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Combate ao sedentarismo
A MEDICINA já identificou há
tempos quatro medidas
simples com alto impacto
sobre a saúde: deixar de fumar,
perder peso, manter uma dieta
equilibrada e praticar atividades
físicas. É preocupante, portanto,
a constatação feita pelo Datafolha em pesquisa encomendada
pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) de que metade
dos brasileiros é sedentária.
Falta de exercícios e maus hábitos alimentares são os principais fatores de risco para as
doenças cardiovasculares, que,
no Brasil, matam 300 mil por
ano. Enquanto a taxa de sedentários entre 18 e 24 anos é de 39%,
entre 60 e 70 anos ela chega a
57% -as pessoas vão deixando
de fazer atividade física justamente quando ela se torna mais
importante para a sua saúde.
Cabe à política pública estimular a prática de exercícios. Além
do efeito positivo para a saúde e o
bem-estar de cada um, haveria
ganhos econômicos. População
mais saudável é sinônimo de menos despesas na cada vez mais
onerosa conta do SUS.
Convencer uma massa de dezenas de milhões de sedentários
a iniciar atividade física e mantê-la é um desafio, mas não chega a
ser uma tarefa impossível. A Finlândia, por exemplo, que nos
anos 1970 apresentava uma das
maiores taxas de doenças cardíacas, tabagismo e alcoolismo da
Europa, deu início a uma série de
programas sanitários.
Determinou a redução dos teores de gordura do leite, baniu o
fumo em lugares públicos, incentivou competições esportivas, ofereceu verbas extras às cidades que fizessem a população
baixar seus níveis de colesterol.
Entre 1982 e 1997, a ocorrência
de doenças cardiovasculares diminuiu 63%, proporção similar à
redução de câncer de pulmão. É
o país com menor índice de sedentários -apenas 8%.
Trata-se de um caso de sucesso
que o Brasil deveria adaptar à sua
realidade.
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