São Paulo, sábado, 14 de janeiro de 2006

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POLICIAIS NA MIRA

Em 48 horas a Polícia Militar foi alvo de seis ataques na capital paulista, embora o comando da corporação reconheça apenas três deles como atentados. Ao todo, foram dois contra postos policiais, outros dois contra veículos da PM e mais dois contra policiais que faziam patrulha ou vigia. Um policial foi morto e dois, feridos.
Ainda que as ações impressionem pela audácia e a sem-cerimônia com que os bandidos afrontam as autoridades, esse tipo de investida não é exatamente novo. Os atentados inscrevem-se num histórico cujo início remonta a pelo menos 2002. Apenas em 2003, houve 44 ataques que mataram dois PMs e feriram dez pessoas.
Como no passado recente, as suspeitas de autoria dos ataques desta semana recaem sobre o grupo criminoso dito PCC. Segundo declarações oficiais, os atentados seriam uma retaliação da gangue em razão de duas operações recentes da polícia. Em uma delas foi frustrada uma tentativa de resgate de presos na penitenciária de Presidente Bernardes; em outra foram presos traficantes em Santos.
Lamentavelmente, esse não é um problema apenas do Estado de São Paulo. Basta lembrar de episódios como o ataque ao ônibus da linha 350 no Rio, para não mencionar as rajadas de metralhadora contra prédios públicos daquela cidade.
A onda de atentados dá nova demonstração de como são urgentes os investimentos em equipamento, estrutura e pessoal para as corporações policiais, bem como na integração entre as polícias e no reforço dos serviços de inteligência.
A afronta dos bandidos também põe em relevo como as estratégias de combate ao crime organizado ainda carecem de eficiência. A dificuldade da polícia de detectar e se antecipar aos grandes movimentos desses bandos sugere uma revisão do planejamento da segurança pública paulista. Até para que os próprios policiais não fiquem tão vulneráveis.


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