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Chance para decolar
O GOVERNO Lula ainda reluta, mas uma articulação
de forças oposicionistas
no Senado tem boas chances de
acelerar a criação de uma CPI sobre a crise aérea. Após um acordo
entre o DEM (ex-PFL) e o PSDB,
a oposição afirma ter obtido o
número mínimo de assinaturas
(27) para solicitar a implantação
de uma investigação parlamentar na Casa dos senadores.
A bancada situacionista, em
manobra que atropelou o direito
constitucional da minoria, conseguiu ao menos postergar a instalação do inquérito na Câmara.
Em julgamento previsto para o
dia 20, a expectativa é que o Supremo Tribunal Federal obrigue
os deputados a criar a CPI.
O fato novo no Senado, no entanto, pode antecipar esse desfecho. Sintoma disso foi a declaração do líder governista na Casa,
Romero Jucá (PMDB-RR), na
sexta: "O governo não gosta de
ter CPI para perturbar o trâmite
de votação do PAC". Trata-se de
uma variação da surrada frase
"CPIs param o país", a que todo
governismo recorre -em especial quando o escopo das investigações pode alcançar o Palácio
do Planalto.
Em paralelo, novas evidências
contra a Infraero surgiram. Foram afastados diretores por conta de indícios de irregularidades
em contratos. Existem, a respeito da estatal, 35 procedimentos
administrativos do Ministério
Público Federal, 95 processos no
Tribunal de Contas da União,
quatro investigações da Controladoria Geral da União e três em
auditorias internas.
A estatal é apenas uma das rotas que uma CPI precisará explorar. Deverá debruçar-se também
sobre o sistema de controle do
tráfego aéreo, a gestão dos fundos Aeronáutico e Aeroviário e o
acidente que matou 154 pessoas
no final de setembro.
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