São Paulo, segunda-feira, 15 de junho de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Turnê de Caetano
"Adorei o artigo de ontem de Gilberto Dimenstein ("O dinheiro de Caetano Veloso", Cotidiano).
Acho, sim, que os músicos brasileiros em suas turnês merecem apoio da Lei de Incentivo Fiscal, mas também acho que é um dever de todos os artistas brasileiros preocuparem-se com a inclusão social por meio das artes.
Há três anos procuro unir o projeto musical com o social, e o artigo de Dimenstein, sem dúvida, é um alerta para assumirmos nossas responsabilidades."
JOÃO CARLOS MARTINS , pianista (São Paulo, SP)

 

"Cumprimento Gilberto Dimenstein pela corajosa e lúcida posição assumida no artigo de ontem. Embora admirador do trabalho do artista, que reputo um dos ícones da música brasileira, creio que o significado do termo "cultura" diga respeito à formação do homem, à sua melhoria e ao seu refinamento, independentemente da classe social a que pertença. Assim, considerando que a verba destinada ao Ministério da Cultura sempre se tenha revelado escassa (o próprio ministro já manifestou seu desejo de receber verba do pré-sal), há que indagar se incentivo público a espetáculo cujo preço do ingresso atinge R$ 145 se presta a tal desiderato. A resposta me parece óbvia."
ARNALDO HOSSEPIAN JÚNIOR , procurador de Justiça (São Paulo, SP)

 

"Se, de fato, o ministro Juca Ferreira não tem legalmente como negar apoio financeiro ao show de Caetano ("Ministério não tem vocação para irmã Dulce", Ilustrada, 13/6), e se a contrapartida do artista seria baixar o preço dos ingressos, por que não adotar uma medida mais audaz e dar ingressos gratuitos aos melhores alunos da rede pública nas regiões metropolitanas em que vai se apresentar? Essa medida seria uma importante redistribuição de renda cultural."
RENATO JANINE RIBEIRO , professor titular de ética e filosofia política da USP (São Paulo, SP)

USP
"No dia em que a PM executou ações com bombas de gás, escudos e cassetetes, alguns colegas professores estavam em assembleia, portanto, fora da manifestação. Quando souberam que algo acontecia, se dirigiram ao local na tentativa de apaziguar os ânimos. Ainda que estivessem com crachás, ainda que alguns tentassem dizer que eram professores, também foram atingidos. Um colega foi atingido no rosto e ficou sem enxergar por 20 minutos.
Estranhamos que seja esse o conceito de "disposição para o diálogo e manutenção da ordem" que vigora num espaço educativo como a universidade.
A PM precisa urgentemente sair do campus, e as negociações precisam ser retomadas. Serenidade e diálogo são fundamentais neste momento. Clamamos por lucidez de todos os envolvidos."
ELIZABETE FRANCO CRUZ , professora-doutora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (São Paulo, SP)

 

"Diferentemente do que o professor Vladimir Safatle diz no artigo "A universidade não é caso de polícia" ("Tendências/Debates", 12/6), a Polícia Militar não fez uso de metralhadora na USP, fato que pode ser comprovado pelas fotos nos jornais e imagens das TVs.
A Polícia Militar nunca utiliza esse tipo de armamento para conter distúrbios civis, exceto para a proteção da tropa quando os manifestantes estão armados.
No caso da USP, foram usados apenas armamentos e técnicas não letais, como munições de borracha e agentes químicos, conforme determinam os manuais de controle de distúrbios civis das melhores forças policiais do mundo.
A PM esteve na Universidade de São Paulo apenas para cumprir uma ordem judicial."
DORIVAL MIGNANELLI , capitão da PM (São Paulo, SP)

Frankensteins
"Parabéns à Folha pelo editorial "Balbúrdia legislativa" (Opinião, ontem), em que aborda a inclusão de matérias estranhas aos temas originais das medidas provisórias, criando verdadeiros frankensteins legislativos.
Tal atitude de nossos legisladores é mais uma manifestação da falta de compromisso com a transparência. Como é possível controlar, por exemplo, a quantidade de cargos comissionados existentes no governo federal se eles são criados de forma esparsa nas mais diversas leis?"
GUILHERME RIBEIRO (Belo Horizonte, MG)

Gestão
"Oportuna a proposição de Emílio Odebrecht no texto "Procuram-se líderes" (Opinião, ontem).
A experiência que ex-empresários e executivos aposentados podem passar para a área pública certamente aprimoraria a gestão dos órgãos estatais. E endosso a ideia de que essa contribuição seja feita sem o exercício de cargos e sem remuneração nenhuma. Seria uma espécie de voluntariado com foco na gestão da coisa pública.
Creio que a Odebrecht poderia, em nível político, influenciar a formatação de um projeto de lei que regulamentasse essa questão. A regulamentação é importante, porque não adianta apenas oferecer novas técnicas de gestão.
As instituições e órgãos estatais precisam valorizar o recebimento dessas técnicas. E as organizações que viessem a aprimorar a sua gestão organizacional deveriam ser reconhecidas."
SÍLVIO LUIZ JOHANN , professor da Fundação Getulio Vargas (São Paulo, SP)

Paraisópolis
"Integro um movimento que congrega cerca de cem entidades e, com a comunidade, estamos contribuindo com a campanha Paraisópolis Exige Respeito.
Quando soubemos da visita do grupo de curadores da Bienal de Roterdã à comunidade de Paraisópolis ("Diretores da Bienal de Roterdã vão a favela e são hostilizados", Cotidiano, 9/ 6), decidimos mostrar o outro lado da urbanização (morte em abrigo da prefeitura, despejos de forma violenta com aparato policial, tratores destruindo casa quando a proprietária busca os filhos na creche).
Organizamo-nos com camisetas da campanha e faixas mostrando nossa indignação. Encontramos o grupo de curadores em uma viela e paramos em frente aos carros, solicitando que fôssemos escutados.
Aguardou-se pacificamente que um representante viesse dialogar com o grupo.
Vieram conversar com os manifestantes o arquiteto venezuelano e os repórteres presentes -inclusive o repórter da Folha, que entrevistou vários moradores. Os manifestantes exigiam moradia e respeito e conseguiram marcar uma reunião com a senhora Elizabeth França.
E foi com espanto que lemos a reportagem da Folha, que transformou uma manifestação pacífica de moradores em ato de vandalismo.
Não é verdade que a "favela recebeu o diretor da Bienal holandesa a pedradas". A comunidade recebeu-o com uma manifestação, e a foto do texto comprova o ato pacífico. O grupo não hostilizou os estrangeiros. O objetivo era um diálogo, que ocorreu sem problemas -e só pôde ocorrer por causa da manifestação.
Gostaríamos de saber por que o repórter não escreveu o que ouviu da comunidade? O que motivou o repórter a só apresentar um ponto de vista? A Folha deixou de ter responsabilidade com a comunidade?
Não busca se diferenciar dos jornais sensacionalistas? Por que o repórter fez questão de ressaltar o lado agressivo (que não ocorreu por parte dos manifestantes) em detrimento da verdade?"
MARISA FEFFERMANN , campanha Paraisópolis Exige Respeito (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Vinicius Galvão - A reportagem presenciou o momento em que as pedras foram atiradas por homens em vigília sobre a laje das casas. O texto não afirma que os moradores liderados e trazidos pela missivista atiraram pedras, embora seu grupo tenha impedido por meia hora os arquitetos estrangeiros e os coordenadores da Secretaria de Habitação de sair de um beco. A reclamante não viu as pedradas porque não estava no local quando ocorreram.

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