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Blitz na fronteira
A OPERAÇÃO realizada na semana passada pelo Exército nas divisas de Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul
com a Bolívia e o Paraguai, destinada a impedir a entrada de armas e drogas no país, termina
por explicitar a debilidade da política de controle das vastas fronteiras terrestres do Brasil.
Se fosse suficiente a vigilância
rotineira dessas regiões, a cargo
seja dos militares seja da Polícia
Federal, operações desse tipo
não se fariam necessárias. Ainda
assim, a blitz comandada de segunda-feira até a última sexta
pelo Exército representou apenas a quinta ação do gênero desde 2005. Como as anteriores, esta tampouco logrou apreender
drogas nem armas.
Certamente não é ao ritmo de
uma operação em "grande escala" por ano que se resolverá o
problema. As Forças Armadas
não o ignoram. A "Estratégia Nacional de Defesa", documento de
2008, prevê "adensar a presença
do Exército, da Marinha e da
Força Aérea nas fronteiras" em
"tarefas de vigilância".
Um projeto de lei do Executivo
permite à Aeronáutica e à Marinha revistar aviões e embarcações -e, quando necessário, dar
ordem de prisão a seus tripulantes. O Exército, por sua vez, já
dispõe de "poder de polícia".
Consideradas as limitações de
suas ações, no entanto, fica evidente que a prerrogativa não garantirá a vigilância eficiente das
fronteiras. Sem presença ostensiva e constante nessas áreas,
pouco mudará.
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