto de vista ambiental, de áreas que exigem proteção, como é o caso daquelas de preservação permanente.
O setor produtivo rural tem toda sua importância na economia brasileira, no entanto, o desprezo ao substrato de que ele depende -a terra e o ambiente natural- em nome do lucro a curto prazo não conduzirá a outro resultado senão ao seu declínio.
Pensar a longo prazo é, portanto, indispensável antes de que se tome qualquer decisão a esse respeito."
JOSÉ ANTÔNIO TIETZMANN E SILVA (Goiânia, GO)

Crise
"José Viegas, com seu instigante artigo "A crise perversa" ("Tendências/Debates", ontem), está na linha cristalina de seus colegas Ítalo Zappa e Paulo Nogueira Baptista e de Severo Gomes, para os quais, para o sul, a crise é bem-vinda: na estabilidade, é a dominação do norte que prospera.
Para o Brasil e para o sul, lembra Viegas, a crise é oportunidade para desmontar a desigualdade global."
PAULO SÉRGIO PINHEIRO , membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, ex-secretário de Estado dos Direitos Humanos no governo FHC (São Paulo, SP)

Temer
"Em relação à reportagem "Temer é alvo de investigação no STF por crime ambiental" (Brasil, ontem), sobre a fazenda do deputado federal Michel Temer, apresso-me em solidarizar-me com o nobre parlamentar, porque sabidamente as questões de medição, de posse e de usucapião de terras são sempre controvertidas.
Qualquer opinião ou comentário sobre o assunto exige completo conhecimento do caso concreto, porque a injustiça e a mentira são repugnantes."
TALES CASTELO BRANCO , advogado (São Paulo, SP)

Polícia Civil
"Gostaria de registrar enfaticamente o meu descontentamento e discordância em relação ao título da reportagem "Sociólogo afirma que Polícia Civil "não entende de crime" (Cotidiano, 9/11), sobre minha entrevista concedida ao jornal. Ela de forma nenhuma traduz o que estava sendo argumentado no corpo da entrevista.
Tenho recebido inúmeros e-mails, bastante justificados, protestando contra o que foi considerado um desrespeito grosseiro aos policiais civis.
Tenho uma longa história de colaboração e apoio a diversas organizações no Brasil, sempre buscando construir uma ponte, que acredito ser crucial para a segurança pública, entre universidade e instituições policiais.
Infelizmente, o título contaminou a leitura de tal forma que mesmo os leitores policiais de boa vontade foram levados a interpretar erroneamente minhas palavras."
CLAUDIO BEATO , pesquisador do Crisp -Centro de Estudos em Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte, MG)

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