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FERNANDO RODRIGUES
Problemas reais
BRASÍLIA - Quando o Brasil convivia com uma inflação anual acima
dos 1.000% muita coisa relevante
ficava em segundo plano. FHC começou e Lula concluiu a entrada no
país na estabilidade. Agora, enxergam-se problemas reais -até porque inflação de 1.000% não era um
problema, mas uma anomalia.
Quando FHC tomou posse, em
1995, não se sabia ao certo quantos
funcionários públicos havia. Graças
a Bresser Pereira, à época ministro
da Administração, essa contabilidade começou a ser feita. Ontem, reportagem de Fábio Zanini mostrou
a evolução recente dos trabalhadores federais.
Em 2002, quando os tucanos saíram do Planalto, havia 524,8 mil
funcionários públicos civis federais. No final de 2006, o número já
era de 564,9 mil. Um acréscimo de
40,1 mil almas.
Não está claro quantos dos novos
servidores são terceirizados. Sob
Lula, 33,2 mil foram admitidos por
concurso. Mas outros milhares se
aposentaram. Esse é o ponto.
Funcionários públicos colocam o
pé dentro do governo e já recebem
um benefício fora da realidade: direito a aposentaria integral.
É uma situação explosiva. FHC e
Lula pouco fizeram de prático nessa área. O tucano conseguiu a aprovação de uma emenda constitucional que possibilitava a mudança do
sistema de aposentadoria dos servidores. Lula promoveu outra alteração na mesma linha.
Mas nem o PSDB nem o PT tiveram coragem de enfrentar o problema real: propor uma lei criando
fundos de pensão complementar
para servidores públicos.
Todos os brasileiros trabalhadores passariam então a usufruir das
mesmas regras. Uma aposentaria
mínima, pública e universal. Outra,
complementar, paga com o esforço
de cada um e de seus patrões. Seria
justiça demais para a capacidade de
menos dentro das administrações
petistas e tucanas.
frodriguesbsb@uol.com.br
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