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São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Maioridade penal
"Parabenizo a Folha pela iniciativa serena e equilibrada de comentar em editorial o tema da redução da maioridade penal (Opinião, pág. A2, 13/11). Sempre que ocorre algum crime bárbaro envolvendo adolescentes como infratores, o debate sobre rebaixamento da maioridade penal volta à tona. Como bem expressou o editorial, todos estamos chocados, indignados e entristecidos com o assassinato dos jovens Liana Friedenbach e Felipe Caffé. Gostaria de dizer que sou solidária à dor e ao sofrimento das duas famílias. Mas nós, formuladores de políticas públicas, não podemos tomar decisões sob o impacto da emoção e da irracionalidade. A redução da maioridade penal não é uma solução mágica para o combate da violência. Precisamos urgentemente fazer com que o Estatuto da Criança e do Adolescente seja cumprido e endurecer as penas para os adultos que usam esses menores com o intuito de escapar da punição. Igualmente relevante é implantar políticas públicas capazes de oferecer a todas as crianças acesso a saúde, educação, moradia, saneamento básico e outros serviços essenciais. Só assim elas ficarão longe do mundo do crime." Patrícia Saboya Gomes, senadora, coordenadora da Frente Parlamentar pela Criança e pelo Adolescente no Senado (Brasília, DF)

 

"Revoltante o editorial "Maioridade penal". Quer dizer que este jornal, que tanto apregoa a democracia, ignora a opinião de 89% da população a favor da redução da maioridade penal e quer impor-nos a visão de "meia dúzia" de intelectuais, donos da verdade? É essa a idéia de democracia que o jornal que tanto admiro apregoa? A sociedade está sozinha na busca da redução da violência, pois ninguém se interessa pela opinião do povo -a não ser para afirmar que somos ingênuos e que nada sabemos. Gostaria de acrescentar que crimes bárbaros como o ocorrido devem ser punidos exemplarmente, independentemente da idade de quem os pratica. Não é questão de vingança, mas, sim, de bom senso."
Alcemir Cássio Amgarten (Valinhos, SP)

 

"Em nome do Instituto Sou da Paz, gostaria de me solidarizar com as famílias dos adolescentes Liana e Felipe. Certamente todos os que trabalham contra a violência em nosso país ficaram um pouco mais tristes diante do ocorrido. Como bem observou o editorial da Folha, o choque causado por essa bárbara experiência não pode servir para obscurecer o debate sobre as soluções para a violência nem levar a atitudes bárbaras por parte do Estado. O estarrecimento da sociedade tem de servir para trazer soluções verdadeiramente eficazes para a questão da violência no país. Há pouco consenso no campo da segurança pública, mas a falência da Febem e do sistema prisional de adultos não deixa margem a dúvidas. Ficar parado no debate da redução da maioridade penal agradará momentaneamente à opinião pública, mas em nada contribuirá para a efetiva redução do crime. Que da tragédia saibamos buscar as forças para envolver a sociedade na difícil, mas recompensadora, luta pela paz."
Denis Mizne, diretor-executivo do Instituto Sou da Paz (São Paulo, SP)

 

"A respeito do editorial "Maioridade penal", percebo que o editor adota uma postura de total insensibilidade -além de colocar-se numa posição muito distante da realidade para poder fazer uma analise justa do episódio. Independentemente da idade do criminoso, ele se utilizou, intencionalmente, da mais vil das covardias. Nesse caso, falar em princípios para com a "criança" criminosa ofende a alma do universo. Não creio na reversibilidade de uma estrutura moral tão abalada. O editor me convenceria do contrário se adotasse essa criança para si e se me mostrasse mais à frente os seus bons (?) resultados -já que o Estado não consegue mostrá-los. Além disso, é inadmissível falar em princípios, nos termos colocados, quando se analisa o assassinato dos filhos "dos outros"."
Milton Cordoutis (Diadema, SP)

Caso Santo André
"A despeito das informações unilaterais transmitidas pelo sr. Alexandre Polesi, de sua inteira responsabilidade, consta da reportagem "Pivô do caso Santo André tenta comprar "Diário do Grande ABC" (Brasil, 13/11) que "Ronan não quis se manifestar sobre o caso" e que "José Carlos Anunciação, advogado de Ronan, participou de reuniões do conselho de administração do jornal representando os Dotto". Quanto à primeira observação, cumpre informar e registrar que nem o sr. Frederico Vasconcelos nem qualquer outro profissional da Folha manteve contato com o sr. Ronan Maria Pinto que lhe permitisse afirmar que "Ronan não quis se manifestar sobre o caso". Quanto à segunda observação, igualmente deve ser esclarecido que José Carlos Anunciação não é advogado de Ronan Maria Pinto. Embora já tenha prestado serviços a Ronan Maria Pinto, trata-se de profissional liberal que presta serviços a diversos empresários e empresas -não só na cidade de Santo André como em outros municípios e Estados- e que, em hipótese nenhuma, estaria representando ou defendendo interesses do manifestante perante a empresa jornalística "Diário do Grande ABC". A bem da verdade, e para que não pairem dúvidas nem se dê azo à interpretação inadequada dos fatos, diz Ronan Maria Pinto que seu interesse na aquisição da empresa jornalística Diário do Grande ABC S.A. se deu após ampla divulgação local da possibilidade de venda da empresa -isso no início de 2003, em meados de fevereiro-, inclusive com proposta de aquisição por outras empresas jornalísticas. Ronan Maria Pinto reuniu-se por duas vezes com os advogados do sr. Fausto Polesi, acionista da empresa, porém não concretizaram negócio por não chegarem a um denominador comum. Após as referidas reuniões, cessaram, de ambas as partes, as manifestações de qualquer interesse na retomada da negociação e da compra da empresa "Diário do Grande ABC"."
Elaine Mateus da Silva, advogada de Ronan Maria Pinto (Santo André, SP)

Resposta do jornalista Frederico Vasconcelos - 1) Os pedidos de entrevista com o sr. Ronan foram feitos ao seu sócio Evenson Dotto e ao advogado da empresa do sr. Ronan, José Carlos Anunciação. 2) A presença desse advogado nas reuniões do conselho do diário foram confirmadas pelo sr. Dotto em entrevista gravada. 3) Em fevereiro, a família Dotto formalizou que havia um interessado na compra das suas ações, sem citar que era o sr. Ronan. O fato foi confirmado pelo sr. Dotto.

Mudança e tanto
"Será que eu li certo? O BNDES vai investir a bagatela de US$ 495 milhões na Volks, na Ford, na Fiat, na GM e na DaimlerChrysler? Por favor, digam que eu li errado. Isso não é um escândalo? Esse dinheiro, se investido na pequena e na média empresa, não geraria mais emprego, mais renda e mais desenvolvimento ao país? O foco econômico do governo não era esse? Ou será que está sobrando dinheiro e a população não está sabendo? E classificar essa operação de "experimentações" não é um escândalo maior ainda? Ou dinheiro público é para isso mesmo, para experimentar? Para quem foi eleito dizendo que iria investir na pequena e na média empresa, essa é uma mudança e tanto de visão."
José Buffo (Curitiba, PR)


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