São Paulo, terça-feira, 14 de setembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Educação
"Em relação ao editorial "Educação sem prova" (Opinião, pág. A2, 7/9), é importante esclarecer que o Ministério da Educação introduziu recentes e estratégicas mudanças no programa Brasil Alfabetizado, criado em 2003. O programa está sendo aperfeiçoado com alterações positivas já para as aulas que começaram em agosto de 2004. Justamente por entender que alfabetização é um passo decisivo rumo à cidadania, o governo quer garantir a qualidade do ensino. Uma das inovações é que os Estados e municípios estão recebendo cerca de 65% dos R$ 168 milhões para implantar o programa em 3.000 municípios. Estão sendo feitas parcerias com 25 governos estaduais, e os repasses estão sendo feitos por transferência direta. A redefinição da distribuição de recursos do Brasil Alfabetizado objetiva aumentar a participação dos Estados e municípios responsáveis pela gestão e implementação do sistema de ensino. As novas turmas, que se iniciaram no segundo semestre de 2004, serão avaliadas no início e no final do curso para conferir a efetividade do aprendizado. O período de alfabetização passou de seis para oito meses, e o recurso para formação do alfabetizador foi reajustado de R$ 80 para R$ 120 mensais. A alfabetização não é uma ação isolada -e deve ser parte do processo de educação continuada. Para isso, estão sendo investidos R$ 430,9 milhões no programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), priorizando parcerias com Estados e municípios. Nosso principal objetivo é aplicar os recursos públicos de forma responsável. Até o momento, pouco mais de 20 meses de governo, foi repassado a 23 organizações não-governamentais o total de R$ 99.813.757,00, e não os alegados R$ 122 milhões."
Ricardo Henriques, secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Brasília, DF)

Serviço no município
"As declarações da candidata Luiza Erundina durante a sabatina promovida pela Folha na sexta-feira passada, reproduzidas no texto "Erundina vê corrupção em SP e nivela Marta, Serra e Maluf" (Brasil, pág. A6, 11/9), merecem algumas retificações. A Cavo - Serviços e Meio Ambiente esclarece que é falsa a informação proferida pela candidata de que a empresa deve R$ 1,3 bilhão à Receita Federal e à Previdência Social. A Cavo está em dia com seus impostos e contribuições e lamenta que a candidata tenha desinformado os leitores desta Folha a esse respeito."
Humberto Junqueira de Farias, diretor-presidente da Cavo - Serviços e Meio Ambiente (São Paulo, SP)

Governo do Estado
"Em seu artigo de domingo passado, "Começou o segundo turno" (Opinião, pág. A2), Clóvis Rossi escreveu: "A menos que Marta repita a façanha de Orestes Quércia em 1990, que se orgulha de ter quebrado o Banespa (então estatal), mas ter eleito Fleury Filho". Não é verdade que eu tenha alardeado essa "façanha". Jamais diria um absurdo desses. Essa inverdade foi reproduzida por muito tempo, com certeza para parecer verdade, dentro do critério muito utilizado pelo regime de Hitler para fabricar "verdades". Eu sempre procurei desmenti-la, mas os desmentidos chegam com mais dificuldades à opinião pública. Às vezes, a alegação era que eu havia dito que quebrara o Estado. Na verdade, eu não quebrei nem um nem outro, pois eles nunca quebraram. A intervenção no Banco do Estado foi apenas uma violência criminosa do BC da época para justificar a privatização. Apenas uma verdade emerge disso tudo: eu elegi o Fleury -infelizmente para mim, para o meu partido e para o Estado. Espero que Deus me perdoe."
Orestes Quércia, ex-governador do Estado (São Paulo, SP)

Eleição
"Refiro-me à reportagem "PT faz pacto com Maluf para atacar Serra" (Brasil, pág. A7, 10/9), na qual sou citado como parte de hipotético "acordo". Inicialmente, lamento não ter sido ouvido pelo ilustre jornalista e, apesar do prévio respeito que possa ter pela sua desconhecida fonte, o fato de não ter sido ouvido permitiu que toda a sua reportagem estivesse permeada de tamanha inverdade. Primeiro, porque nunca tive nenhum contato com nenhuma autoridade -incluso o ministro José Dirceu- sobre qualquer hipótese de acordo, sobre qualquer hipótese de proteção, de qualquer tipo, que envolvesse qualquer pessoa, nem muito menos o ex-prefeito Paulo Maluf, na CPI do Banestado. Segundo, quero destacar aspecto dos mais capciosos da reportagem, que afirma que o ex-prefeito seria "protegido dentro dos limites legais na CPI do Banestado". O que é ser protegido "dentro dos limites legais" da CPI? A CPMI procura, no que diz respeito ao relator, atuar nos exatos termos da legalidade e busca agir, em todos os casos, com todas as pessoas, não importando nome ou sobrenome, cargo ou função, dentro dos limites da legalidade. Em terceiro lugar, registro novamente para a Folha que, "(...) apesar dos quilos de papéis bancários enviados pela Suíça ao país (...)", como o texto afirma, a CPMI não recebeu nenhum desses papéis, apesar de tê-los solicitado em 31/ 3/2004 por iniciativa do relator."
José Mentor, deputado federal (PT-SP), relator da CPI da Evasão de Divisas (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Kennedy Alencar - A apuração da Folha foi feita com o rigor estabelecido pelo "Manual da Redação". Em junho, um sinal de boa vontade do PT foi dado a Maluf. Recusa do relator Mentor de convocar o ex-prefeito para depor na CPI causou mal-estar entre integrantes da comissão. Em conversas com membros do governo, Mentor contou ter documentação sobre recursos da família do ex-prefeito no exterior.

Poluição
"Gostaria de tecer considerações sobre o texto "Inverno de SP é o mais poluído em 5 anos" (Cotidiano, pág. C1, 12/9). Como seria a situação atualmente caso não tivéssemos adotado a mistura de 25% de álcool anidro em toda a gasolina vendida no país? Estaríamos vivendo uma situação de calamidade pública na capital paulista. Iniciativas como essa não podem parar por aí. Precisamos investir cada vez mais na adoção de fontes alternativas de energia, como o biodiesel e o GNV, principalmente no transporte público. Outra medida que teria um impacto importante no combate às emissões de poluentes seria o tratamento tributário diferenciado para os veículos flexíveis, capazes de rodar com álcool, gasolina ou qualquer mistura entre os dois. Desse modo, fomentaríamos a pesquisa, a produção e o uso em larga escala de combustíveis mais limpos."
Arnaldo Jardim, deputado estadual (PPS-SP), coordenador da Frente Parlamentar pela Energia Limpa e Renovável (São Paulo, SP)

Idoso na direção
"O texto "Idosos têm de renovar carteira em prazo menor" (Cotidiano, pág. C3, 13/9) informa que, "se for um idoso [dirigindo o veículo], a tendência é que essa distância [que o carro percorre até o freio ser acionado] aumente". Só que o idoso, que já não tem mais a necessidade de demonstrar que Senna era "fichinha", estará guiando mais devagar do que o garoto de 18 anos."
Pierre René Weber (São Paulo, SP)


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