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POLICIAIS NA MIRA
Em 48 horas a Polícia Militar foi
alvo de seis ataques na capital
paulista, embora o comando da corporação reconheça apenas três deles
como atentados. Ao todo, foram
dois contra postos policiais, outros
dois contra veículos da PM e mais
dois contra policiais que faziam patrulha ou vigia. Um policial foi morto
e dois, feridos.
Ainda que as ações impressionem
pela audácia e a sem-cerimônia com
que os bandidos afrontam as autoridades, esse tipo de investida não é
exatamente novo. Os atentados inscrevem-se num histórico cujo início
remonta a pelo menos 2002. Apenas
em 2003, houve 44 ataques que mataram dois PMs e feriram dez pessoas.
Como no passado recente, as suspeitas de autoria dos ataques desta
semana recaem sobre o grupo criminoso dito PCC. Segundo declarações
oficiais, os atentados seriam uma retaliação da gangue em razão de duas
operações recentes da polícia. Em
uma delas foi frustrada uma tentativa
de resgate de presos na penitenciária
de Presidente Bernardes; em outra
foram presos traficantes em Santos.
Lamentavelmente, esse não é um
problema apenas do Estado de São
Paulo. Basta lembrar de episódios
como o ataque ao ônibus da linha
350 no Rio, para não mencionar as
rajadas de metralhadora contra prédios públicos daquela cidade.
A onda de atentados dá nova demonstração de como são urgentes
os investimentos em equipamento,
estrutura e pessoal para as corporações policiais, bem como na integração entre as polícias e no reforço dos
serviços de inteligência.
A afronta dos bandidos também
põe em relevo como as estratégias de
combate ao crime organizado ainda
carecem de eficiência. A dificuldade
da polícia de detectar e se antecipar
aos grandes movimentos desses
bandos sugere uma revisão do planejamento da segurança pública paulista. Até para que os próprios policiais não fiquem tão vulneráveis.
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