São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Marina Silva
"No mundo encantado do poder, ocupado por ex-subversivos e ex-torturados, hoje bochechudos, rosados e de cabelos bem arranjados, o único papel que caberia a uma mulatinha magrinha, que jamais aceitou abandonar suas origens, seria o de servente. Ela não topou."
STALIMIR VIEIRA (São Paulo, SP)

"Marina Silva é heroína que o governo Lula não merece. Sua saída é um grito contra um governo que não cumpriu sua promessa ambiental e cedeu às pressões das multinacionais e dos ricos fazendeiros . É um protesto contra ministros que querem camuflar suas incompetências.
A produção agrícola deve (e pode) aumentar pelo melhoramento da produtividade de culturas por hectare, e não pela invasão de áreas de preservação ambiental e pelo desmatamento de florestas."
NAGIB NASSAR, professor titular de genética da Universidade de Brasília (Brasília, DF)

"Se dividíssemos o Brasil em duas metades, Marina Silva seria ideal para gerir a parte norte -principalmente para defender a Amazônia, como todos somos a favor.
Mas, ao sul dessa linha imaginária, o ideal seria que tivéssemos outro ministro, antenado com o século 21, isto é, ligado racionalmente ao agronegócio, do qual dependem o Brasil e o mundo em relação à produção de alimentos.
Resta aos brasileiros torcer para que apareça um grande maestro capaz de reger com precisão e determinação a consciência dos músicos desta grande orquestra rural para que se plante o apropriado sem danificar o ambiente natural do país."
ANA ROSA BELLODI (Jaboticabal, SP)

Educação
"O Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo, publicado ontem ("Escolas de SP terão meta de desempenho individual", Cotidiano), demonstra que, em uma escala de 0 a 10, as escolas de 1ª a 4ª séries têm índice de 3,23. Nas escolas de 5ª a 8ª séries, o índice é de 2,54, enquanto nas escolas de ensino médio o índice é de 1,41.
Este levantamento, feito com base no último Saresp, confirma que a educação pública em nosso Estado é uma tragédia.
A centralização da educação pública é a grande causa da tragédia educacional paulista.
A Secretaria de Estado da Educação não tem nem nunca terá condições de gerenciar, com competência e eficácia, um universo de cerca de 5.500 escolas e 300.000 servidores. Hoje, a secretaria é uma indomável aberração monstruosa: um enorme corpo com uma cabeça minúscula.
A solução é a completa municipalização da educação básica, desde a educação infantil até o ensino médio. O governo municipal cuidaria de toda a educação básica, e o governo estadual daria o devido suporte financeiro e logístico.
É óbvio que o prefeito conhece melhor que o governador os problemas de sua própria cidade."
AFONSO AVENA (São Paulo, SP)

Cotas
"Não é possível concordar com a idéia de que "o Brasil não é uma nação racista", conforme diz o manifesto anticotas. Afinal, a renda dos brasileiros tende a estar relacionada à cor de sua pele, como se pôde constatar pela reportagem "País terá mais negros que brancos neste ano" (Cotidiano, 14/ 5).
Diante disso, só me resta engrossar a lista das pessoas favoráveis às políticas de ações afirmativas no país, com a esperança de que 2040, ocasião em que se projeta a equiparação de renda entre brancos e negros, não esteja tão longe."
FELIPE FANUEL XAVIER RODRIGUES, estudante da Uerj (Rio de Janeiro, RJ)

"Constitucionalizar uma política de cotas hoje seria grande equívoco da sociedade brasileira. Tratar os desiguais na medida de suas desigualdades só é permitido democraticamente nos casos expressamente autorizados pela Constituição, de forma que seria necessária uma revisão do texto constitucional.
Movimentos sociais que defendem as cotas acusam os opositores de elite intelectual branca, ignorando o arcaísmo e o tom preconceituoso da afirmativa, pois admitem assim que entre os intelectuais não há negros. A elite hoje, diferentemente da de épocas anteriores, não é a que possui terras, mas aquela que pensa a realidade com base crítica, sem ressentimentos.
Há, sim, desigualdades históricas, que perduram, mas que precisam de ações que não invalidem o princípio básico de isonomia."
FERNANDA GAIOTTO MACHADO (São Paulo, SP)

Universal
"Em nome da Confederação Nacional das Igrejas Evangélicas do Brasil, gostaria de afirmar que a comunidade evangélica do país não apóia ação movida pela Iurd contra a Folha ("Igreja Universal pede indenização na Justiça contra colunista da Folha", Brasil, 14/5). Nós, evangélicos, temos plena convicção de que hoje no Brasil se vive plena democracia e sólido Estado de Direito.
O artigo do jornalista Fernando de Barros e Silva em nada maculou ou ofendeu a Universal, não feriu a honra de ninguém e muito menos "desnaturou" o papel da Iurd como entidade religiosa.
O direito de livre expressão no país deve ser cuidado e respeitado.
Não apoiamos este tipo de ação contra jornal ou jornalista, pois a Constituição lhes assegura este direito. O artigo do jornalista não transmitiu falsa impressão da realidade da Iurd."
CLAUDIO GERIBELLO, presidente da Confederação Nacional das Igrejas Evangélicas do Brasil (São Paulo, SP)

Botocudos
"O leitor Antônio Luís Neves ("Painel do Leitor", 14/5) questionou o uso da varíola como arma biológica pelos portugueses, tal como descrito no nosso artigo "200 anos de guerra contra os botocudos" ("Tendências/Debates", 13/5).
O conhecimento do vírus da varíola não era necessário para saber, por experiência, que a doença é altamente contagiosa. Assim, bastava distribuir para os índios roupas e cobertores previamente usados por pacientes ou contaminados com secreções das feridas. Lembremos que a vacina contra a varíola foi desenvolvida em 1796, por Jenner, sem saber nada do vírus.
O historiador Luiz Felipe de Alencastro sugere que a varíola já teria sido usada pelos portugueses no século 17 contra os goitacazes da região de Campos (RJ). Outros propõem que a sua primeira utilização tenha sido ainda mais antiga, no Rio de Janeiro, em 1575, para exterminar os tamoios que ocupavam a lagoa Rodrigo de Freitas.
Em suma, todo o conhecimento necessário para a utilização da varíola como arma já estava disponível muito antes de 1808, quando foi deflagrada a guerra contra os índios botocudos."
SÉRGIO DANILO PENA, professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG, e REGINA HORTA DUARTE, professora do Departamento de História da UFMG (Belo Horizonte, MG)

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