São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 2006 |
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ANTONIO DELFIM NETTO Ajuste sem lágrimas
DEPOIS DA SUA banalização
eleitoral, a expressão "choque de gestão" perdeu toda
a sua utilidade. Foi, infelizmente,
associada a "corte" das despesas
sociais ou a cassação de direitos
dos trabalhadores. O que não é,
nem poderia ser, verdadeiro. É claro que o Brasil se enfiou numa armadilha, em parte conseqüência
de alguns exageros da Constituição
de 1988: 1º) uma carga tributária
bruta da ordem de 38% do PIB, à
qual se soma um déficit nominal da
ordem de 3%; 2º) uma relação dívida líqüida/PIB da ordem de 50% (a
dívida bruta, mais utilizada nas
comparações internacionais, é da
ordem de 74%!); 3º) um nível de investimento público pouco superior
a 1% do PIB; 4º) uma relação crédito privado/PIB ligeiramente maior
do que 30% e 5º) uma taxa de juro
real entre 9% e 10%, ainda a maior
do mundo, que se compara com
uma taxa de juro real média dos
emergentes da ordem de 2,5%. Este é um fator agravante da natural
valorização que deveria ter o real,
que é muito maior do que a de todos os países emergentes. Foi a
combinação desses problemas que
produziu o crescimento medíocre
que nos acompanhou nos últimos
12 anos. Mas, de qualquer forma, a
situação melhorou entre 2002 e
2006, principalmente no que se refere à nossa posição externa, hoje
muito mais cômoda.
dep.delfimnetto@camara.gov.br ANTONIO DELFIM NETTO escreve às quartas-feiras nesta coluna. Texto Anterior: Rio de Janeiro - Sergio Costa: Show sem Xuxa Próximo Texto: Frases Índice |
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