|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAINEL DO LEITOR
O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Apagão
"Em 1965, houve um grande apagão nos EUA, que envolveu milhões
de habitantes da costa leste do país,
incluindo Nova York.
O governo não buscou evasivas,
não fez uso político do evento e palpiteiros de plantão não foram ouvidos. A preocupação foi esclarecer
tecnicamente o que aconteceu. Foi
montada uma comissão federal de
alto nível, com técnicos de empresas elétricas e professores de universidades, para emitir um relatório.
Descobriu-se que o mau funcionamento de equipamentos de proteção foi a causa do apagão, e providências foram tomadas após a
emissão do relatório final.
É assim que se procede para melhorar a gestão do setor de energia,
dando ao evento a dimensão que ele
merece: técnica. O setor não deve
ser terra de políticos, amadores e
aventureiros de um modo geral."
CORNELIO CELSO DE BRASIL CAMARGO , Laboratório
de Planejamento de Sistemas de Energia Elétrica
da UFSC (Florianópolis, SC)
Reitor da USP
"Nem bem os jornais estamparam a notícia da escolha, pelo governador, do segundo colocado da
lista tríplice da USP e os ânimos já
se exaltavam. No prédio de história
e geografia, com tradição de legítima politização e também de esquerdismo infantil, além de palco
da lamentável intervenção da polícia meses atrás, as barricadas já
eram levantadas por dois ou três
alunos madrugadores. É um sinal
de alerta: os tempos que virão não
serão fáceis para a USP.
Os setores, sobretudo entre alunos e funcionários, que atacavam a
legitimidade do processo de escolha, por elitista e antidemocrático,
jamais se sentiriam contentes, fosse qual fosse o escolhido.
Entretanto, a decisão do governador acrescenta outro elemento de
tensão: abre uma nova frente de
confronto ao desconsiderar a vontade da comunidade acadêmica.
Embora exercendo o direito que
lhe confere a lei, o governador José
Serra, optando por escolha mais político-partidária do que acadêmica,
contribuiu para aprofundar uma
crise que atravanca a USP e desserve à sociedade -justamente num
momento em que o esperado seria
um passo em direção à superação
dos problemas e ao congraçamento
da comunidade universitária."
MARCELO REDE , professor doutor do Departamento de História da FFLCH (São Paulo, SP)
"Em artigo preciso ("Lista tríplice
não lesa democracia", Cotidiano,
12/11), Hélio Schwartsman indica
como deveria ser a escolha do novo
reitor pelo governador, revelando o
quanto a eleição direta para cargos
como esse deve ser analisada com
critérios. Por sorte nossa, o governador, mesmo se não leu o artigo,
deu-lhe valor profético ao escolher
o doutor João Grandino Rodas.
Para quem, como eu, que teve a
sorte de ter o professor como consultor jurídico no ministério em
que servimos, resta aplaudir o governador, que garantiu à comunidade acadêmica a chegada de um
novo tempo."
JOSÉ ANTONIO CHAGAS (Rio Claro, SP)
"É lamentável que, num processo
antidemocrático como é a eleição
da reitoria da USP, o governador
Serra atropele a pouca autonomia
da universidade ao não indicar
quem foi eleito por parte da comunidade e nomear para o cargo João
Rodas, que tem sua carreira construída junto ao PSDB e que, ao longo dos debates, demonstrou que será um reitor sem diálogo com os setores da universidade."
BRUNO CARDOSO , ex-diretor do DCE-USP
(São Paulo, SP)
Cachorro
""O diabo é muito otimista se
pensa que pode piorar os homens"
(Oscar Wilde).
A frase do grande escritor valerá
para sempre na humanidade.
Quando pensei já ter visto todas as
maldades de que um ser humano é
capaz, leio que um casal matava a
machadadas cachorros e gatos para
vender sua carne."
FÁBIO MOURA (São Paulo, SP)
Bancos
"Oportuno e perfeito o artigo de
Paulo Rubem Santiago sobre os juros cobrados pelos bancos
(""Spreads': de quem é a acomodação?", ontem).
A alegação de risco de inadimplência é falácia, uma vez que no
mundo ela é exatamente igual à
nossa. Mais revoltante é ver o lucro
que auferem os nossos bancos, alavancados certamente por essas e
outras atitudes condenáveis.
A grande verdade é que o governo
faz corpo mole porque o troco que
recebe dessas instituições garante
eleições -e é aí que mora o perigo."
GERALDO SIFFERT JÚNIOR (Rio de Janeiro, RJ)
Ato médico
"Fico realmente muito assustada
quando leio um médico -logicamente a favor do conhecido "ato
médico'- afirmar que, com a aprovação dessa lei, será possível garantir "que as recomendações e prescrições passarão a ser implementadas
segundo critérios rígidos e científicos" ("A regulamentação da medicina", 12/11).
A partir disso, me pergunto: até
então a responsabilidade da prescrição não era do profissional médico, com exceção da lista Gite? Até
que a lei seja aprovada os médicos
não utilizam informações confiáveis para recomendar ou prescrever
um tratamento? Eu, como profissional farmacêutica e "paciente",
continuarei questionando esse posicionamento (estudos demostram
erros frequentes e muitas vezes
graves de prescrição médica).
Eu luto pelo trabalho multiprofissional e interdisciplinar de co-responsabilidades, entre profissionais e profissionais e entre profissionais e "paciente", acreditando
que este seja o melhor caminho para a melhoria da atenção à saúde da
população."
RAPHAELA NEGRO (Londrina, PR)
Deus
"Impressionante o texto de Cláudio Guimarães dos Santos ("Deus é
fiel", 12/11). Impressionante pelo
ódio gratuito com que ataca, literalmente, Deus e todo o mundo.
Disse o médico que não é teólogo
-mas nem é preciso sê-lo para saber que as atrocidades causadas ao
longo de toda a nossa história por líderes políticos e/ou religiosos nada
têm a ver com Deus, mas, sim, com
nós mesmos, com a nossa natureza,
muitas vezes egoísta e animal.
Deus nos dotou de um supremo
poder, o livre-arbítrio. Pena que,
em grande parte, usemos este dom
para nos matarmos.
"O homem é o lobo do homem", já
afirmava Hobbes -o homem, e não
Deus. Deus é, sim, fiel às suas criaturas, pois tem, desde antes do início do Universo, um plano para a
Criação. Acredito que Ele esteja
muito desapontado com os filhos
pródigos que nos tornamos, distorcendo os ensinamentos de seu filho
Jesus em nosso próprio benefício."
CELSO ANTONIO DE ALMEIDA (Guareí, SP)
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br
Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman
Texto Anterior: Fernando Menezes: A importância do controle
Próximo Texto: Erramos Índice
|