São Paulo, Sábado, 14 de Agosto de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prepare bem seu casamento

LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

Estamos celebrando a semana nacional da família (8/8 a 15/8). Reuniões. Palestras. Dias de estudo. São múltiplas as iniciativas das comunidades cristãs, procurando valorizar sempre mais a família, esse grande presente do amor de Deus à humanidade.
O núcleo do lar é a comunhão conjugal. Da doação total de amor entre o homem e a mulher surge a experiência original de duas pessoas unidas, vivendo uma para a outra e abertas à sublime missão de transmitir a vida que vem de Deus.
A convivência conjugal não se improvisa. Requer conhecimento recíproco, empenho em corrigir as próprias deficiências para melhor se doar à pessoa amada e fazê-la feliz. Daí a necessidade do namoro, no qual o futuro casal vai crescendo na adaptação de um ao outro. Tornam-se capazes de assumir a responsabilidade de viver juntos e formar um lar.
Há vários anos que as dioceses organizam a Pastoral Familiar, com particular atenção à preparação dos jovens para a vida matrimonial, elevada por Jesus Cristo a sacramento, contando, assim, com especial bênção de Deus para a realização da doação conjugal.
Tem havido notável esforço da maior parte das comunidades cristãs para oferecer aos jovens uma adequada iniciação ao casamento. Esse empenho é necessário, uma vez que os meios de comunicação social insistem em divulgar e alardear a inconsistência do vínculo conjugal e a permissividade moral diante da infidelidade ao amor. A própria natureza da família estável vê-se atingida por outros tipos de união, marcados pela violação do compromisso assumido e pela busca do prazer fugaz, com descaso diante das consequências negativas para o equilíbrio psíquico, a educação e a felicidade dos filhos.
Em boa hora a Pastoral Familiar incentiva novas formas para preparar os jovens ao casamento. Além do apoio e da orientação recebidos em suas famílias -o que é, sem dúvida, o mais importante-, devem os noivos encontrar nas comunidades o acompanhamento personalizado de que necessitam por meio de casais que, num clima de confiança e amizade, transmitem aos jovens a experiência amadurecida da própria vida conjugal e familiar. É essa também ocasião para os noivos receberem o testemunho da fé e da prática religiosa que hão de sustentá-los na realização do ideal, superando as dificuldades que possam surgir.
Nesta semana, somos chamados a perceber melhor a natureza da dignidade da união conjugal e da transmissão da vida. Caiu no debate público a situação da gravidez conseguida sem convivência estável entre o homem e a mulher. É necessário lembrar o direito que a criança tem de nascer de um ato de amor de seus pais e de contar, sempre que possível, com a presença deles no decorrer do seu crescimento e de sua formação.
É pena que os meios de comunicação divulguem, com ênfase e arte, situações moralmente inaceitáveis, contribuindo para deformar a reta compreensão da vida conjugal, facilitando a gravidez precoce e sem as condições e a proteção do casamento.
Quem conhece crianças em situação de desamparo dos pais não precisa de muitos argumentos para entender, à luz de Deus, o verdadeiro valor do vínculo conjugal e da vida familiar. Sinto vontade de dizer a todos os jovens: preparem bem o seu casamento. Aos que contraíram o matrimônio, "sejam felizes e façam os outros felizes".


D. Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.


Texto Anterior: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Não dá para entender
Próximo Texto: Frases

Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.