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FERNANDO RODRIGUES
Eleição aberta
BRASÍLIA - O resultado da pesquisa Datafolha realizada anteontem e
ontem mantém suspense sobre
qual será o desfecho da disputa pelo Palácio do Planalto. O confronto
está aberto e indefinido. Dilma
Rousseff (PT) está com 47% contra
41% de José Serra (PSDB), considerando-se os votos totais. A diferença entre ambos é de seis pontos
percentuais.
Na véspera do primeiro turno,
numa simulação de disputa final
entre Dilma e Serra, a vantagem da
petista sobre o tucano era de 12
pontos. No último dia 8, essa dianteira encolheu para sete pontos.
Agora está em seis pontos.
Se há uma semana era prematuro afirmar que Serra caminhava para uma virada, agora também é um
equívoco interpretar a estabilização do quadro como uma possível
vitória antecipada de Dilma.
Esta é uma eleição na qual não
há -pelo menos por ora- possibilidade de previsão com algum grau
de ciência. Há, entretanto, indicações de resiliência da candidatura
patrocinada pelo Planalto. Na semana que vem esses sinais poderão
ou não serem confirmados.
O PT também dispõe de uma arma de última instância e única a favor de Dilma Rousseff: a popularidade de Lula, que voltou a subir e
bateu novo recorde. Apesar de toda
a beligerância mostrada pelo presidente nas últimas semanas, ele
atingiu 81% de aprovação popular
-contra 78% na última pesquisa.
Só para lembrar, o recorde de FHC
foi de 47%, em dezembro de 1996.
O estreitamento da diferença entre Dilma e Serra parece ter ocorrido
com força na semana em que se realizou o primeiro turno. Com a propaganda política de volta à TV e ao
rádio, o movimento migratório de
votos perdeu intensidade. Trata-se
do curso natural dos votos. O eleitor
presta mais atenção no começo e
no final da campanha.
Até o dia 31, o clima continuará
tenso, e a guerra quase santa entre
Dilma e Serra seguirá indefinida.
fernando.rodrigues@grupofolha.com.br
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