|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAINEL DO LEITOR
O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Hospitais psiquiátricos
"O artigo de Ferreira Gullar de
12/4 ("Uma lei errada", Ilustrada)
merece todas as palmas possíveis.
Sou profissional da área de psicologia e também não entendo o porquê
da desarticulação do tratamento
público de saúde mental.
Ele está
certo. Os que têm condições internam seus familiares em clínicas
particulares. Os que dependem do
tratamento público têm seus familiares "encaminhados" para o convívio familiar. E, muitas vezes, estes
vão parar nas sarjetas ou nos manicômios judiciários (que ainda existem) após cometerem crimes. Já
passou da hora de rever essa lei."
NINA CARDOSO, psicóloga (Londrina, PR)
"Excelente a crítica de Gullar. Como irmão de esquizofrênico, conheço bem a realidade dos doentes
mentais, que muitas vezes necessitam, sim, de internação para que se
evitem homicídios e suicídios.
O fechamento dos manicômios é um
ato de crueldade, principalmente
com os pacientes mais humildes."
JERSON DOS SANTOS (São Paulo, SP)
"O Conselho Federal de Psicologia manifesta-se favoravelmente à
lei que instituiu um novo modelo de
tratamento aos transtornos mentais no Brasil.
Muito mais que "demagogia", como escreveu Ferreira
Gullar, a lei 10.216/01 representa
enorme avanço em relação à política de isolamento que há séculos o
Brasil dispensa aos portadores de
sofrimento mental.
O movimento de luta antimanicomial, que inclui profissionais que
atuam diariamente com saúde
mental, considera que a loucura pode e deve ter o seu lugar no mundo,
que as subjetividades individuais
contribuem na construção do todo
social e que a aceitação das diferenças, sejam elas quais forem, faz parte do ideal de democracia da nossa
sociedade.
A luta antimanicomial, fundamentada no oferecimento de direitos de cidadania e de convivência
social aos portadores de transtornos mentais, é um desafio epistemológico para as ciências da saúde,
contra o qual muitos segmentos se
colocam contrariamente, afirmando imediatismos mercadológicos,
farmacológicos e de encarceramento como caminho."
HUMBERTO VERONA, presidente do Conselho Federal de Psicologia (Brasília, DF)
"Curiosamente, o termo cretino
-usado por Ferreira Gullar para
classificar o proponente da Lei da
Reforma Psiquiátrica- é um antigo
diagnóstico psiquiátrico que nomeia os portadores de cretinismo,
retardo mental causado pelo hipotireoidismo congênito.
Os periódicos nos indicam que
também o diagnóstico que Gullar
informa ser o de seus filhos -a esquizofrenia- tem sido usado com
frequência como xingamento. Esse
contrassenso oculto evidencia a natureza obscura do estigma e revela
como pode ser escorregadio redigir
sobre o campo polêmico que é o dos
cuidados públicos nessa área.
Penso que o articulista poderia
conhecer um pouco mais sobre os
familiares satisfeitos com os espaços de excelência que existem dentro da reforma da saúde mental -
sim, eles existem, e tendem a não
estar nos serviços particulares.
Sua energia direcionada para a
revogação da lei poderia ser mais
produtiva se ele viesse a reivindicar
a expansão necessária dessa excelência para o maior número de cidadãos brasileiros."
LUÍS FERNANDO TÓFOLI, doutor em psiquiatria pela
Universidade de São Paulo (Fortaleza, CE)
Governantes
"Os verdadeiros governantes dos
países liberais capitalistas são os
grandes empresários.
Os governantes são eleitos com
dinheiro grosso doado pelas grandes empresas nacionais e estrangeiras. Os pseudopresidentes eleitos
são apenas aqueles que dão a cara
para bater.
Lula, a mando dos banqueiros, já
diminuiu anteriormente os rendimentos da caderneta de poupança.
Agora os banqueiros querem a tributação da poupança, e Lula já estuda o índice dessa tributação.
Uma medida que agradaria aos
banqueiros e aos pobres que têm
depósitos na poupança seria a liberação destes para serem aplicados
também em fundos de investimentos, em empréstimos bancários etc.
Eu sei que Lula não manda nada,
porém a liberação da poupança seria uma solução que não penalizaria
o povo pobre que ainda acredita que
Lula tem poder."
JOSÉ D'AGOSTINO (Jaguariúna, SP)
Fumo
"Em relação ao artigo "Tabagismo
passivo e câncer de pulmão" ("Tendências/Debates", ontem), digo que
é inaceitável concordar com que o
governo gaste anualmente o equivalente a R$ 37 milhões com o tratamento de doenças e com o pagamento de pensões com o tabagismo
irresponsável.
Do meu ponto de vista, quem deveria arcar com essa exacerbação
pública são os próprios usuários do
tabaco e as empresas que fabricam
esses produtos.
O governo então investiria essa
razoável quantia em pesquisa e desenvolvimento, já que é gasto pouco
mais de 1% do PIB nessa área."
MARTA CAETANO BEZERRA (Cajamar, SP)
Páscoa
"A leitura do excelente texto do
presidente da CNBB e arcebispo de
Mariana (MG) dom Geraldo Lyrio
Rocha ("Páscoa, um grito a favor da
vida", "Tendências/ Debates", 12/4)
causou-me grande alegria.
Paradoxalmente, levou-me ao cenário desalentador dos dias de hoje.
Espero que nós todos -os bispos
também- possamos retomar a trilha histórica do Concílio Vaticano
2º: que possamos ler e meditar sobre a necessidade, a cada tempo, de
"perscrutar os sinais dos tempos" e
interpretá-los à luz do Evangelho
(Gaudium et Spes, 4)."
FRANCISCO RÉGIS (São Paulo, SP)
Violência
"Em relação à carta da leitora
Maria Natália Lebedev Martinez
Moreira, publicada domingo neste
"Painel do Leitor", a Secretaria de
Estado de Defesa Social (Seds) esclarece que os boletins de informações criminais são disponibilizados
trimestralmente no site da secretaria (www.seds.mg.gov.br), com
estatísticas de criminalidade violenta e homicídios em Minas Gerais e municípios selecionados e a
análise sobre a evolução desses indicadores, com total transparência.
Os boletins são analisados pela
Fundação João Pinheiro -instituição externa ao Sistema de Defesa
Social- e constituem um dos mais
completos bancos de dados sobre o
fenômeno da criminalidade no Estado de Minas Gerais.
A Folha recebeu por e-mail os
dados referentes a homicídios e criminalidade violenta nos três primeiros trimestre de 2008. As estatísticas referentes a todo o ano passado, incluindo o quarto trimestre,
estão sob análise da Fundação João
Pinheiro e serão divulgadas no final
de abril, com a publicação do
"Anuário de Informações Criminais
2008" pela Seds e pela Fundação
João Pinheiro."
CARLOS EDUARDO LIVINO, assessor de comunicação da Secretaria de Estado de Defesa Social
(Seds) de Minas Gerais (São Paulo, SP)
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br
Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman
Texto Anterior: Isaias Raw: O desafio de inovar no ensino de ciências
Próximo Texto: Erramos Índice
|