São Paulo, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

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Editoriais

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Ainda crítico

DEPOIS do tombo do final de 2008, a atividade econômica no Brasil dá sinais de que pode ter interrompido o recuo no início de 2009.
No setor que liderou a "débâcle" do quarto trimestre, o automobilístico, sabe-se que as vendas pararam de cair e os estoques diminuíram, o que prenuncia alguma retomada da produção.
Faltam informações que esclareçam até que ponto outros segmentos da indústria também avançaram no processo de adequação dos estoques e da produção a uma demanda mais restrita -e não há dúvida de que nenhum ramo fabril contou com estímulo tão potente quanto foi a redução da tributação sobre a aquisição de carros.
O mergulho do final de 2008 foi interrompido, mas ainda é bastante incerto o vigor da reativação na indústria.
Outro elemento que teve melhora nas últimas semanas foi a confiança do consumidor. Mas também nesse caso a melhora é tímida e fica longe de compensar a queda recente.
Pelo lado da inflação, depois de uma longa sucessão de resultados muito favoráveis, recentemente os índices subiram um pouco mais do que se esperava. Alguns poderão tomar isso como sinal de que a demanda, menos debilitada, já abre maior campo para aumentos de preços.
Olhando o conjunto de dados, pode ficar a impressão de que o momento mais crítico ficou para trás. Seria, no entanto, uma conclusão precipitada e perigosa.
O humor dos consumidores e empresários ainda está muito fragilizado. O risco de a economia não conseguir reengrenar de modo continuado mantém-se alto -e, se depender das notícias que chegam dos EUA, da Europa e da Ásia, prosseguirá assim ainda por um bom tempo.
Acelerar investimentos públicos, estimular o crédito, cortar juros e gastos de custeio da máquina estatal -o reforço responsável de medidas de estímulo à demanda continua necessário.


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