São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

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FERNANDO RODRIGUES

Política tem fila

BRASÍLIA - Às vezes não funciona, mas quase sempre vale a regra segundo a qual "política tem fila". Quando chega a vez, tem de aproveitar. Orestes Quércia era o primeiro da fila em 1989 para ser o candidato a presidente pelo PMDB. Não quis. Em 1994, amargou uma quarta posição, só com 3,56% dos votos. Outros querem furar a fila. Ciro Gomes saiu do PSDB. Foi candidato a presidente em 1998 e 2002 pelo PPS. Não ganhou. Filiou-se ao PSB e é ministro de Lula. Vai demorar até que consiga ficar na frente da fila dentro do espectro político em que está no momento. Se tivesse permanecido tucano, talvez hoje fosse um dos nomes favoritos para o Planalto. Pimenta da Veiga fundou o PSDB. Elegeu-se prefeito de Belo Horizonte em 1988. Abandonou o cargo e disputou o governo mineiro em 1990. Perdeu. Hoje, está fora da política. Tudo para dizer que, no PSDB, a fila para candidato ao Planalto tem José Serra como primeiro colocado. Só que as pesquisas demonstram que o prefeito de São Paulo pode se lançar a uma empreitada cujo eventual sucesso é, para dizer o mínimo, para lá de incerto. Ainda não dá para enxergar de volta a onda vermelha de 2002, mas é inegável que Lula é um candidato competitivo. Ontem, uma pesquisa CNT/Sensus mostrou esse cenário com clareza. Se Serra não disputar a Presidência com medo de derrota, em 2010 poderá ter perdido a vez. A fila anda. Mesmo que Geraldo Alckmin seja o candidato agora e perca, terá direito de tentar novamente daqui a quatro anos. À espreita também estará o governador mineiro, Aécio Neves. O outro cenário é Serra disputar, mas acabar derrotado. Em 2010, terá de convencer os tucanos de que merece uma terceira chance. Não será fácil. Atrás dele, outros continuarão empurrando para a fila andar.
 
Inferno astral tucano. Depõe hoje no Congresso Dimas Toledo. Falará horas sobre a tal "lista de Furnas". O PSDB ficará ardendo em público.

@ - frodriguesbsb@uol.com.br


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