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KENNETH MAXWELL
Tempos difíceis
A mais recente pesquisa de
opinião pública do "Washington Post" e da rede de TV ABC,
divulgada anteontem, oferece
resultados preocupantes, especialmente para o presidente
Barack Obama.
A confiança do público no
presidente jamais esteve tão
baixa, e quase 60% dos eleitores afirmam não confiar em
que ele tomará as decisões
corretas. Uma clara maioria de
54% dos entrevistados desaprova a condução que Obama
vem dando à economia.
Cerca de dois terços dos
eleitores se declaram zangados ou insatisfeitos com o governo federal. Pela primeira
vez, o número de pessoas que
desaprovam fortemente o trabalho que ele vem realizando
supera de forma significativa
o número dos que o aprovam.
Estamos a apenas quatro
meses das cruciais eleições de
meio de mandato presidencial, que definirão a maneira
como Obama exercerá a segunda metade de seu mandato. A reversão de opiniões é especialmente notável quanto
às questões econômicas.
Em março de 2009, 60%
dos eleitores aprovavam, forte
ou moderadamente, o desempenho de Obama na economia, enquanto 38% deles o desaprovavam. Entre 7 e 11 de julho, o período em que a nova
pesquisa do "Washington
Post" e da ABC News foi conduzida, o desempenho do presidente na economia contava
com 43% de aprovação e 54%
de desaprovação.
No que tange à importante
questão de como o governo federal deveria gastar dinheiro
para estimular a economia, no
entanto, o público está dividido ao meio. Dos entrevistados,
48% dizem que o governo deveria gastar mais para criar
empregos. Outros 48% dizem
que essa tarefa deveria ser deixada ao setor privado.
A opinião quanto aos políticos democratas e republicanos no Congresso continua
desfavorável, e o dado mais
notável é que 62% dos eleitores se declaram inclinados a
procurar por alguém novo, e
não repetir o voto em seus
atuais representantes legislativos, na eleição de novembro.
Ironicamente, Obama até o
momento vem mantendo o apoio do público como comandante das Forças Armadas, com 55% de aprovação.
Isso talvez não surpreenda, se
considerarmos que existem
duas guerras em curso. Mas a
verdade é que nenhuma delas
vai muito bem, e o Afeganistão ameaça se tornar um compromisso a fundo perdido.
Infelizmente, é fácil demais
demitir um general que tenha
se comportado de forma indevida. Desenvolver uma solução funcional para os problemas econômicos e criar empregos são desafios muito
maiores para Obama, e a paciência do povo dos EUA parece estar se esgotando.
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI.
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