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Poupança
"Novamente a conta do desleixo,
da incompetência, dos nefastos gastos públicos e da corrupção será paga pela falida classe média ("Governo taxará até 894 mil poupanças",
Dinheiro, ontem)."
DAVID NETO (São Paulo, SP)
"A mexida nas regras de remuneração da caderneta de poupança é
emblemática. Enquanto o rentismo
financeiro navegou em águas tranquilas entre nós, com os juros Selic
em taxas celestiais, os donos do poder da economia viam esse tipo de
aplicação popular como coisa de
"gente pobre". Mas no momento em
que a crise do modelo globalizado
neoliberal atinge os "endinheirados", que migraram em grande parte para esse tipo de aplicação financeira, as regras mudam.
Agora pouco se sabe sobre quem
vai "pagar a conta" dessa mexida na
economia popular, mas, pelo nosso
passado, desconfio que os mais humildes têm tudo para ficar com
grande parte do "mico" nas mãos."
JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA
(Rio de Janeiro, RJ)
"Migalhas para os pobres, mais
dinheiro para os ricos às custas da
classe média.
Essa manobra do governo de tributar os rendimentos da caderneta
de poupança vem prejudicar ainda
mais a classe média, mesmo sabendo que a maioria do 1% dos poupadores que serão taxados, que estão
na faixa dos R$ 50 mil a R$ 100 mil,
são na verdade poupadores, e não
especuladores.
São assalariados, trabalhadores,
microempresários e até produtores
rurais, que poupam para melhorar
de vida ou para garantir recursos
para uma emergência eventual.
Por que não taxar só os ricos, que
possuem mais de uma forma de
aplicação de recursos? Por que não
cobrar dos bancos?
Se o governo quer promover uma
melhor distribuição de renda, pois
então que comece pelo topo, e não
por achatar ainda mais a classe
média."
ORSON MUREB JACOB, presidente do Sindicato
Rural de Assis (Assis, SP)
Precatórios
"Como foi muito bem citado pelo
advogado Saulo Ramos ("Vergonha
permanente", "Tendências/Debates", ontem), é um golpe sujo -aliás,
uma falta de vergonha na cara- o
que os governadores e prefeitos
pretendem ao jogar para as calendas gregas o pagamento dos débitos
judiciais (precatórios). O atraso já
tem 33 anos (1988 - 8 anos; 1990 - 10
anos e 2009 - 15 anos). Mostra às escâncaras a falta de caráter e formação de nossos "homens públicos".
Causa espécie que o pretendente
a presidente José Serra e o pretendente ao governo do Estado Gilberto Kassab estejam à frente dessa
imundície.
Se tiverem os congressistas a falta
de vergonha de aprovar tamanha ignomínia, será a pá de cal no respeito
que um dia aquela Casa teve.
Que depois não venham reclamar
se os militares a fecharem para dedetização."
RAUL REINALDO MORALES CASSEBE
(Osvaldo Cruz, SP)
General
"O general Paulo César de Castro,
ex-chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército, em discurso de despedida aos seus colegas
de farda, fez entusiasmado elogio ao
golpe militar de 1964 ("General responsável pelo ensino no Exército
exalta golpe de 64 e ironiza cotas",
Brasil, 13/5).
Evidentemente, estava no lugar
errado, transmitindo ideias ultrapassadas a seus subordinados.
Felizmente, deve ser minoria na
caserna, onde, certamente, prevalecem os valores democráticos. De
qualquer forma, serve de alerta à
sociedade, que jamais tolerará as
trevas da ditadura."
LÚCIO FLÁVIO V. LIMA (Fortaleza, CE)
"Tomo a liberdade de cumprimentar o general Castro por exaltar
a vitoriosa revolução de 64.
É importante salientar que a revolução mudou a história do Brasil
e do mundo para melhor. A ideologia comunista teve seu começo e,
pela força, teve o seu apogeu, mas,
felizmente, o seu fim não tardou, e a
nossa revolução concorreu muito
para a derrocada do comunismo."
PEDRO CÂNDIDO FERREIRA FILHO
(Belo Horizonte, MG)
Investimento
"Alguns esclarecimentos são necessários sobre o editorial "Aplicação para poucos" (Opinião, 2/5).
No texto, é informado que o processo de cadastramento envolve
uma "miríade de contratos que podem demorar mais de 30 dias",
além do preenchimento de ficha de
inscrição no site do Tesouro Direto.
Para começar a operar, caso o
aplicador opte por um agente de
custódia em que ele já possua conta, é necessário tão-somente a assinatura do termo de adesão ao regulamento do Tesouro Direto, como é
usual para qualquer tipo de investimento. Entretanto, caso o investidor esteja abrindo uma conta em
um novo agente de custódia, ele deverá, adicionalmente, cumprir com
a legislação vigente, o que envolve o
preenchimento de ficha cadastral
do agente e a apresentação de documentação comprobatória, exigida pelos órgãos reguladores.
O tempo gasto para concluir todo
esse processo, inclusive para os casos de novos clientes, depende de
cada agente de custódia, mas é em
geral bastante rápido, sendo que,
em muitos casos, leva só um dia.
O Tesouro Nacional tem se empenhado para democratizar o acesso a títulos públicos, e o recente
crescimento do programa, principalmente entre os pequenos investidores, ilustra esse objetivo."
ANDRE PROITE, gerente de Relacionamento Institucional da Secretaria do Tesouro Nacional
(Brasília, DF)
Obras
"Em 2005, a 6ª Vara Federal Criminal determinou que quatro unidades da USP ficassem como fiéis
depositárias do acervo do antigo
Instituto Cultural Banco Santos e
de outros segmentos daquele conglomerado que se encontravam em
precário estado de conservação. O
compromisso assumido pela USP
foi o de garantir uma destinação pública a esse patrimônio.
A USP tem despendido recursos
humanos e financeiros expressivos
para tornar o acervo acessível à sociedade. Foram realizados trabalhos de higienização, catalogação e
outras atividades curatoriais, que
resultaram em exposições, seminários, aulas, palestras e publicações.
Além disso, estudantes e pesquisadores nacionais e estrangeiros têm
podido investigar e problematizar o
acervo, evidenciando a sua relevância para a história e a cultura.
A USP reitera sua posição de que
o acervo deva permanecer como patrimônio público, de forma que
possa continuar contribuindo para
a formação da cidadania e a consolidação do Estado de Direito. Nesse
sentido, a USP estuda a possibilidade de elaborar medidas judiciais para reverter o quadro mostrado na
reportagem "Museus podem perder
obras de arte de Edemar Cid Ferreira (Dinheiro, ontem)."
RUY ALBERTO CORRÊA ALTAFIM, pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da USP
(São Paulo, SP)
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