São Paulo, sábado, 16 de outubro de 2010

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FERNANDO RODRIGUES

Eleição aberta

BRASÍLIA - O resultado da pesquisa Datafolha realizada anteontem e ontem mantém suspense sobre qual será o desfecho da disputa pelo Palácio do Planalto. O confronto está aberto e indefinido. Dilma Rousseff (PT) está com 47% contra 41% de José Serra (PSDB), considerando-se os votos totais. A diferença entre ambos é de seis pontos percentuais.
Na véspera do primeiro turno, numa simulação de disputa final entre Dilma e Serra, a vantagem da petista sobre o tucano era de 12 pontos. No último dia 8, essa dianteira encolheu para sete pontos. Agora está em seis pontos.
Se há uma semana era prematuro afirmar que Serra caminhava para uma virada, agora também é um equívoco interpretar a estabilização do quadro como uma possível vitória antecipada de Dilma.
Esta é uma eleição na qual não há -pelo menos por ora- possibilidade de previsão com algum grau de ciência. Há, entretanto, indicações de resiliência da candidatura patrocinada pelo Planalto. Na semana que vem esses sinais poderão ou não serem confirmados.
O PT também dispõe de uma arma de última instância e única a favor de Dilma Rousseff: a popularidade de Lula, que voltou a subir e bateu novo recorde. Apesar de toda a beligerância mostrada pelo presidente nas últimas semanas, ele atingiu 81% de aprovação popular -contra 78% na última pesquisa. Só para lembrar, o recorde de FHC foi de 47%, em dezembro de 1996.
O estreitamento da diferença entre Dilma e Serra parece ter ocorrido com força na semana em que se realizou o primeiro turno. Com a propaganda política de volta à TV e ao rádio, o movimento migratório de votos perdeu intensidade. Trata-se do curso natural dos votos. O eleitor presta mais atenção no começo e no final da campanha.
Até o dia 31, o clima continuará tenso, e a guerra quase santa entre Dilma e Serra seguirá indefinida.

fernando.rodrigues@grupofolha.com.br


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