São Paulo, terça-feira, 14 de dezembro de 2010

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ELIANE CANTANHÊDE

Dois pra lá, dois pra cá

BRASÍLIA - O futuro secretário-geral do Itamaraty, segundo cargo em importância na carreira, deverá ser o embaixador Ruy Nogueira, um dos principais articuladores da aproximação do Brasil com a Venezuela de Hugo Chávez desde o governo Fernando Henrique Cardoso.
Atual subsecretário de Cooperação e Promoção Comercial, Nogueira é o nome mais forte para substituir no cargo o embaixador Antônio Patriota, que será promovido a chanceler no governo Dilma Rousseff. Os dois fazem um contraponto direto e interessante.
Nogueira, 67, é experiente nas áreas de economia, agricultura, comércio e política, tendo sido inclusive chefe da Secretaria de Imprensa do Itamaraty no governo José Sarney. Patriota, 56, é bem mais jovem e um intelectual voltado essencialmente para a área política.
Enquanto Nogueira ficou muito próximo de Chávez, a ponto de ser hostilizado por setores da oposição venezuelana, Patriota é casado com uma americana, foi embaixador nos Estados Unidos e terá entre suas funções melhorar o clima entre Brasília e Washington, turvo desde a participação brasileira no acordo nuclear do Irã.
A terceira ponta do tripé é o professor Marco Aurélio Garcia, o homem do PT para a área externa. Ele é assessor internacional da Presidência com Lula e vai continuar sendo com Dilma. Até aqui, ocupa uma salinha apertada no Planalto. A partir de 2011, vai ter mais gente, mais subdivisões, mais atribuições. E vai botar mais a cara.
A política externa continua a mesma, mas Dilma tem lá o jeito dela, diferente do de Lula. Quer menos improvisação, rompantes, tititi. Vai cobrar discrição. E só vai abrir a boca em questões de repercussão internacional quando tiver certeza -e estiver bem "brifada".
PS - Jobim quer anunciar os caças já; Dilma, só em 2011. Com o impasse, o processo foi parar nas mãos de Fernando Pimentel, para olhar os aspectos comerciais.

elianec@uol.com.br


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