São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Daslu
"Há pouco tempo, li nesta seção as reclamações de um leitor indignado com as pessoas que criticavam a inauguração da nova Daslu, classificando-as como "invejosas do trabalho e sucesso alheio". Gostaria de saber o que pensa agora esse leitor após a PF ter detido sócios e diretores da loja por fortes suspeitas de sonegação fiscal e formação de quadrilha."
Glauco V. D. Padula (São Paulo, SP)

 

"Queremos que a imprensa dê à prisão de Eliana Tranchesi o mesmo espaço que foi dado à inauguração da nova Daslu. Em vez dos três dias de festa, quero fotos do tempo dela na prisão. Quero ver a Eliana sem chapinha no xadrez. Quero ver o governador Geraldo Alckmin "inaugurando" a liberdade dos sócios da loja após os cinco dias de cana. Quero ver os jornais e revistas dando capa com a suposta contrabandista na prisão. Enquanto a imprensa alimentar o desrespeito da ostentação, é somente isso que tenho a pedir a ela."
Isabela Whitacker (São Paulo, SP)

 

"A coluna de Mônica Bergamo de ontem retrata bem o que acontece no Brasil quando alguém da "turminha" dos afortunados está sendo investigada. Telefonemas e mais telefonemas de pessoas influentes, políticos e personalidades da alta roda, pedindo à Justiça explicações pelo ocorrido. Desta vez, em meio a tantos escândalos, não deu para segurar. Imagino quantos no passado não foram agraciados com o perdão dos poderosos com um simples telefonema."
Sandro César Gallinari (Praia Grande, SP)

 

"A Receita Federal e a Polícia Federal deveriam investigar quem compra na Daslu, e não quem lá vende."
Walmor Barbosa Martins Júnior (Jundiaí, SP)

 

"Não há um só brasileiro com brio que não ache correto fazer cumprir as leis em todos os seus aspectos. Mas daí fazer disso um espetáculo pirotécnico é um enorme disparate. Invadir a Daslu com tantos policiais federais e auditores e prender a empresária, que possui residência fixa, como se fosse bandida, é um exagero. Mesmo tendo cometido algum ilícito, essa senhora possui o seu lado positivo, que é o de empreendedor, criador de empregos e gerador de renda. Merece o nosso respeito por tudo isso e não deve ser tratada de forma humilhante, como se fosse um ser peçonhento. Faça-se a lei com isenção e discrição."
José Oscar da Silva Lopes (Uberaba, MG)

ITA
"O físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite, no artigo "Réquiem por um herói traído" ("Tendências/Debates", 23/6), teceu algumas considerações a respeito de problemas no âmbito do ITA que merecem alguns reparos. Pecou o físico ao alegar que "a existência do ITA foi, desde seu nascimento, eminentemente agônica". Passou-lhe despercebido que isso jamais existiu, pois militares estão cada vez mais comprometidos com o desenvolvimento tecnológico. O ITA foi criado, assim como o IME, para ajudar a suprir a crescente demanda de recursos tecnológicos para o país e, em especial, para as Forças Armadas. Não corresponde à verdade a afirmação de que "os professores foram expelidos do campus para que suas residências viessem a ser ocupadas por militares". Os militares-alunos sempre estiveram cientes de que eles eram peças passageiras de um sistema em que o professor era a base fundamental e indispensável -e teria de ser prestigiado. E, para eles, foi especialmente construído um pavilhão (H-21), bastante inferior ao luxuoso padrão dos pavilhões destinados aos professores e pesquisadores. Equivocou-se ao afirmar que "desde a sua concepção, entretanto, um conflito primitivo ameaça a sobrevivência do ITA" e que, "aos poucos, estão sendo eliminados todos aqueles dispositivos que foram parte essencial do conceito que gerou o ITA". Conflitos sempre existem e são normais em qualquer organização. Melhor do que quaisquer palavras, pode-se demonstrar a inexistência de ameaça à sobrevivência do ITA pela manutenção do seu elevado padrão de ensino, que o tem destacado em todas as avaliações oficiais. Bastaria, aliás, citar que a equipe de programação do ITA acaba de ser premiada em primeiro lugar em concurso internacional, empatada com o MIT, até então considerada invencível. O que existe, de fato, é a insistência de pequenos e agitados grupos em politizar os meios de ensino, desviando-os da sua função fundamental."
Pedro Paulo Rocha, mestre em engenharia e ciências pela PUC-RJ (Curitiba, PR)

"Mensalão"
"Ao contrário do que afirmou Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária do senhor Marcos Valério, na entrevista publicada na Folha em 13/7 ("Karina diz que pode se candidatar a deputada federal", Brasil), o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, não tem contato permanente com o empresário Cristiano Paz, presidente da SMPB. O ministro conhece o empresário há muitos anos, mas a troca de telefonemas é rara. Não acontecem nem aconteceram conversas "todos os dias", como afirmou a ex-secretária. Também ao contrário do que disse a ex-secretária à Folha, o ministro Walfrido dos Mares Guia não visitou "várias vezes" a fazenda do empresário Cristiano Paz -esteve lá apenas uma vez, de passagem, durante um passeio pela região, em 2002, acompanhado de seu irmão."
Sandra C. Inácio, assessora de comunicação do Ministério do Turismo (Brasília, DF)

Sindicalismo
"Enquanto setores significativos da imprensa trataram da convocação de Luiz Marinho para o Ministério do Trabalho como um sinal de estreitamento de relações com os movimentos sociais, a Folha (editorial "Mágicas e conchavos", 10/7) fala em "sindicalismo decadente". A exposição de opinião do jornal serve de oportunidade para aprofundar o questionamento: o que a Folha imagina ser um bom sindicalismo? Os sindicatos filiados à CUT fazem lutas, greves, batalham pela terra e, neste momento, preparam a campanha salarial do segundo semestre. Essas ações estão em consonância com os princípios da Central desde a sua fundação, em 1983, e permanecem até hoje. Ou a Folha imagina que bom sindicalismo é aquele que, de preferência, ela possa fingir desconhecer sem que sua parcialidade venha à tona? Mesmo que a Folha procure ignorar a ação cotidiana da CUT e dos sindicatos a ela filiados, até mesmo os leitores deste jornal conhecem nossa crítica consistente à política econômica em curso no país, nosso esforço por um salário mínimo justo e nossas intervenções em busca da ampliação do crédito popular, entre outras ações. A criação das câmaras setoriais da indústria automotiva, a atuação decisiva que impediu milhares de demissões dadas como certas por vários setores, a influência exercida para que multinacionais trouxessem investimentos globais para plantas brasileiras e a defesa de reivindicações do funcionalismo, incluindo o federal, são algumas outras ações."
João Felício, secretário-geral da CUT (São Paulo, SP)

Blindagem
"Não consigo entender por que a imprensa insiste em isentar totalmente o presidente Lula dos escândalos que assolam o país. Se o presidente fosse FHC e o PSDB tivesse um décimo das suspeitas que pairam sobre o PT, tenho certeza de que Lula e seus companheiros não dariam a menor trégua aos tucanos."
Hélio Ramos Aurélio (Santos, SP)


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