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Carne com garantias
A SUSPENSÃO , por três das
maiores redes de supermercados no país, da compra de carne de gado supostamente criado em área de devastação na Amazônia aciona um
dispositivo de controle ambiental dos mais eficazes -que tem
tudo para proliferar no Brasil.
Com base em denúncias do
Ministério Público Federal do
Pará e da ONG Greenpeace, as
redes, além de cancelar compras,
propuseram-se a exigir guias de
trânsito animal anexadas às notas fiscais dos produtos.
Decerto o recomendável é que
a rede de supermercado busque,
antes de tomar esse tipo de decisão, informações fidedignas sobre os fornecedores que serão, ao
final, punidos. Satisfeito esse requisito, a pressão, sem dúvida,
vai servir como poderoso incentivo para que frigoríficos busquem a regularização de suas
criações -pois o cancelamento
atinge em cheio o faturamento
de empresários e pecuaristas.
Frigoríficos afetados pela decisão das três grandes redes varejistas afirmam que não constam
de listas de irregularidades elaboradas pelo Ministério do Trabalho e pelo Ibama. Apesar disso,
vale lembrar que os supermercados são empresas privadas e estão livres para eleger seus critérios de aquisição.
Medidas do mesmo gênero já
estão difundidas em outras partes do mundo. A resistência, de
alguns pecuaristas brasileiros,
em aderir ao Sisbov -sistema
que rastreia o percurso de cada
cabeça de gado, do nascimento
ao abate- dificilmente prevalecerá ante uma pressão como essa, feita por grandes compradores e até pelo consumidor final.
Aderir, em larga escala, aos
controles de qualidade e às certificações constitui um caminho
inevitável para que Brasil mantenha sua posição de maior fornecedor mundial de carne. A
adoção desses princípios também no mercado doméstico é sinal de respeito a um consumidor
cada vez mais exigente.
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