São Paulo, terça-feira, 14 de abril de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Hospitais psiquiátricos
"O artigo de Ferreira Gullar de 12/4 ("Uma lei errada", Ilustrada) merece todas as palmas possíveis.
Sou profissional da área de psicologia e também não entendo o porquê da desarticulação do tratamento público de saúde mental.
Ele está certo. Os que têm condições internam seus familiares em clínicas particulares. Os que dependem do tratamento público têm seus familiares "encaminhados" para o convívio familiar. E, muitas vezes, estes vão parar nas sarjetas ou nos manicômios judiciários (que ainda existem) após cometerem crimes. Já passou da hora de rever essa lei."
NINA CARDOSO, psicóloga (Londrina, PR)

"Excelente a crítica de Gullar. Como irmão de esquizofrênico, conheço bem a realidade dos doentes mentais, que muitas vezes necessitam, sim, de internação para que se evitem homicídios e suicídios.
O fechamento dos manicômios é um ato de crueldade, principalmente com os pacientes mais humildes."
JERSON DOS SANTOS (São Paulo, SP)

"O Conselho Federal de Psicologia manifesta-se favoravelmente à lei que instituiu um novo modelo de tratamento aos transtornos mentais no Brasil.
Muito mais que "demagogia", como escreveu Ferreira Gullar, a lei 10.216/01 representa enorme avanço em relação à política de isolamento que há séculos o Brasil dispensa aos portadores de sofrimento mental.
O movimento de luta antimanicomial, que inclui profissionais que atuam diariamente com saúde mental, considera que a loucura pode e deve ter o seu lugar no mundo, que as subjetividades individuais contribuem na construção do todo social e que a aceitação das diferenças, sejam elas quais forem, faz parte do ideal de democracia da nossa sociedade.
A luta antimanicomial, fundamentada no oferecimento de direitos de cidadania e de convivência social aos portadores de transtornos mentais, é um desafio epistemológico para as ciências da saúde, contra o qual muitos segmentos se colocam contrariamente, afirmando imediatismos mercadológicos, farmacológicos e de encarceramento como caminho."
HUMBERTO VERONA, presidente do Conselho Federal de Psicologia (Brasília, DF)

"Curiosamente, o termo cretino -usado por Ferreira Gullar para classificar o proponente da Lei da Reforma Psiquiátrica- é um antigo diagnóstico psiquiátrico que nomeia os portadores de cretinismo, retardo mental causado pelo hipotireoidismo congênito.
Os periódicos nos indicam que também o diagnóstico que Gullar informa ser o de seus filhos -a esquizofrenia- tem sido usado com frequência como xingamento. Esse contrassenso oculto evidencia a natureza obscura do estigma e revela como pode ser escorregadio redigir sobre o campo polêmico que é o dos cuidados públicos nessa área.
Penso que o articulista poderia conhecer um pouco mais sobre os familiares satisfeitos com os espaços de excelência que existem dentro da reforma da saúde mental - sim, eles existem, e tendem a não estar nos serviços particulares.
Sua energia direcionada para a revogação da lei poderia ser mais produtiva se ele viesse a reivindicar a expansão necessária dessa excelência para o maior número de cidadãos brasileiros."
LUÍS FERNANDO TÓFOLI, doutor em psiquiatria pela Universidade de São Paulo (Fortaleza, CE)

Governantes
"Os verdadeiros governantes dos países liberais capitalistas são os grandes empresários.
Os governantes são eleitos com dinheiro grosso doado pelas grandes empresas nacionais e estrangeiras. Os pseudopresidentes eleitos são apenas aqueles que dão a cara para bater.
Lula, a mando dos banqueiros, já diminuiu anteriormente os rendimentos da caderneta de poupança. Agora os banqueiros querem a tributação da poupança, e Lula já estuda o índice dessa tributação. Uma medida que agradaria aos banqueiros e aos pobres que têm depósitos na poupança seria a liberação destes para serem aplicados também em fundos de investimentos, em empréstimos bancários etc.
Eu sei que Lula não manda nada, porém a liberação da poupança seria uma solução que não penalizaria o povo pobre que ainda acredita que Lula tem poder."
JOSÉ D'AGOSTINO (Jaguariúna, SP)

Fumo
"Em relação ao artigo "Tabagismo passivo e câncer de pulmão" ("Tendências/Debates", ontem), digo que é inaceitável concordar com que o governo gaste anualmente o equivalente a R$ 37 milhões com o tratamento de doenças e com o pagamento de pensões com o tabagismo irresponsável.
Do meu ponto de vista, quem deveria arcar com essa exacerbação pública são os próprios usuários do tabaco e as empresas que fabricam esses produtos.
O governo então investiria essa razoável quantia em pesquisa e desenvolvimento, já que é gasto pouco mais de 1% do PIB nessa área."
MARTA CAETANO BEZERRA (Cajamar, SP)

Páscoa
"A leitura do excelente texto do presidente da CNBB e arcebispo de Mariana (MG) dom Geraldo Lyrio Rocha ("Páscoa, um grito a favor da vida", "Tendências/ Debates", 12/4) causou-me grande alegria.
Paradoxalmente, levou-me ao cenário desalentador dos dias de hoje. Espero que nós todos -os bispos também- possamos retomar a trilha histórica do Concílio Vaticano 2º: que possamos ler e meditar sobre a necessidade, a cada tempo, de "perscrutar os sinais dos tempos" e interpretá-los à luz do Evangelho (Gaudium et Spes, 4)."
FRANCISCO RÉGIS (São Paulo, SP)

Violência
"Em relação à carta da leitora Maria Natália Lebedev Martinez Moreira, publicada domingo neste "Painel do Leitor", a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) esclarece que os boletins de informações criminais são disponibilizados trimestralmente no site da secretaria (www.seds.mg.gov.br), com estatísticas de criminalidade violenta e homicídios em Minas Gerais e municípios selecionados e a análise sobre a evolução desses indicadores, com total transparência.
Os boletins são analisados pela Fundação João Pinheiro -instituição externa ao Sistema de Defesa Social- e constituem um dos mais completos bancos de dados sobre o fenômeno da criminalidade no Estado de Minas Gerais.
A Folha recebeu por e-mail os dados referentes a homicídios e criminalidade violenta nos três primeiros trimestre de 2008. As estatísticas referentes a todo o ano passado, incluindo o quarto trimestre, estão sob análise da Fundação João Pinheiro e serão divulgadas no final de abril, com a publicação do "Anuário de Informações Criminais 2008" pela Seds e pela Fundação João Pinheiro."
CARLOS EDUARDO LIVINO, assessor de comunicação da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) de Minas Gerais (São Paulo, SP)

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