São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

"Estou escandalizado com as declarações do advogado Clóvis Sahione, feitas após a absolvição dos PMs envolvidos na morte do sequestrador Sandro do Nascimento -"Criminoso tem de morrer. Eu mato, sim. Se estuprar uma filha minha, vai morrer". É uma frase inaceitável e, vinda de um praticante do Direito, extremamente grave. Sahione humilha toda a sua categoria profissional e praticamente a dispensa. O que ele defende são o julgamento e a execução sumários. Se há um mínimo de moralidade no país e se não estivermos coletivamente decididos pelo retorno à barbárie total -indicado pelo júri desse caso-, o advogado deve ser forçado a uma retratação. Além disso, ele afirmou que, se os seus clientes forem condenados, "só os marginais baterão palmas". Sinto-me pessoalmente ofendido. Não sou marginal e esperava que a justiça fosse feita conforme a lei e os direitos humanos."
Sérgio Alcides (São Paulo)

Paraná
"Na seção "Painel" de 11/12, mais uma vez a Folha divulga intrigas e inverdades que envolvem o senador Roberto Requião, governador eleito do Paraná. É mentira, uma sórdida mentira, que ele tenha enviado um engenheiro à Ilha das Cobras pois pretendia construir uma piscina no local. O governador Requião recebe o Paraná em uma situação de extrema dificuldade -assim como o país vive uma dura crise. Todos conhecem o rigor do governador Requião no trato do dinheiro público. Logo a insinuação é descabida e injuriosa. Quanto à granja do Canguiri, desativada há anos como residência, mobiliá-la com uma cama, um colchão, armário, mesas e cadeiras é o mínimo necessário para habitá-la. A forma simples de viver do governador, por todos conhecida, não chegou ainda a ponto de fazê-lo dormir no chão. O que a Folha fez foi tentar pôr o governador Requião em situação ridícula e desgastar a sua imagem pública. Não entendemos como essas intrigas e distorções não foram antes submetidas à conferência com o "outro lado", como a Folha diz sempre fazer. Ou essa prática tem lá suas exceções?"
Benedito Pires Trindade, da assessoria de imprensa do senador Roberto Requião (Curitiba, PR)

Resposta do jornalista Rogério Gentile, editor do "Painel" -Na manhã da última segunda-feira, Roberto Requião enviou à Ilha das Flores, em um barco particular, o assessor Jacyr Bergmann II e um engenheiro. Foram verificar a necessidade de fazer reformas na residência de verão do governo do Estado e estudar a possibilidade de construir uma piscina no local.

Anunciada
"A já esperada tragédia que devastou Angra dos Reis contribuiu com quase 40 mortes para a macabra estatística que as autoridades insistem em atribuir, de forma esfarrapada, à natureza. Em meio aos discursos consternados e aos pés cheios de lama, tendo solenemente ignorado a opinião de técnicos e o alerta dos "ecochatos", representantes do poder público apresentam patéticas explicações para a sua leniência no cumprimento das leis que proíbem construções em áreas de risco e argumentam, como sempre, que tudo fizeram para evitar o desastre -e que a causa do ocorrido é a falta de verbas federais. No ano passado, foi a vez de Petrópolis, que contribuiu com 65 mortos. Quem paga é sempre o pobre. Espera-se que a justa solidariedade coletiva não seja usada para atrapalhar a busca de responsabilidades. É chegada a hora de a Câmara de Vereadores de Angra dos Reis sair do marasmo e criar uma CPI para investigar a fundo o assunto."
Alexandre Guilherme de Oliveira e Silva (Angra dos Reis, RJ)

Fome de cultura
"É cada vez mais raro encontrar bons exemplos de análise cultural na imprensa escrita. Ou somos obrigados a ler críticas puras e simples de livros, filmes e mostras de arte, com conteúdo puramente informativo, ou nos limitamos ao debate de temas superficiais e pseudo-intelectualizados. Nesse contexto, é uma satisfação ler uma coluna como "O romance do romance", de Bernardo Carvalho (Ilustrada, pág. E8, 10/12). Contém todos os ingredientes de uma análise bem-humorada, esclarecedora e mentalmente instigante. Num país com fome de cultura como o nosso, refém de uma indústria cultural que privilegia a fofoca e a banalidade, é bom saber que ainda existem espaços que não subestimam a nossa inteligência e disposição para temas relevantes."
Rodrigo Gonzaga Sagastume (Brasília, DF)

Futebol na TV
"Em resposta ao texto "Histeria do macho faz show em programas" (Ilustrada, pág. E8, 9/12), informo que o "Terceiro Tempo com Milton Neves", que orgulhosamente apresento, é um programa de completa responsabilidade, produção e comercialização da Rede Record de Televisão. Não cabe a mim convidar os personagens que aos estúdios comparecem nem "barganhar" o que quer que seja para compeli-los a lá comparecer. Só apresento, aliás, sete programas de TV e de rádio. Não produzo nenhum deles por absoluta falta de tempo, de obrigação e de competência. E o merchandising legal, regular e profissional lá veiculado é de inteira ordem do Departamento Comercial, comandado por Walter Zagari. A eventual remuneração dos profissionais Milton Neves, Daniela Freitas, Osmar de Oliveira e Cacá Rosset é um assunto que diz respeito somente a nós, à Record, aos seus anunciantes e às respectivas agências de publicidade. Deixo claro, ademais, que o "Terceiro Tempo", em 13 meses de vigorosa e inédita liderança de audiência no segmento (como isso pode ser omitido quando realmente se pretende analisar todos os programas?) -pois tem o maior market share do setor de programas esportivos regulares aos domingos à noite na história da TV brasileira-, nunca divulgou nenhuma publicidade sobre "caixa de ferramenta" (de qualquer tipo ou marca), conforme no texto equivocadamente se proclama. Por fim, saúdo os milhares de telespectadores que, em âmbito nacional, têm feito do "Terceiro Tempo" o grande centro da discussão esportiva na TV brasileira -para a insatisfação dos eternos, incorrigíveis, unidíssimos, agregantes e solidários patrulheiros (esportivos ou não) de plantão."
Milton Neves, jornalista profissional diplomado e publicitário (São Paulo, SP)

Agricultura
"Em relação à nota "Sem cargo" ("Painel", Brasil, pág. A4, 11/12), a diretoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) esclarece o seguinte: 1) Não é verdade que a Contag tenha indicado, sugerido ou proposto o nome do sr. Plínio de Arruda Sampaio para ocupar a pasta do Ministério do Desenvolvimento Agrário. 2) Nos últimos seis meses, a Contag, os seus diretores e os assessores não mantiveram reunião ou contato com nenhuma pessoa do MST -muito menos para tratar da sucessão ou da indicação de nomes para qualquer ministério do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. 3) Nenhum diretor ou assessor da Contag foi consultado ou ouvido pela Folha sobre o assunto."
Manoel José dos Santos , presidente da Contag -Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Brasília, DF)

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