São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Mandato presidencial
"No quadro que acompanhou a reportagem "Sete já assumiram a vaga do titular (Brasil, pág. A5, 13/5), sobre os vice-presidentes que assumiram a Presidência da República, um grave erro foi cometido ao informar-se que José Sarney "mudou a Constituição para ficar cinco anos no poder". É uma agressão à história de nosso país e um desrespeito às novas gerações, que, à falta de livros, têm na imprensa uma das fontes confiáveis para conhecimento dos fatos passados. A Constituição vigente à época assegurava ao presidente da República seis anos de mandato. E foi mudada. Não pelo sr. José Sarney, mas pela Assembléia Nacional Constituinte, que reduziu o mandado presidencial para cinco anos. A Constituinte, convocada pelo próprio Sarney após a ditadura militar, foi o mais importante momento da história da democracia brasileira no esforço que o Brasil vem fazendo para deixar de ser "República de bananas". Ainda falta muito para o sonhado Estado de Direito, mas é preciso respeitar o pouco que temos."
Saulo Ramos (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".

Economia consolidada
"Vale a pena perguntar o quanto essa política neoliberal de Fernando Henrique Cardoso e de Pedro Malan consolidou a economia nesses quase oito anos. E também vale a pena responder. Se a economia realmente estivesse consolidada, não haveria motivo para que os pseudo-investidores retirassem o seu capital especulativo do Brasil. O candidato Luiz Inácio Lula da Silva não tem absolutamente nada a ver com isso. No entanto essa história de fuga de investidores é pura desculpa desses sanguessugas. Que eles desapareçam de nossas vistas, pois, mesmo "argentinizados", ainda podemos sobreviver -como temos sobrevivido durante todos esses anos."
Aeldo Protázio (Brasília, DF)

Felicidade
"O candidato do governo à Presidência foi a um desses programas de TV vistos por quem acorda tarde e deitou falação aos governos JK/Getúlio Vargas/FHC. Não se sabe se esse candidato é engenheiro ou economista, porém é mau historiador. Ignorou o período 64/67, quando o trio Castello Branco/Roberto Campos/Otávio Bulhões reformou o país em mil dias, o que proporcionou no período subsequente um crescimento extraordinário do PIB. Era uma época em que éramos felizes e não sabíamos -enquanto o candidato do governo estava estudando como se arruína um país em oito anos."
Luiz Gornstein (São Paulo, SP)

PT
"O eterno candidato a presidente, Lula, em entrevista a uma rádio, disse que o governo precisa ter ética. Foi a maior verdade que esse candidato falou. O PT está no poder em diversos locais, e seria muito importante que, onde está governando, praticasse a ética. O governador do Rio Grande do Sul foi acusado de envolvimento com o jogo ilegal. Em São Paulo, a prefeita Marta Suplicy adota uma política em que a ética deixa muito a desejar, pois reduz a verba da educação -removendo um dogma antigo do PT-, quer expulsar vereador do PT por se manter fiel ao partido e faz contratos suspeitos para a coleta do lixo. É melhor o sr. Lula começar a praticar a ética dentro da sua própria casa -para o bem do país."
Marco Antonio Martignoni (São Paulo, SP)

STF
"A celeuma criada com a indicação do dr. Gilmar Mendes para o Supremo Tribunal Federal revela como é grotesca a forma de indicação dos ministros daquele tribunal. É lamentável que tantas pessoas se levantem contra um homem mas nada façam contra o sistema antidemocrático e perverso de indicação para o STF. Sistema idealizado exclusivamente para atender ao valor harmonia e subjugando o que há de mais sagrado no Poder Judiciário, que é a independência. A Suprema Corte necessita de um 13 de Maio."
Jayme Martins de Oliveira Neto, juiz de direito e presidente do Ipam -Instituto Paulista de Magistrados (São Paulo, SP)

Judeus, palestinos e tibetanos
"Maravilhoso e elucidativo o artigo de Enio Mainardi ("Sou judeu ou palestino?", "Tendências/Debates", 15/5). Nós, simples expectadores e saudosos dos tempos de Golda Meir, nos sentimos envergonhados e impotentes diante dos acontecimentos recentes. Quem está com a razão? Judeus ou palestinos? Quem somos nós para opinar? Entretanto nota-se, por trás de tudo isso, que mesmo que aqueles que comandam (Sharon e Arafat) tenham a real intenção de paz, pequenos grupos sempre dão um jeito de atacar e de matar inocentes para manter o sangue de mártires jorrando e, assim, fazer com que o povo (palestino ou judeu) continue na escalada sem fim de vingança. Quanto ao samsara, que faz dos tibetanos um povo generoso e tolerante, ele também os transforma em submissos e passivos diante das injustiças. O que podemos fazer?"
Maria de Fátima Almeida Pellicioli (São Paulo, SP)

Escolas de latinha
"Marilene Felinto, em sua coluna "Pedagogia de descaso: "Fefeleche" e escola de lata" (Cotidiano, pág. C2, 14/5), diz que, no governo Maluf na prefeitura de São Paulo, foram construídas escolas de lata entre 1999 e 2000. Não é verdade. Na administração Paulo Maluf (1993-1996), as mais de 700 escolas entregues à população foram todas feitas em alvenaria. E não há uma só que tenha sido erguida usando lata como material de construção."
Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Paulo Maluf (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Marilene Felinto
A coluna afirma que as escolas de lata foram construídas na administração Pitta, prefeito que teve total apoio de Paulo Maluf para se eleger.

Pesquisas
"Gostaria de fazer alguns esclarecimentos em relação à nota "Balão reforçado" ("Painel", Brasil, pág. A4, 6/5). Já vimos ser publicado que o Instituto GPP é da UFF, da UFRJ, da Unicamp, de Lavareda e, agora, de que é controlado pelo prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia. O GPP é uma empresa privada, independente, prestadora de serviços de pesquisa de mercado e opinião pública. A empresa nasceu em 1991 e já fez pesquisas para diversas empresas, partidos políticos e políticos. Um de nossos atuais clientes é o Partido da Frente Liberal -PFL-, que contratou pesquisas de intenção de voto para presidente. Todas as pesquisas realizadas pelo GPP e publicadas foram devidamente registradas. Em todas elas consta o nome do contratante -PFL Nacional. Ao contratar uma pesquisa, o cliente sugere as perguntas do questionário. Sendo Cesar Maia o vice-presidente do PFL e um dos executivos responsáveis pelas estratégias do partido na campanha eleitoral, é ele o responsável (ou um dos responsáveis) pelas perguntas que farão parte do questionário, cabendo ao GPP a tarefa de elaborá-las de forma adequada. Isso é muito diferente de o Instituto GPP ser controlado pelo prefeito, já que o mesmo não é dono, sócio ou manda no GPP."
Francisco E.M. Guimarães, sócio-diretor do Instituto GPP (Rio de Janeiro, RJ)



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