São Paulo, domingo, 16 de setembro de 2007

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Combate ao sedentarismo

A MEDICINA já identificou há tempos quatro medidas simples com alto impacto sobre a saúde: deixar de fumar, perder peso, manter uma dieta equilibrada e praticar atividades físicas. É preocupante, portanto, a constatação feita pelo Datafolha em pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) de que metade dos brasileiros é sedentária.
Falta de exercícios e maus hábitos alimentares são os principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, que, no Brasil, matam 300 mil por ano. Enquanto a taxa de sedentários entre 18 e 24 anos é de 39%, entre 60 e 70 anos ela chega a 57% -as pessoas vão deixando de fazer atividade física justamente quando ela se torna mais importante para a sua saúde.
Cabe à política pública estimular a prática de exercícios. Além do efeito positivo para a saúde e o bem-estar de cada um, haveria ganhos econômicos. População mais saudável é sinônimo de menos despesas na cada vez mais onerosa conta do SUS.
Convencer uma massa de dezenas de milhões de sedentários a iniciar atividade física e mantê-la é um desafio, mas não chega a ser uma tarefa impossível. A Finlândia, por exemplo, que nos anos 1970 apresentava uma das maiores taxas de doenças cardíacas, tabagismo e alcoolismo da Europa, deu início a uma série de programas sanitários.
Determinou a redução dos teores de gordura do leite, baniu o fumo em lugares públicos, incentivou competições esportivas, ofereceu verbas extras às cidades que fizessem a população baixar seus níveis de colesterol. Entre 1982 e 1997, a ocorrência de doenças cardiovasculares diminuiu 63%, proporção similar à redução de câncer de pulmão. É o país com menor índice de sedentários -apenas 8%.
Trata-se de um caso de sucesso que o Brasil deveria adaptar à sua realidade.

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