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Estatais do protesto
ABRIL JÁ entrou para o calendário nacional como o
mês em que o Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST) e grupos correlatos
lançam sua onda de invasões.
A pretexto de protestar contra
a política de reforma agrária e
contra a impunidade no massacre de Eldorado dos Carajás -a
morte de 19 pessoas pela PM do
Pará, em 17 de abril de 1996-,
grupos de sem-terra dão-se o direito de tomar fazendas, prédios
públicos, fechar estradas e depredar propriedade alheia.
Que militantes raivosos, dispostos a derrubar o capitalismo,
perpetrem atos desse calibre,
embora lamentável, é até esperado. O que não se pode admitir é
que o governo federal não apenas tolere esse comportamento
como ainda ajude a financiá-lo.
Líderes do MST e congêneres
se tornaram verdadeiros profissionais do protesto, a expensas
públicas. Três das maiores entidades ligadas ao movimento sem
terra, calcula a ONG Contas
Abertas, foram agraciadas com
R$ 39 milhões em dinheiro do
contribuinte no primeiro mandato petista -quatro vezes mais
que na segunda gestão de FHC.
Isso sem mencionar os empréstimos subsidiados que o
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf) faz a assentados -e
com os quais eles pagam o seu
"dízimo" ao movimento. Os mecanismos de financiamento são
azeitados pelos vários dirigentes
dos sem-terra que assumiram
postos na burocracia de ministérios e órgãos como o Incra.
Essa espiral de aparelhamento
tem como contrapartida uma escalada nos protestos. Centros de
pesquisa de empresas e até o
Congresso Nacional tornaram-se alvos de depredação. A pretexto de anular a privatização da Vale, grupelhos agora ameaçam sabotar a companhia.
Toda essa truculência é custeada pelo erário, com o beneplácito
ostensivo do governo Lula.
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