São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2011

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ELIANE CANTANHÊDE

Surge um nome de oposição

BRASÍLIA - Passada a primeira semana da estridente e estabanada saída de Nelson Jobim do Ministério da Defesa, já é possível concluir: a oposição encontrou um endereço para chorar as mágoas.
Jobim está de "stand-by" para eventualidades, olhando e avaliando o cenário. Fernando Henrique Cardoso é, hoje, um pensador-provocador, José Serra está rompido com 25% do PPS, 50% do DEM e 75% do PSDB, e Aécio Neves ora cai do cavalo, ora cai no bafômetro. DEM e PPS não têm nomes.
Na avaliação corrente -até entre governistas, cá pra nós-, Jobim errou na forma, mas não no conteúdo. Foi deselegante, talvez agressivo, mas não disse nenhuma mentira. Ou, pelo menos, nada que não venha sendo dito à boca pequena. Há muitas dúvidas quanto ao governo Dilma e à própria Dilma.
Se ela ajustar bem o apoio popular, a sustentação política e as respostas à crise econômica, que se confundem, será a candidata do PT e do bloco governista em 2014. Do contrário, Lula está a postos. Quanto mais fraca Dilma, mais forte Lula -e vice-versa.
Para ter chance, a oposição torce para o tripé de Dilma balançar, mas não a ponto de dar a vaga a Lula. Não basta isso. É preciso unir forças e ter um bom nome, ou melhor, uma boa chapa.
Jobim abdicou do Supremo Tribunal Federal buscando uma brecha para disputar a Presidência ou a Vice-Presidência da República. Uma candidatura a senador não o atrai, muito menos a deputado, mas a presidente ou a vice continua tentadora.
O PMDB é um dos maiores, senão o maior partido do país, mas se pendurou em Fernando Henrique, depois em Lula e agora em Dilma. Pode cismar de assumir o protagonismo, dispensando intermediários, ou refazer a dobradinha com o PSDB, com Jobim na cabeça de chapa ou na vice de Aécio.
Se colar, colou. Se não, ele não tem mais nada a perder.

elianec@uol.com.br


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