São Paulo, terça-feira, 14 de março de 2006

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Furnas
"Em relação à reportagem "TCU vê superfaturamento de R$ 10 mi em negócio de Furnas" (Brasil, pág. A4, 13/3), da jornalista Marta Salomon, informo que a empresa CanalEnergia foi contratada não apenas para instalar e manter sistema de divulgação de notícias no site de Furnas mas, especialmente, para prover o site com notícias em tempo real sobre o mercado de energia. Em decorrência desse único contrato firmado com Furnas, a empresa recebeu o valor total de R$ 170.264,00, referente a serviços prestados em 18 meses -menos de R$ 10 mil por mês. Esses valores são gritantemente diferentes daqueles veiculados na reportagem, que refere o recebimento de R$ 155,8 milhões em um ano -chegando a R$ 383,5 milhões em quatro anos. Os serviços contratados por Furnas à empresa CanalEnergia já eram prestados antes do ingresso de Gabriel Toledo na condição de sócio minoritário, sem qualquer participação na gestão. Como não chegou a desenvolver qualquer projeto para a empresa CanalEnergia desde o seu ingresso na empresa, no final de novembro de 2004, Gabriel Toledo jamais recebeu qualquer provento ou fez qualquer retirada de numerário da sociedade. Causa-me estranheza o fato de que a jornalista não tenha tentado contato para checar as informações por ela publicadas, que prejudicam a minha empresa na medida em que imputam a ela um faturamento incompatível -quase 400 vezes superior ao faturamento total da empresa-, digno de um escândalo nacional. Qualquer um dos 14 mil assinantes do nosso serviço, ao ler essa reportagem, poderá imaginar que por aqui circulava corrupção, lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas que acompanham esse tipo de faturamento incompatível com o tamanho notório de nossa empresa. Para comprovar a veracidade das informações aqui prestadas, encaminho cópia do balanço de 2004, publicado no "Diário Oficial" do Estado do Rio de Janeiro. A empresa está enquadrada no sistema tributário Simples, ou seja, limitada a faturar até R$ 1,2 milhão por ano. Como leitor assíduo da Folha e conhecedor do compromisso desse importante jornal com a qualidade da informação, solicito gentilmente que a informação correta seja publicada na medida em que as falhas de apuração da reportagem causam danos morais imensos à nossa empresa e aos seus dirigentes e sócios."
Rodrigo Ferreira, diretor-executivo do Grupo CanalEnergia (Rio de Janeiro, RJ)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".

Luz no fim do túnel
"Quando decisões como a do TJ de São Paulo -sobre o episódio do Carandiru- e a do STF -sobre a progressão de pena para crimes hediondos- nos deixam descrentes de que algo possa melhorar no reino da impunidade, é com alento que leio o artigo da procuradora Luiza Nagib Eluf ("A soberania do Tribunal do Júri", 13/3), no qual expõe com clareza aquilo que a sociedade como um todo sente, mas tem dificuldade para expressar."
Wilson Pereira de Souza (São Paulo, SP)

 

"O artigo "A soberania do Tribunal do Júri", de Luiza Nagib Eluf, evidenciou como têm sido desvirtuadas as instituições democráticas de participação popular, como o Tribunal do Júri, nas atividades do Estado. Vários mecanismos da democracia participativa permitem a atuação do povo nas funções executiva (orçamento participativo, conselhos municipais, audiências pública etc.) e legislativa (referendum, plebiscito, incitava de lei etc.), mas o Tribunal do Júri é, por excelência, a forma perfeita e única de participação popular na distribuição de justiça. A usurpação da função do júri, indicada no referido artigo, em relação ao malfadado "caso Carandiru" é apenas mais um exemplo em que a motivação ideológica põe por terra princípios constitucionais inerentes ao Estado democrático de Direito, ensejando espaço para o arbítrio, na medida em que se admite desrespeito à Constituição Federal."
Paulo César Corrêa Borges (Franca, SP)

Stalin
"Não sou stalinista, mas é difícil para mim entender o que o professor Demétrio Magnoli, em sua tréplica ao professor Emir Sader (publicada ontem nesta seção), quis dizer quando usou a frase "lenda stalinista" em relação à derrota imposta a Hitler por Stalin. Independentemente de qual seja a nossa apreciação política do stalinismo, o fato é que: 1) o Exército soviético de fato carregou nos ombros o maior peso das operações militares na Europa entre 1941 e 1945; 2) esse esforço de guerra sobre-humano foi possível graças a industrialização stalinista; 3) foi da espetacular vitória soviética que o stalinismo retirou legitimidade para uma sobrevida política de mais de 40 anos, o que pode ter sido lamentável para a esquerda, mas foi o que de fato ocorreu."
Carlos Eduardo Rebello de Mendonça (Rio de Janeiro, RJ)

Sem erro
"O artigo "É preciso derrotar Berlusconi" (Mundo, 11/3), do semiólogo italiano Umberto Eco, com as devidas substituições dos personagens, com a mudança das datas e do país para o Brasil, adapta-se como uma luva, em todos os sentidos e sem que nenhuma palavra tenha que ser modificada, à atual situação que estamos vivendo com o governo Lula, com sua corja de apaniguados e com os partidos que lhe dão sustentação. Eu o reescreveria com o título "É preciso derrotar Lula" sem a mínima possibilidade de erro."
João Carlos Gonzalez (São Paulo, SP)

Terra
"Eu sempre pensei nos chargistas e cartunistas como contestadores, mas na pág. A2 de domingo passado, o trabalho de Jean contra o MST mais parecia o de um jagunço-artista alugado pela UDR."
Eduardo Correia (São Paulo, SP)

Eletrobrás
"Leitor da Folha, surpreendi-me domingo ao ler o texto "Presidente da Lightpar defende estrutura", continuação da reportagem "Eletrobrás é acusada de "empreguismo", por uma referência desairosa a mim, qualificado, no texto, como "funcionário fantasma" e "figurinha difícil de ser encontrada em seu posto de trabalho". Esclareço que fui nomeado para a Eletrobrás, como assessor da presidência, em abril de 2004. Tal nomeação baseou-se na minha formação educacional e profissional, pois sou formado em comunicações e relações internacionais pela Webster University, de Londres, trabalhei durante seis anos como analista financeiro em Wall Street (Nova York) e tenho fluência em inglês, espanhol, francês e italiano. Minhas atribuições incluíam participar de viagens internacionais com o presidente e recepcionar e acompanhar personalidades estrangeiras que vinham ao Brasil para apresentar e ou discutir projetos de negócios com a empresa. Em razão disso, minha presença no gabinete a mim destinado não tinha, nem podia ter, a freqüência devida e exigida de um funcionário ou assessor com atribuições voltadas para serviços internos."
Omar Marzagão (Rio de Janeiro, RJ)

Sem comparação
"Não há termos de comparação entre os desmandos do PT nas prefeituras de Ribeirão Preto e de Santo André e no governo federal com qualquer outra administração pública, ao contrário do que afirmou o colunista Vinicius Torres Freire em sua coluna de ontem ("Palocci e Dirceu", Opinião, pág. A2)."
Antenor Braido, secretário de Comunicação da administração Celso Pitta (São Paulo, SP)


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