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Violência na Bahia
OS ATAQUES contra policiais
militares que Salvador experimenta desde a semana passada fazem soar um alerta
para uma situação já vivenciada
em São Paulo. Incontidas, as provocações ostensivas de criminosos elevam a sensação de insegurança e desafiam a autoridade
das forças públicas.
Até ontem, houve pelo menos
nove postos da Polícia Militar
atacados, 16 ônibus incendiados,
11 pessoas feridas, sendo três policiais, e dez suspeitos mortos.
Apenas no 7 de Setembro, quatro
postos policiais foram metralhados e três ônibus, queimados. A
polícia atribui os ataques a uma
reação contra a transferência de
um chefete do tráfico de Salvador para o presídio federal de
Campo Grande (MS).
Embora atinja uma fase aguda,
a crise de insegurança não é nova. De 2006 a 2009, o número de
homicídios na região metropolitana de Salvador aumentou 62%.
Alguns especialistas atribuem o
aumento da violência a lutas de
facções pelo controle do tráfico,
mas não há teorias comprovadas. A segurança pública já é uma
das áreas mais criticadas do governo Jaques Wagner (PT), que
não tem cumprido o orçado para
esse setor. Até agora, só 21% dos
recursos previstos para 2009 foram despendidos.
Embora menos agressiva, a irrupção de bandidos na Bahia
trouxe reminiscências do ocorrido no Estado de São Paulo em
meados de 2006, com os ataques
da organização criminosa PCC,
nascida nos presídios paulistas.
O saldo de mortos no pico dos
confrontos alcançou 139 pessoas.
Ficou a lição de que, por mais
perigosos e organizados que pareçam os bandidos, as forças policiais jamais podem recuar
quando são afrontadas. Nesses
momentos se trava, sobretudo,
uma batalha pela confiança da
população nos agentes incumbidos de defendê-la.
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