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RISCO PARA O AGRONEGÓCIO
As cotações dos produtos
agrícolas repetem seus ciclos
históricos. Nos últimos dois anos, o
aumento da demanda, provocado
pelo aquecimento da economia
mundial, foi responsável por uma
acentuada alta dos preços dessas
commodities, estimulando a produção. Agora, a elevação da oferta derruba as cotações nos principais mercados internacionais. Esse é um processo "clássico", que tem influenciado o crescimento e a retração da renda em países exportadores de produtos primários (agrícolas e minerais).
Hoje, algumas cotações já se encontram abaixo das médias históricas. O caso mais dramático é o do algodão, cujo preço caiu 43% no ano.
O movimento também é de baixa no
mercado de soja (36,2%), de trigo em
grão (21,5%) e de milho (21,4%).
A queda das commodities, associada à valorização da moeda brasileira,
representa uma dupla pressão baixista nos preços de produtos agropecuários exportados pelo país. Essa
conjunção deverá causar impactos
negativos no desempenho do comércio exterior brasileiro em 2005.
A balança comercial passou de um
déficit de US$ 697,7 milhões em 2000
para um superávit de mais de US$ 30
bilhões em 2004, contando com o
notável desempenho do agronegócio. Como se sabe, a agropecuária
brasileira embarcou no ciclo de alta
nos preços das commodities, sobretudo os da soja, e promoveu nos últimos anos uma nova expansão da
fronteira agrícola com ganhos crescentes de competitividade.
Nesse novo cenário, bem menos
favorável no que tange aos preços internacionais, é fundamental que as
autoridades econômicas monitorem
com atenção outros fatores, como a
taxa de câmbio e a rentabilidade dos
exportadores, que podem afetar diretamente o desempenho do setor.
Considerando a relevância das exportações agrícolas para a geração de
saldos comerciais -e a conseqüente
redução da vulnerabilidade externa
da economia brasileira-, seria uma
lástima se omissões da política econômica contribuíssem para a perda
de dinamismo do agronegócio.
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