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ELIANE CANTANHÊDE
Dia de festa
BRASÍLIA - Hoje, a quebra do
Lehman Brothers completa um
ano. Ou seja, é o dia do aniversário
da fase aguda da crise econômica
global e, por tabela, brasileira.
Lula, que foi tão criticado e até
ironizado por dizer que aqui não
haveria tsunami, só "marolinha",
vai comemorar em grande estilo e,
de preferência, com grande audiência. Afinal, o Brasil não chegou ao
fundo do poço e voltou à tona antes
do previsto.
A perspectiva de retração de até
3% foi trocada por uma expectativa
de crescimento de até 1%, empurrada pela boa surpresa do PIB do segundo trimestre, melhor do que
tanto o governo quanto o mercado
esperavam. O Brasil já saiu da recessão técnica. Lulinha Paz e Amor
não deixaria isso barato, não é?
Ele, Guido Mantega (Fazenda) e
Henrique Meirelles (BC) vão participar e falar na reunião do chamado
"Conselhão", o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no
Itamaraty. Para bater bumbo, evidentemente. Na plateia, estarão
grandes empresários e sindicalistas
do país, sob flashes.
A festa que é de Lula será, naturalmente, também de sua candidata, Dilma Rousseff, que anda precisando mesmo de uma forcinha, depois de ter estacionado nas últimas
pesquisas e aguardar ansiosamente
pelas próximas para saber se é ou
não uma tendência.
O governo acha que está saindo
de um mau momento e quer puxar
junto a sua candidata, que anda numa fase ruim, ou pelo menos desanimada, não só pelas pesquisas,
mas pelo carimbo de "mentirosa"
depois das histórias de Lina Vieira e
do diploma inflado, e pela imagem
de "gritalhona", depois que mais
um episódio constrangedor foi à tona: o do secretário-geral do Ministério da Integração, humilhado numa reunião.
Lula e Dilma, portanto, vão ter
hoje um grande dia, em meio à enxurrada de propaganda subliminar
que já circula nas TVs.
elianec@uol.com.br
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