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Turnê de Caetano
"Adorei o artigo de ontem de Gilberto Dimenstein ("O dinheiro de
Caetano Veloso", Cotidiano).
Acho, sim, que os músicos brasileiros em suas turnês merecem
apoio da Lei de Incentivo Fiscal,
mas também acho que é um dever
de todos os artistas brasileiros
preocuparem-se com a inclusão social por meio das artes.
Há três anos procuro unir o projeto musical com o social, e o artigo
de Dimenstein, sem dúvida, é um
alerta para assumirmos nossas
responsabilidades."
JOÃO CARLOS MARTINS , pianista (São Paulo, SP)
"Cumprimento Gilberto Dimenstein pela corajosa e lúcida posição assumida no artigo de ontem.
Embora admirador do trabalho
do artista, que reputo um dos ícones da música brasileira, creio que o
significado do termo "cultura" diga
respeito à formação do homem, à
sua melhoria e ao seu refinamento,
independentemente da classe social a que pertença. Assim, considerando que a verba destinada ao Ministério da Cultura sempre se tenha
revelado escassa (o próprio ministro já manifestou seu desejo de receber verba do pré-sal), há que indagar se incentivo público a espetáculo cujo preço do ingresso atinge
R$ 145 se presta a tal desiderato. A
resposta me parece óbvia."
ARNALDO HOSSEPIAN JÚNIOR , procurador de
Justiça (São Paulo, SP)
"Se, de fato, o ministro Juca Ferreira não tem legalmente como negar apoio financeiro ao show de
Caetano ("Ministério não tem vocação para irmã Dulce", Ilustrada,
13/6), e se a contrapartida do artista seria baixar o preço dos ingressos, por que não adotar uma medida mais audaz e dar ingressos gratuitos aos melhores alunos da rede
pública nas regiões metropolitanas
em que vai se apresentar? Essa medida seria uma importante redistribuição de renda cultural."
RENATO JANINE RIBEIRO , professor titular de ética
e filosofia política da USP (São Paulo, SP)
USP
"No dia em que a PM executou
ações com bombas de gás, escudos e
cassetetes, alguns colegas professores estavam em assembleia, portanto, fora da manifestação. Quando
souberam que algo acontecia, se dirigiram ao local na tentativa de apaziguar os ânimos. Ainda que estivessem com crachás, ainda que alguns tentassem dizer que eram professores, também foram atingidos.
Um colega foi atingido no rosto e ficou sem enxergar por 20 minutos.
Estranhamos que seja esse o conceito de "disposição para o diálogo e
manutenção da ordem" que vigora
num espaço educativo como a
universidade.
A PM precisa urgentemente sair
do campus, e as negociações precisam ser retomadas. Serenidade e
diálogo são fundamentais neste
momento. Clamamos por lucidez
de todos os envolvidos."
ELIZABETE FRANCO CRUZ , professora-doutora da
Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP
(São Paulo, SP)
"Diferentemente do que o professor Vladimir Safatle diz no artigo "A
universidade não é caso de polícia"
("Tendências/Debates", 12/6), a Polícia Militar não fez uso de metralhadora na USP, fato que pode ser
comprovado pelas fotos nos jornais
e imagens das TVs.
A Polícia Militar nunca utiliza esse tipo de armamento para conter
distúrbios civis, exceto para a proteção da tropa quando os manifestantes estão armados.
No caso da USP, foram usados
apenas armamentos e técnicas não
letais, como munições de borracha
e agentes químicos, conforme determinam os manuais de controle
de distúrbios civis das melhores
forças policiais do mundo.
A PM esteve na Universidade de
São Paulo apenas para cumprir
uma ordem judicial."
DORIVAL MIGNANELLI , capitão da PM
(São Paulo, SP)
Frankensteins
"Parabéns à Folha pelo editorial
"Balbúrdia legislativa" (Opinião,
ontem), em que aborda a inclusão
de matérias estranhas aos temas
originais das medidas provisórias,
criando verdadeiros frankensteins
legislativos.
Tal atitude de nossos legisladores
é mais uma manifestação da falta
de compromisso com a transparência. Como é possível controlar, por
exemplo, a quantidade de cargos
comissionados existentes no governo federal se eles são criados de forma esparsa nas mais diversas leis?"
GUILHERME RIBEIRO (Belo Horizonte, MG)
Gestão
"Oportuna a proposição de Emílio Odebrecht no texto "Procuram-se líderes" (Opinião, ontem).
A experiência que ex-empresários e executivos aposentados podem passar para a área pública certamente aprimoraria a gestão dos
órgãos estatais. E endosso a ideia de
que essa contribuição seja feita sem
o exercício de cargos e sem remuneração nenhuma. Seria uma espécie de voluntariado com foco na
gestão da coisa pública.
Creio que a Odebrecht poderia,
em nível político, influenciar a formatação de um projeto de lei que
regulamentasse essa questão. A regulamentação é importante, porque não adianta apenas oferecer
novas técnicas de gestão.
As instituições e órgãos estatais
precisam valorizar o recebimento
dessas técnicas. E as organizações
que viessem a aprimorar a sua gestão organizacional deveriam ser
reconhecidas."
SÍLVIO LUIZ JOHANN , professor da Fundação Getulio Vargas (São Paulo, SP)
Paraisópolis
"Integro um movimento que
congrega cerca de cem entidades e,
com a comunidade, estamos contribuindo com a campanha Paraisópolis Exige Respeito.
Quando soubemos da visita do
grupo de curadores da Bienal de
Roterdã à comunidade de Paraisópolis ("Diretores da Bienal de Roterdã vão a favela e são hostilizados", Cotidiano, 9/ 6), decidimos
mostrar o outro lado da urbanização (morte em abrigo da prefeitura,
despejos de forma violenta com
aparato policial, tratores destruindo casa quando a proprietária busca os filhos na creche).
Organizamo-nos com camisetas
da campanha e faixas mostrando
nossa indignação. Encontramos o
grupo de curadores em uma viela e
paramos em frente aos carros, solicitando que fôssemos escutados.
Aguardou-se pacificamente que
um representante viesse dialogar
com o grupo.
Vieram conversar com os manifestantes o arquiteto venezuelano e
os repórteres presentes -inclusive
o repórter da Folha, que entrevistou vários moradores. Os manifestantes exigiam moradia e respeito e
conseguiram marcar uma reunião
com a senhora Elizabeth França.
E foi com espanto que lemos a reportagem da Folha, que transformou uma manifestação pacífica de
moradores em ato de vandalismo.
Não é verdade que a "favela recebeu o diretor da Bienal holandesa a
pedradas". A comunidade recebeu-o com uma manifestação, e a foto
do texto comprova o ato pacífico. O
grupo não hostilizou os estrangeiros. O objetivo era um diálogo, que
ocorreu sem problemas -e só pôde
ocorrer por causa da manifestação.
Gostaríamos de saber por que o
repórter não escreveu o que ouviu
da comunidade? O que motivou o
repórter a só apresentar um ponto
de vista? A Folha deixou de ter responsabilidade com a comunidade?
Não busca se diferenciar dos jornais sensacionalistas? Por que o repórter fez questão de ressaltar o lado agressivo (que não ocorreu por
parte dos manifestantes) em detrimento da verdade?"
MARISA FEFFERMANN , campanha Paraisópolis
Exige Respeito (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Vinicius
Galvão - A reportagem presenciou o momento em que as pedras foram atiradas por homens
em vigília sobre a laje das casas.
O texto não afirma que os moradores liderados e trazidos pela missivista atiraram pedras,
embora seu grupo tenha impedido por meia hora os arquitetos estrangeiros e os coordenadores da Secretaria de Habitação de sair de um beco. A reclamante não viu as pedradas porque não estava no local quando ocorreram.
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