São Paulo, domingo, 15 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Editoriais

editoriais@uol.com.br

Blitz na fronteira

A OPERAÇÃO realizada na semana passada pelo Exército nas divisas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul com a Bolívia e o Paraguai, destinada a impedir a entrada de armas e drogas no país, termina por explicitar a debilidade da política de controle das vastas fronteiras terrestres do Brasil.
Se fosse suficiente a vigilância rotineira dessas regiões, a cargo seja dos militares seja da Polícia Federal, operações desse tipo não se fariam necessárias. Ainda assim, a blitz comandada de segunda-feira até a última sexta pelo Exército representou apenas a quinta ação do gênero desde 2005. Como as anteriores, esta tampouco logrou apreender drogas nem armas.
Certamente não é ao ritmo de uma operação em "grande escala" por ano que se resolverá o problema. As Forças Armadas não o ignoram. A "Estratégia Nacional de Defesa", documento de 2008, prevê "adensar a presença do Exército, da Marinha e da Força Aérea nas fronteiras" em "tarefas de vigilância".
Um projeto de lei do Executivo permite à Aeronáutica e à Marinha revistar aviões e embarcações -e, quando necessário, dar ordem de prisão a seus tripulantes. O Exército, por sua vez, já dispõe de "poder de polícia".
Consideradas as limitações de suas ações, no entanto, fica evidente que a prerrogativa não garantirá a vigilância eficiente das fronteiras. Sem presença ostensiva e constante nessas áreas, pouco mudará.


Texto Anterior: Editoriais: Direito à informação
Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: O apagão mental
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.